2 de Dezembro de 2009 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - Uma equipe da Polícia Federal (PF)
será a responsável, até a próxima
sexta-feira (4), por observar e sobrevoar a Terra
Indígena Yanomami localizada em Roraima.
A ação é resultado
de um pedido feito pela Fundação Nacional
do Índio (Funai) no estado que recebeu denúncias
de indígenas sobre a permanência e
atuação de garimpeiros na região.
Os invasores estariam ameaçando diretamente
as comunidades indígenas, aproximando-se
das casas, roubando suas plantações
e promovendo intensa movimentação
de aeronaves nas proximidades do local.
A superintendência da Polícia
Federal em Roraima informou que, até o momento,
não foi constatada a existência de
garimpo no local, mas que há indícios
da prática da atividade na terra indígena.
Além da presença de garimpeiros, os
índios também denunciam o uso de armas
de fogo por essas pessoas. A denúncia partiu
da Hutukara Associação Yanomami (HAY).
De acordo com o documento elaborado
pela HAY, no último dia 22, garimpeiros dispararam
tiros contra yanomamis da comunidade Hoyamoú,
região de Hakoma, no Rio Mucajaí.
Os indígenas pedem providências urgentes
e alegam que “a situação tende a piorar
rapidamente se os órgãos competentes
não tomarem as providencias necessárias
para acabar com o garimpo na Terra Indígena
Yanomami”.
O coordenador-geral do Conselho
Indígena de Roraima (CIR), Dionito José
de Souza, disse que a instituição
ainda não foi comunicada oficialmente sobre
o caso e que aguarda o retorno da equipe da Polícia
Federal para saber mais detalhes.
“Ainda não temos certeza
sobre o que realmente está acontecendo no
local. Eu estava viajando e só a partir de
hoje vou me inteirar mais sobre o assunto”, declarou.
Denúncias sobre a presença
de garimpeiros em terras yanomami tem sido comunicadas
pelos indígenas às autoridades que
podem auxiliar na identificação e
resolução do problema desde 2005.
Segundo o Instituto Socioambiental
(ISA), a invasão de garimpeiros agravou-se
em 2009, impulsionada pelo alto preço do
ouro no mercado internacional. Para a direção
do ISA, a situação é inquietante
porque relembra os antecedentes da "corrida
do ouro dos anos 1980 em Roraima, que matou 15%
da população yanomami e culminou com
o triste e célebre massacre de Haximu em
1993".
+ Mais
Inpa inaugura obras e amplia linhas
de pesquisa científica na Amazônia
4 de Dezembro de 2009 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa) vai inaugurar 40 obras destinadas à
pesquisa científica na região até
março de 2010. Os novos espaços contam
também com equipamentos e recursos de cerca
de R$ 40 milhões, provenientes do Ministério
de Ciência e Tecnologia (MCT), da Superintendência
da Zona Franca de Manaus (Suframa), Fundação
de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam),
entre outros.
Hoje (4) será inaugurado
o Laboratório Temático de Bioprospecção
de Insetos, que ajudará os pesquisadores
no desenvolvimento de estudos relacionados aos micro-organismos
que vivem na região amazônica.
O diretor do Inpa, Adalberto Val,
disse à Agência Brasil que os investimentos
feitos no instituto contribuem diretamente para
a promoção e a consolidação
das pesquisas na região. Ele destacou que
os laboratórios reúnem equipamentos
e espaços que, por meio de tecnologias biológicas
apropriadas, possibilitarão o estudo e a
exploração das matérias-primas
existentes na Floresta Amazônica.
“O caminho e o futuro da Amazônia
envolvem a exploração de produtos
e processos escondidos na floresta. Não há
duvida de que esse conjunto de tecnologias permite
a geração de renda e a inclusão
social”, destacou.
No último dia 27, dois
novos laboratórios iniciaram suas atividades.
Eles também são resultado dos novos
investimentos no Inpa. Um deles é o Núcleo
de Biotecnologia aplicado à Agrossilvicultura
(que estuda e monitora plantas da região
para a elaboração de produtos naturais)
e o segundo destina-se à análise físico-química
de alimentos. Nesses espaços, os pesquisadores
poderão trabalhar no desenvolvimento de alimentos,
como farinha de peixe. Também poderão
se dedicar à produção e a estudos
de insumos em geral, sejam eles alimentos, ração
para animais e novos compostos para produção
de energia.
Segundo o diretor do Inpa, o laboratório
de alimentos terá papel fundamental para
a construção de fórmulas e
de saídas que possibilitem uma alimentação
mais saudável para a população
da região. “A alimentação de
uma população está diretamente
relacionada ao ambiente em que vivem essas populações
e por isso é importante que se desenvolvam
composições apropriadas para todos”.
De acordo com o responsável
pelo Núcleo de Biotecnologia aplicado à
Agrossilvicultura, o pesquisador José Francisco,
o novo espaço vai permitir avanços
nos estudos de plantas realizados pelo Inpa. "O
laboratório é a estrutura em que treinamos
recursos humanos e onde são feitas as análises
para que esses produtos possam ser usados pela sociedade.”