Panorama
 
 
 

GOVERNO APRESENTA ÁREAS ESTRATÉGICAS PARA CONSERVAÇÃO NO PARANÁ

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Dezembro de 2009

O presidente do Instituto Ambiental (IAP), Vitor Hugo Burko, e o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, apresentaram nesta terça-feira (01), em Curitiba, o mapeamento das Áreas Estratégicas para a Conservação e Recuperação da Biodiversidade do Paraná.

As margens dos rios Ivaí, Piquiri, Cinzas e Iguaçu, em toda a sua extensão, são algumas das áreas apontadas como estratégicas para conservação. Também foram incluídas no levantamento áreas de remanescentes de floresta nativa existentes na região central do Paraná, nascentes de rios importantes, locais onde há grande diversidade de fauna e flora e áreas de floresta que podem ser conectadas a outros remanescentes florestais para construção de corredores de biodiversidade.

O trabalho coordenado pelo IAP foi realizado com base em estudos do Ministério do Meio Ambiente e contou com a participação de aproximadamente 30 organizações da sociedade civil, entre elas a Organização Não-Governamental (ONG) The Nature Conservancy - TNC.

“Esta ação prova que a política ambiental do Estado não vem construída de maneira isolada e em gabinetes. Estamos sempre pensando em buscar refúgio para a biodiversidade paranaense, sem esquecer de inserir neste processo a questão social e os agricultores paranaenses”, declarou o secretário Rasca. Segundo ele, o objetivo do trabalho é criar uma ferramenta para a gestão ambiental com base no planejamento da paisagem, delimitando as áreas de maior importância para a biodiversidade paranaense e, incluindo as bacias hidrográficas como base.

“Com isto poderemos incluir novos incentivos, parcerias, estudos e ações que promovam a conservação dos ambientes naturais e a restauração de áreas estratégicas para a formação de corredores ecológicos”, declarou Rasca Rodrigues.

MAPEAMENTO - A primeira fase do Programa identificou os principais remanescentes de vegetação do Paraná (áreas consideradas estratégicas para conservação) a partir do qual foram definidas as áreas necessárias para recomposição da vegetação. O mapeamento utilizou imagens de satélites (INPE 2008) considerando estudos do Ministério do Meio Ambiente sobre as áreas prioritárias para a biodiversidade; Projeto rede da biodiversidade; o sistema estadual e federal de Unidades de Conservação, Estações Ecológicas e áreas prioritárias definidas pelo Sisleg.

De acordo com o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, a primeira fase em campo será na região da Floresta com Araucária, ambiente extremamente ameaçado no Paraná. “Hoje o Paraná conta com 78 Unidades de Conservação Estaduais e Federais. Contudo, como categoria de Proteção Integral (domínio público) somente 2,41% do Estado estão efetivamente protegidos. A floresta com araucária, por exemplo, está muito pouco representada, com apenas 0,32% de Unidade de Conservação de Proteção Integral, indicando a urgente necessidade de criação de novas categorias nessa região”, mencionou Burko.

Ele ressaltou que o resultado das ações de restauração e conservação nas áreas indicadas no mapeamento não depende apenas do esforço do governo. “O apoio das empresas públicas e privadas, ONGs e sociedade civil é fundamental neste processo, aliado ao reconhecimento e incentivo àqueles proprietários que conservam suas áreas naturais”, completou Burko.

Já o gerente de serviços ambientais da TNC, Fernando Veiga, destacou a urgência na recomposição das áreas prioritárias - em função das mudanças climáticas; a inclusão das bacias hidrográficas devido a crescente escassez dos recursos hídricos e a fragmentação dos remanescentes florestais. “As prioridades apresentadas no estudo incluem algumas estratégias que deverão responder de maneira rápida ao desafio que temos pela frente”, reforçou.

FERRAMENTAS - Como exemplo de ferramentas que já vêm sendo implementadas em campo pelo IAP, destacam-se a criação e manutenção de Áreas Protegidas de Proteção Integral; a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) - que também geram recursos para os municípios onde estão localizadas (ICMS Ecológico). Além disso, outros pagamentos por serviços ambientais como água e carbono, além da biodiversidade; a proteção e a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e o fomento de sistemas agroflorestais que estão localizados no entorno de Unidades de Conservação e que são chamadas áreas de amortecimento.

A diretora de Biodiversidade do IAP, Márcia Tossulino, disse que a iniciativa permitirá novos incentivos, parcerias e estudos. “Ou seja, de ações que promovam a conservação dos ambientes naturais e a restauração de áreas de áreas estratégicas para formação de corredores ecológicos”, destacou Márcia.

Um dos incentivos previstos visa beneficiar quem conservou mais que os 20% exigidos como Reserva Legal - RL pela Lei 4771/65 facilitando para que estes proprietários possam ceder (vender ou alugar) o seu excedente de floresta para compor a RL de outras propriedades que não possuem áreas conservadas. Com isto, os proprietários que conservaram suas florestas podem ser beneficiados através de uma renda extra.

Para a coordenadora do projeto e chefe do Departamento Biodiversidade do IAP, Mariese Muchailhe. “A ideia é conjugar esforços públicos e privados para a realização de gestão ambiental baseada no planejamento da paisagem, identificar e propor novos mecanismos e estratégias para incentivar à conservação nestas áreas de grande importância biológica no Paraná”, finalizou Mariese.

Durante o evento 32 pessoas receberam certificados dos órgãos ambientais pela contribuição e comprometimento na elaboração da proposta das Áreas Estratégicas para Conservação da Biodiversidade do Paraná.

PARCERIA – Como parte do projeto apresentado nesta terça-feira (01), Vitor Higo Burko e o gerente de meio ambiente da empresa Tractebel Energia, José Lourival Magri, assinaram um termo de cooperação técnica para concretizar as ações de conservação na APA da Serra da Esperança – localizada na região central do Estado.

“Este apoio será para a realização e atualização do mapeamento da cobertura florestal de parte do Paraná, bem como recursos financeiros para a criação de uma Unidade de Conservação de um parque na Serra da Esperança”, comentou o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko.

Esta é a primeira vez no Estado que uma empresa do setor de energia investe, voluntariamente, na criação de uma Unidade de Conservação e sem que a medida esteja prevista entre as condicionantes para obtenção do licenciamento ambiental.

+ Mais

Ação conjunta garantiu o sucesso da operação Tolerância Zero

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, parabenizou, durante reunião semanal da Escola de Governo desta terça-feira (1), a atuação dos órgãos federais envolvidos na operação Tolerância Zero, que resultou no fechamento de 36 serrarias e apreensão de 6 mil metros cúbicos de madeira (equivalente a 500 caminhões carregados) no Assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu. A operação foi realizada pela Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), com apoio Governo do Estado.

“As duas maiores operações em prol do meio ambiente realizadas no Paraná contaram com o apoio dos órgãos federais: a operação Angustifolia e a operação Tolerância Zero. O trabalho da Polícia Federal tem sido fundamental no combate às redes criminosas que exploram as nossas florestas e, em nome do Governo, agradeço aos órgãos federais por todo este esforço”, declarou o secretário.

O secretário explicou que a área degradada é um patrimônio ambiental público. “A área que compõe o Assentamento Celso Furtado foi desapropriada pelo Incra por R$ 75 milhões para a regularização fundiária. No local havia 5 mil hectares de florestas de pinus, eucalipto e araucária plantados. As redes criminosas estavam assaltando esse patrimônio ambiental”, afirmou Rasca.

Participaram da ação aproximadamente 600 pessoas, das quais 117 policiais do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde e outros 154 policiais de diversas unidades do Comando do Policiamento do Interior, além de servidores do Incra e Ibama.

A superintendente do Incra no Paraná, Cláudia Sonda, diz que a Operação Tolerância Zero foi organizada com base em denúncias realizadas por funcionários do Incra, assentados e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Foram iniciadas as atividades para reprimir a extração e comercialização ilegal de madeireiras, que atuam em 11 municípios localizados nas regiões Centro-Oeste, Sudoeste e Oeste do Paraná”, afirmou.

ATUAÇÂO – O delegado chefe da Delegacia de Combate aos Crimes Ambientais, Rubens Lopes da Silva, contou que entre os crimes que vinham sendo praticados no assentamento estão porte ilegal de armas, falta qualificada, formação de quadrilha, receptação, roubo, rixa, favorecimento real, favorecimento pessoal, estupros e homicídios. “Além disso, havia mais de 40 denúncias de crimes ambientais feitas por cidadãos e pelos policiais da 3ª Companhia, através do comandante Renato Marqueti”, disse.

Silva falou sobre a parceria entre a Secretaria da Segurança Pública do Paraná e os órgãos federais envolvidos na operação e apresentou fotos e imagens aéreas da degradação constatada na região. “Os madeireiros que coordenavam o crime eram, em sua maioria, de fora do Estado e com grande poder aquisitivo. Pudemos comprovar isso com a qualidade dos equipamentos encontrados para abrir as clareiras e a logística organizada no local”, mencionou Rubens.

Segundo o delegado, o trabalho de inteligência da Polícia Federal foi extremamente eficaz. “Isso garantiu que o juiz da 1ª vara de Cascavel expedisse 29 mandados de prisão, 60 mandados de busca e apreensão e 35 mandados de interdição das madeireiras que estavam funcionando de forma totalmente irregular e receptando madeira roubada do assentamento Celso Furtado”, afirmou.

O comandante do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, tenente-coronel Rosa Neto, apresentou o planejamento das atuações durante a Operação Tolerância Zero. “Foi uma operação muito positiva em que o principal objetivo era coibir o crime ambiental, em especial a extração de madeira ilegal. Com um trabalho conjunto entre a Batalhão Força Verde e a Polícia Federal conquistamos êxito na operação”, disse. O Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde ficou responsável por 29 mandados de prisão e 95 mandados de busca e apreensão. Para isso foram utilizadas 49 viaturas do Comando do Policiamento do Interior e 36 do Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde.

Para o superintendente da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o amadurecimento do debate sobre meio ambiente e sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais, faz com que o tema esteja, cada vez mais, presente nas diretrizes de atuação da PF. Ele destacou duas contribuições ambientais realizadas pela Polícia Federal, além do trabalho de investigação. “O programa Carbono Zero - que prevê o plantio de árvores nativas, a reposição e compensação dos gases poluentes emitidos pela Polícia Federal em todos os estados, e a operação Tolerância Zero. Nas duas ações constatamos a participação maciça da sociedade, seja contribuindo com os plantios, ou denunciando os crimes contra a natureza”. Ele ressaltou que as denúncias dos cidadãos foram fundamentais para o início do trabalho de inteligência da PF.

Entre os resultados da Operação Tolerância Zero estão a prisão de 20 pessoas envolvidas com o corte ilegal de madeira. Também foram expedidos 29 termos circunstanciados, 74 autuações e 12 flagrantes. Uma grande quantidade de madeira cortada ilegalmente foi apreendida, sendo 1.087,32 m³ de tora de araucária, 674,28 m³ de araucária serrada, 221 m³ de lenha nativa, 1.572,18 m³ de pinus e 500 kg de carvão. Foram apreendidos nove veículos - cinco caminhões e quatro tratores.

Dentre os equipamentos utilizados na extração de madeira estavam sete serras (uma serra acoplada ao trator, quatro serras fita, duas circulares) e sete motosserras; três motores (dois motores estacionários e um motor gerador com serra circular); uma mesa com serra circular fixa; um carrinho de mesa; um porta serra fita volante; duas plainas; uma destopadeira pneumática; duas destopadeiras de cantoneira; uma desempenadeira; uma lixadeira; quatro exaustores; um compressor 20 pés; um conjunto de afiação para circular; um picador Van Mac; uma rede de pesca com 10 metros; 1 kg de pescado; e 23 cartuchos intactos calibre 22.


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.