Ter, 15 de Dezembro de 2009 -
O secretário de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, José
Carlos Carvalho, defendeu nessa segunda-feira na
Brazilian Climate Alliance, reunião
realizada em um dos eventos paralelos da Cúpula
sobre Mudanças Climáticas das Nações
Unidas (COP-15), a cooperação entre
os setores econômicos brasileiros para uma
produção agropecuária em bases
sustentáveis.
Segundo o secretário é
desnecessário realizar grandes desmatamentos
para ampliar a fronteira agrícola brasileira,
em face do grande estoque de terra subutilizadas
ou abandonadas no processo de produção
agropecuária. O desmatamento e uso do solo,
de acordo com dados do Inventário de Emissões
de Gases do Efeito Estufa de Minas Gerais, são
responsáveis pela maior parte de emissão
desses gases na atmosfera.
Carvalho destacou a importância
da cooperação, integração
e transversalidade de políticas públicas,
cuja formulação deve incorporar a
sociedade civil e as lideranças empresariais.
“É importante também buscar eliminar
o contencioso envolvendo ruralistas e ambientalistas,
porque há mais pontos de convergência
do que de divergência e que estamos dando
mais atenção as nossas divergências”,
afirmou.
“O Brasil é o pais com
melhores oportunidades para enfrentar os problemas
do aquecimento global, em razão da disponibilidade
de terra, recursos naturais e matriz energética
baseada em recursos renováveis. A nossa inserção
na economia global esta se dando em uma época
de grandes transformações rumo à
sustentabilidade e este é outro ponto positivo
para o nosso país”, disse.
O secretário também
criticou duramente o fato de que o valor gasto para
salvar o sistema financeiro na crise mundial ocorrida
no ano passado ter sido extremamente superior aos
valores propostos até o momento para o combate
às mudanças climáticas. “Os
mesmos chefes de Estado e de Governo que estão
chegando em Copenhagen acabaram de torrar literalmente
mais de 3 trilhões de dólares para
salvar o sistema financeiro internacional, mas agora
estão oferecendo migalhas para mitigar os
efeitos do clima”, relatou.
“Até os mais empenhados em resolver o problema
têm uma visão equivocada do que realmente
esta acontecendo, porque não é o planeta
que esta em perigo, ele vai continuar com outra
forma, como já ocorreu em outras crises climáticas
desde a mais remota antiguidade. Quem está
em perigo é a vida tal como ela se manifesta
e como nós a conhecemos”, avaliou.
O Brazilian Climate Alliance foi
patrocinado pela Associação Brasileira
de Papel e Celulose (Bracelpa), União das
Indústrias de Açúcar e Álcool
(Unica) e pela Associação Brasileira
do Agronegócio (ABAG). O encontro, um dos
mais concorridos realizados no espaço brasileiro
na COP-15, contou ainda com pronunciamentos do Ministro
de Meio Ambiente do Brasil, Carlos Minc, da Senadora
Marina da Silva e do Governador de São Paulo,
José Serra.
Fonte: Ascom/ Sisema
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Secretário apresenta balanço
da 1ª semana da Conferência Mundial sobre
Mudanças do Clima
Seg, 14 de Dezembro de 2009 -
Os representantes do Governo de Minas Gerais e integrantes
da delegação brasileira na Conferência
Mundial sobre Mudanças Climáticas
(COP-15) organizadas pelas Nações
Unidas (ONU), o secretário de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José
Carlos Carvalho e o secretário-executivo
do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas,
Milton Nogueira, divulgaram balanço da 1ª
semana da Conferência que acontece até
dia 18 em Copenhague, na Dinamarca.
De acordo com Carvalho, as negociações
estão cercadas de grandes expectativas, em
virtude da pressão mundial e das dificuldades
enfrentadas pelos negociadores em chegar a um consenso
sobre a pactuação de metas de redução
da emissão de gases do efeito estufa (GEE).
“Até agora, os trabalhos
estão sendo pautados por discussões
técnicas e conceituais, seguindo o roteiro
estabelecido desde o Rio de Janeiro (ECO-92) e Kyoto.
Duas questões-chave estão dominando
os debates: uma delas está relacionada ao
estabelecimento de metas de redução
dos gases de efeito estufa e outra diz respeito
ao financiamento das medidas de mitigação
e adaptação às mudanças
climáticas. Este ponto tem colocado os países
em desenvolvimento em contraposição
às nações ricas e industrializadas”,
disse.
O secretário ressaltou
que as definições da COP-15 são
de extrema importância para o Brasil e Minas
Gerais. O país é atualmente o quinto
maior emissor dos gases de efeito de estufa do planeta,
principalmente por conta dos altos índices
de desmatamento que o pais possui, em especial o
da Amazônia. “Por outro lado, nosso país
tem uma das matrizes energéticas mais limpas
do mundo, sendo que em Minas, 97% da energia elétrica
gerada é limpa. Além disso, o Brasil
tem, entre os paises emergentes, a melhor relação
de custo-oportunidade para enfrentar os problemas
do clima”, argumentou.
Minas na COP - 15
O principal objetivo dos representantes
mineiros na Conferência é acompanhar
o desenrolar das negociações referentes
ao mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) estabelecido
no Protocolo de Kyoto. O MDL permite a negociação
de créditos de carbono. “A questão
é de relevante importância estratégica
para Minas, tendo em vista a inclusão do
reflorestamento como uma das atividades que podem
se beneficiar deste instrumento. Destaco que a lenha
e derivados representam quase um terço do
suprimento primário de energia no Estado.
Como membro oficial da delegação brasileira,
tenho acesso a todas as instâncias do processo
de negociação” informou Carvalho.
“Simultaneamente, temos participado
de uma série de eventos relacionados aos
temas que interessam Minas Gerais, como reuniões
nas áreas de biocombustíveis e de
florestas plantadas, para expor a importância
do carvão vegetal renovável como um
importante biocombustível sólido”,
relatou.
Carvalho também informou
que nos eventos paralelos que ocorrem no espaço
Brasil na COP-15, teve a oportunidade de expor o
inventário de gases de efeito estufa do Estado,
estudo que mapeia todas as emissões de GEEs
por setores econômicos, e a recente decisão
do Governo de lançar o Registro Público
das Emissões de GEE, ferramenta inédita
na América Latina e que permite que empreendimentos
localizados em Minas possam calcular suas emissões
e pactuar metas voluntárias de redução
desses gases.
“Minas Gerais tem sido muito destacado
pelas lideranças empresarias e ambientalistas
brasileiras presentes na COP-15 como um Estado de
política ambiental avançada, com destaque
para o nosso inventário, o registro público
das emissões e a nova Lei Florestal de Minas,
que estabeleceu metas de redução do
desmatamento e institucionalizou o pacto com o setor
privado da siderurgia em eliminar o consumo de carvão
vegetal de mata nativa num prazo de 9 anos”, declarou
o secretário.
Negociações com
Banco Mundial
José Carlos também
informou que realizou reunião com a gerente
da unidade de Carbono do Banco Mundial, Joelle Chassard,
na qual foi discutido o financiamento de um amplo
programa de reflorestamento em Minas baseado no
MDL. Carvalho explicou que o Banco Mundial está
administrando um fundo de um bilhão de dólares
para financiar esse tipo de atividade e estão
interessados em se associar ao Governo de Minas
na elaboração de um grande programa
nesta área.
O secretário de Estado
e ex-Ministro de Meio Ambiente, José Carlos
Cravalho, chefiou a Delegação Brasileira
na Rio+10, a Cúpula Mundial de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas,
realizada em Joanesburgo, África do Sul,
em 2002. Por esta razão, o secretário
tem sido muito solicitado a dar opinião sobre
o andamento da Conferência principalmente
para os países da América Latina.
Fonte: Ascom/ Sisema