Brasília (10/03/2010)
– O governo brasileiro quer a inclusão da
espécie Aniba rosaeodora Ducke, pau-rosa,
no apêndice II da Cites, incluindo todas as
suas partes e derivados. Se aprovada, a decisão
viabiliza maior controle internacional do comércio
da espécie. A proposta será apresentada
pela delegação brasileira na 15.ª
reunião da Conferência das Partes na
Convenção sobre o Comércio
Internacional das Espécies Selvagens da Fauna
e da Flora Ameaçadas de Extinção
(Cites), que se realizará em Doha (Qatar),
de 13 a 25 de Março de 2010. O Brasil será
representado por três técnicos do Ibama
e dois do Itamaraty.
O desaparecimento das populações
naturais nos estados do Pará, do Amapá
e em grande parte do estado do Amazonas ocasionado
por intensa exploração, a regeneração
lenta e o comércio preponderantemente externo,
é a justificativa para a solicitação
de inclusão do pau-rosa no anexo ll da Cites.
Árvore de grande porte, podendo atingir até
30m de altura por 2m de diâmetro, é
muito cobiçada pela qualidade de seu óleo
que é utilizado como fixador de perfumes.
Mundialmente conhecido o perfume francês Chanel
N° 5 utiliza o linalol, principio ativo do pau-rosa,
em sua composição.
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Esta espécie compõe
a flora das matas de terras altas da Amazônia
ocidental. Seus frutos são alimentos para
aves, notadamente psitacídeos e aves da família
Ramphastidae (tucanos), sua polinização
é principalmente por abelhas nativas. O pau-rosa
encontra-se nas listas oficiais de espécies
em extinção da Colômbia e Suriname.
A forma predatória de sua exploração
esgotou o estoque disponível nas Guianas
e, em seguida, no estado do Pará, Brasil.
Janete Porto - Ascom Ibama
Foto: Jefferson Rudi
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Tartaruga achada morta no Araçagi
é encaminhada ao Cetas, outra segue em tratamento
São Luis (09/03/2010) -
Na manhã desta segunda-feira (8/3), uma tartaruga
marinha morta da espécie oliva (Lepidochelys
olivacea) foi encontrada por pescadores na Praia
do Araçagi, próximo ao posto do Grupamento
Marítimo do Corpo de Bombeiros. O quelônio
já estava em decomposição e
foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais
Silvestres do Ibama, onde foi enterrado. O aviso
do encalhe foi feito pela Secretaria de Meio Ambiente
do município de São José de
Ribamar.
Essa é a quarta tartaruga
encontrada na orla de São Luís de
janeiro até os primeiros dias de março,
sendo que três foram resgatadas vivas e duas
não resistiram aos ferimentos. Uma das causas
possíveis para os danos foi a interação
com redes de pesca. Só uma das tartarugas
encalhadas este ano nas praias da capital maranhense
sobreviveu: é um exemplar da espécie
cabeçuda (Caretta caretta) que está
em tratamento no Cetas/Ibama-MA. A necropsia de
um dos animais mortos revelou uma grande quantidade
de fragmentos de plástico no seu estômago.
De acordo com informações
apuradas pela TV Mirante, ao encontrarem a tartaruga,
os pescadores pediram que um gari, que estava trabalhando
na limpeza da praia nessa manhã, transportasse
o réptil até o posto do Corpo de Bombeiros,
de onde posteriormente foi removido pelos técnicos
do Núcleo de Fauna da Superintendência
do Ibama no Maranhão.
A oliva é a menor de todas
as tartarugas marinhas presentes no litoral brasileiro,
medindo cerca de 60 centímetros e pesando
em torno de 65 quilos. Sua carapaça é
de cor cinza esverdeada, daí o seu nome.
No litoral de Sergipe existe hoje a maior concentração
de indivíduos dessa espécie no Brasil
desovando. Já a tartaruga cabeçuda
tem a cabeça proporcionalmente maior que
a das outras espécies, chegando a medir 25
centímetros. É a que faz maior número
de desovas no litoral, tem o dorso marrom e o ventre
amarelado. Seu casco mede aproximadamente um metro
e pesa cerca de 150 quilos, embora alguns exemplares
cheguem a 250 quilos. Para desovar procura preferencialmente
as praias ao norte do Rio de Janeiro, especialmente
as do Espírito Santo, Bahia e Sergipe.
Ascom Ibama/MA