2 de Dezembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, afirmou hoje (2) que a licença
ambiental para as obras da BR-319 só sairá
quando forem cumpridas as exigências ambientais
para compensar os impactos da obra, como a criação
de 29 unidades de conservação na região
do empreendimento. A rodovia, que liga Manaus (AM)
a Porto Velho (RO), corta a região mais preservada
da Amazônia.
Em entrevista ao programa 3 a
1, da TV Brasil, Minc disse que manifestou uma posição
contrária à construção
da rodovia, mas que o governo decidiu pela obra.
“Acho que uma ferrovia seria mais interessante,
porque não abriria estradas vicinais, a chamada
espinha de peixe. O governo decidiu fazer a estrada,
então fizemos uma série de exigências
ambientais e eu disse que se elas todas não
fossem cumpridas, a licença não sairia.
A questão continua no mesmo pé”, afrmou.
Segundo Minc, os compromissos
internacionais de redução de emissões
de gases de efeito estufa que o Brasil levará
à 15° Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15),
em Copenhague, reforçam a necessidade de
exigências para evitar o aumento do desmate
na região.
O ministro também comentou
outro licenciamento ambiental polêmico, o
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio
Xingu (PA), mas minimizou a pressão que o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) vem recebendo
para autorizar a obra.
“Não é só
com Belo Monte. Houve a mesma discussão com
as usinas do Madeira, com as usinas do Tapajós.
Mesma uma hidrelétrica com o melhor critério,
que inunde uma área pequena, sempre vai haver
uma população local que é contra,
um ambientalista que é contra”, afirmou.
Minc falou sobre a expectativa
para a COP-15, que começa na próxima
segunda-feira (7). Ele disse que está mais
otimista com os possíveis resultados da reunião,
e que o Brasil influenciou de forma positiva outros
países a anunciarem metas de redução
de emissões de gases de efeito estufa.
Durante o programa, o ministro
reafirmou a sua posição favorável
à reformulação da política
antidrogas. “Defendemos uma política preventiva,
para que a questão seja tratada como questão
de saúde pública para os usuários
e dependentes”.
A entrevista completa será
exibida a partir das 22h pela TV Brasil. O programa
3 a 1 é apresentado pelo jornalista Luiz
Carlos Azêdo. Participaram da entrevista com
o ministro Carlos Minc os jornalistas João
Domingos e Marta Salomon.
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Dirigente do Inmet na Região
Norte pede mais fiscalização de queimadas
no Amazonas
3 de Dezembro de 2009 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - A chefe do 1º Distrito do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), responsável
pelos estados do Amazonas, de Roraima e do Acre,
Lúcia Gularte, defendeu hoje (3), em Boa
Vista, capital de Roraima, a realização
de concurso público para contratação
de técnicos e profissionais que possam atuar
de forma mais eficaz na fiscalização
das queimadas na Região Norte.
Para ela, o trabalho deve se concentrar
especialmente no Amazonas, estado que registra atualmente
diversos problemas relacionados à concentração
de fumaça na atmosfera, decorrente de incêndios
florestais. “As pessoas continuam queimando e, por
causa do clima seco, o pasto funciona como combustível
para que a queima aumente naturalmente. A solução
para isso é fiscalização.”
Segundo o Corpo de Bombeiros do
Amazonas, os incêndios nas áreas de
floresta aumentaram significativamente em 2009 no
estado. Só em setembro, as ocorrências
subiram 371%, em comparação com o
mesmo período do ano passado. Em outubro
de 2008, os registros de incêndio ficaram
em 69, enquanto, no mesmo mês deste ano, o
número de ocorrências foi de 299.
De acordo com dados do Inmet,
o período chuvoso deste ano está sendo
o mais curto dos últimos quatro anos, por
causa, sobretudo do fenômeno El Niño
(aquecimento das águas do Oceano Pacífico),
que está atuando com “força total”
no Norte do país.
Ainda conforme Lúcia Gularte,
não devem ocorrer chuvas contínuas
em dezembro em Manaus e entorno como ocorre habitualmente.
A previsão é que haja apenas de pancadas
de chuvas juntamente com as altas temperaturas.
Ela lembrou que, há pelo menos dez anos,
as temperaturas não estavam tão altas
na Região Norte do país.
“Teve local em Manaus em que não
choveu o mês inteiro em outubro. A diminuição
das chuvas é fato, e uma das provas é
que os rios estão muito secos. A situação
poderia ter sido pior se não tivéssemos
passado este ano pela maior cheia da história”,
avaliou a meteorologista.