22 de Dezembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva homologou a demarcação
de nove terras indígenas, num total de mais
de 5 milhões de hectares (ha), a maioria
na Amazônia. Os decretos estão na edição
de hoje (22) do Diário Oficial da União.
A maior das reservas criadas hoje
é a Terra Indígena Trombetas Mapuera,
no Amazonas, com território de quase 4 milhões
de hectares, o equivalente a 40 mil campos de futebol.
A área se destina a mais de dez etnias, além
de grupos indígenas isolados.
Também no Amazonas, foram
homologadas as terras Balaio (257 mil ha), Lago
do Correio (13 mil ha), São Domingos do Jacapari
(134 mil ha) e Prosperidade (5,5 mil ha).
Dois decretos consolidam reservas
no Pará: a TI Las Casas, com área
de 21,3 mil ha para os índios kaiapó
e a TI Zo'é, de 668 mil ha, área maior
que o Distrito Federal. Em Roraima, uma área
de 30 mil ha dos índios wapixana também
foi homologada.
Em Mato Grosso do Sul, área
de tensão permanente entre indígenas
e fazendeiros pela posse de terras, o governo homologou
a TI Arroio-korá, com 7 mil ha para os índios
guarani kaiowá e guarani nandeva, no município
de Paranhos, no extremo sul do estado.
Além das nove terras indígenas
homologadas, outro decreto presidencial publicado
hoje desapropria uma fazenda de 4,3 mil ha no município
de Rodelas, na Bahia, para assentamento de uma comunidade
indígena tuxá.
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Megafósseis viram enfeites
em casas de ribeirinhos no interior do Amazonas
20 de Dezembro de 2009 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - Fósseis de animais gigantes que
viveram há milhares de anos na Amazônia
viraram enfeites exóticos em casas de ribeirinhos
e de moradores de Eirunepé, no sul do Amazonas.
Os megafósseis, segundo
a paleontóloga Rosemery Silveira, existem
de forma vasta nesse município, mas a falta
de pesquisas para estudar o cenário na localidade
e também para orientar os moradores sobre
o que isso representa, faz com que muitos desses
objetos não tenham a devida importância
histórica reconhecida.
“Eles [os moradores]não
fazem por maldade. Desconfiam se tratar de um vertebrado
por associar os formatos a ossos de animais conhecidos,
mas por causa da diferença de tamanho, muitos
não sabem mesmo do que se trata”, disse.
De acordo com Rosemery, que também
é responsável pelo laboratório
de Paleontologia da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam), são considerados fósseis todo
e qualquer vestígio de ser vivo preservado
em rocha, ou seja, petrificado, e com idade superior
a 11 mil anos. Ela afirmou que as peças já
resgatadas no município possuem de 3 a 23
milhões de anos de idade.
Na opinião da especialista,
as pesquisas sobre os megafósseis são
fundamentais para a identificação
dos seres que viveram na Amazônia e em outras
regiões do país. Isso poderá
contribuir, por exemplo, para entender como se processaram
as mudanças climáticas na Terra, a
contar do período pré-histórico
até os dias atuais.
“Como as rochas do Rio Amazonas
são parecidas, é muito provável
que os municípios vizinhos também
tenham o mesmo conteúdo de fósseis.
O que está faltando é uma investigação
detalhada dessas áreas”, acrescentou Rosemery.
O geólogo Fernando Burgos,
do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM)
em Manaus, afirmou que não há em curso
nenhum trabalho específico no Amazonas para
levantamento de informações sobre
os sítios paleontológicos. Mesmo assim,
ele garante que estudos nessa área estão
dentro da programação do DNPM, por
orientação do próprio governo
federal, e que a melhor época para essas
pesquisas seria entre setembro e outubro, quando
o nível dos rios está mais baixo.
“Com o rio cheio não dá
para ver o material, mas com o rio baixo, fica fácil
de observar e coletar esses fósseis”, explicou.
Desde os anos 70, a Ufam estuda
os fósseis encontrados na região.
No laboratório de Paleontologia, em Manaus,
podem ser encontradas ossadas de animais pré-históricos,
cabeças de jacarés de grande porte
e outros elementos que comprovam presença
de vida animal na Amazônia há milhares
de anos, incluindo estranhos animais, com dimensões
impressionantes.
Entre os megafósseis encontrados
no Amazonas, estão partes do gigantesco Purussaurus,
que foi o maior crocodilo que já habitou
a América do Sul e podia atingir até
18 metros de comprimento.
Estima-se que só na América
do Sul, cerca de 46 gêneros de grandes mamíferos
tenham se extinguido. As mudanças climáticas
estão entre as hipóteses mais prováveis
para explicar as extinções desses
animais.