9 de Dezembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Brasil já tem
2,6 milhões de empregos verdes e a transição
para uma economia que leve
a menores emissões de gases de efeito estufa
pode aumentar a criação desses postos
de trabalho, segundo o relatório Empregos
Verdes no Brasil: Quantos São, Onde Estão
e Como Evoluirão nos Próximos Anos,
que será lançado hoje (9) pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
O levantamento considera verdes
os postos de trabalho em atividades econômicas
quer contribuem para a redução de
emissões e para a melhoria da qualidade ambiental.
Em 2008, o total de empregos verdes no país
– 2.653.059 – representava 6,73% do total de postos
de trabalho formais.
A conta da OIT considerou dados
da Relação Anual de Informações
Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego,
e agregou os empregos verdes em seis categorias:
produção e manejo florestal; geração
e distribuição de energias renováveis;
saneamento, gestão de resíduos e de
riscos ambientais; manutenção, reparação
e recuperação de produtos e materiais;
transportes coletivos alternativos ao rodoviário
e aeroviário; e telecomunicações
e teleatendimento.
Entre as ocupações
listadas estão a produção de
mudas, a gestão de manejo florestal, a reciclagem,
a fabricação de biocombustíveis
e atividades menos óbvias do ponto de vista
ambiental, como as telecomunicações
(evitam deslocamentos e emissão de poluentes
com transporte) e a manutenção de
equipamentos eletrônicos (reduzem necessidade
de fabricação de novos e aumentam
eficiência energética).
De acordo com a OIT, “a geração
de empregos verdes não pode estar dissociada
da noção de trabalho decente”. Por
isso, o levantamento exclui da conta o enorme contingente
de catadores de materiais recicláveis, pela
falta de proteção social da atividade
e pelo grau de insalubridade a que estão
expostos. “Embora atualmente não restem muitas
dúvidas quanto ao papel positivo desempenhado
por esses trabalhadores em relação
ao meio ambiente, o fato é que certamente
não é esse tipo de postos de trabalho
que a OIT pretendia promover”, justifica o relatório.
Além das vagas em atividades
econômicas que contribuem para a redução
de emissões e para a melhoria da qualidade
ambiental, a OIT considerou o potencial de criação
de empregos verdes por setores baseados na exploração
de recursos naturais e que dependem da qualidade
ambiental: extração mineral e indústrias
de base; construção, comercialização,
manutenção e uso edifícios;
agricultura, pecuária e pesca; e turismo
e hotelaria.
Pelos dados de 2008, esses setores
foram responsáveis por cerca de 5,8 milhões
de empregos formais. Parte das vagas poderá
se tornar sustentável, segundo a OIT, se
os setores passarem por um “esverdeamento” dos processos
de produção e distribuição.
“O potencial de geração
de empregos verdes dessas atividades decorre do
fato de serem ao mesmo tempo grandes empregadoras
e grandes emissoras de carbono ou ainda grandes
consumidoras de energia e de recursos ambientais,
muitos deles não renováveis”, aponta
o estudo.
No documento, a OIT lista o programa
habitacional Minha Casa, Minha Vida, a redução
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
para eletrodomésticos da linha branca, a
obrigatoriedade de inspeção veicular
para controle de emissões, a regularização
fundiária na Amazônia e a Política
Nacional de Resíduos como medidas que poderão
impulsionar a geração de empregos
verdes no Brasil nos próximos anos.
+ Mais
Copenhague: EUA prometem bom senso
para controlar emissões
9 de Dezembro de 2009 - Da Agência
Brasil - Brasília - A diretora da Agência
de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana,
Lisa Jackson, afirmou hoje (9) que os Estados Unidos
vão adotar medidas de "bom senso"
para conter as emissões poluentes e proteger
a saúde dos seus cidadãos. As informações
são da agência portuguesa Lusa.
Durante o terceiro dia da 15ª
Conferência das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (COP-15),
ela disse que o país precisa de uma legislação
capaz de eliminar qualquer incerteza sobre o assunto.
Lisa garantiu que a agência vai trabalhar
"em estreita colaboração” com
o Congresso norte-americano para aprovar leis que
reduzam as emissões em mais de 80% até
2050.
Os Estados Unidos, juntamente
com a China, são responsáveis por
40% das emissões globais de carbono e têm
sido criticados por conta da lentidão da
aprovação de uma espécie de
pacote climático, previsto para 2010 – e
sem o qual será muito difícil obter
um avanço real nas negociações.
Na última segunda-feira
(7), a Agência de Proteção Ambiental
(EPA) norte-americana já havia feito o anúncio
de que as emissões de gases de efeito estufa
não apenas são responsáveis
pelo aquecimento global mas constituem uma ameaça
à saúde pública.