10/04/2010
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Empresa de Pesquisa Energética
(EPE), vinculada ao Ministério de Minas e
Energia, concluiu a revisão dos Estudos
de Inventário Hidrelétrico da Bacia
Hidrográfica do Rio Araguaia. O documento,
entregue nesta semana à Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel), aponta as usinas
que poderão ser construídas ao longo
do rio e constitui o primeiro passo para o leilão,
disse à Agência Brasil o presidente
da EPE, Maurício Tolmasquim.
“O estudo de inventário vê a partição
da queda d’água, a melhor maneira de você
dividir a queda para explorar os potenciais dessa
bacia”, explicou. O estudo de inventário
é feito juntamente com uma avaliação
ambiental integrada, que vê o impacto dessas
usinas funcionando juntas na bacia. “Então,
na análise da melhor divisão, é
olhado tanto o aspecto ambiental e social quanto
o econômico”.
Após a aprovação do inventário,
terão de ser feitos estudos de viabilidade
técnica e econômica e de impacto ambiental
para cada empreendimento. O estudo de impacto ambiental
é apresentado no Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) para obtenção da licença
prévia. Depois disso, é feito o leilão.
O presidente da EPE não vê problemas
ao meio ambiente nem à sociedade para a construção
ou licenciamento das usinas no Araguaia. “No caso
do Araguaia, a área mais sensível
é a do médio Araguaia, onde tem a
planície do Bananal. Então, não
se colocou usinas nessa área, mas só
no alto ou no baixo Araguaia”. A decisão
respeita as recomendações do Plano
Estratégico da Bacia Hidrográfica
dos Rios Araguaia e Tocantins, elaborado pela Agência
Nacional de Águas (Ana).
O estudo da EPE mostra um total de 2.483 megawatts
(MW) de potência instalada na bacia do Rio
Araguaia, considerando as hidrelétricas de
Santa Isabel (1.087 MW), Couto Magalhães
(150 MW), Torixoréu (408 MW), Toricoejo (76
MW) e Água Limpa (320 MW). Foram identificados
ainda três novos pontos de aproveitamento,
com capacidade conjunta de 442 MW.
No caso de Santa Isabel e Couto Magalhães,
o presidente da EPE lembrou que as usinas já
foram leiloadas. A perspectiva é de que comecem
a construir ou a participar de leilões para
venda de energia em 2011. Para Água Limpa
e Toricoejo, a previsão é para 2013.
Outros seis inventários deverão ser
concluídos este ano, envolvendo as bacias
dos rios Branco, Jari, Juruena, Tibagi, Aripuanã
e Sucunduri, que integram o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC). Maurício Tolmasquim
acredita que essas usinas deverão ser leiloadas
a partir de 2014.
+ Mais
Inpe registra 208 km² de
desmatamento na Amazônia em dois meses
08/04/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Amazônia perdeu uma área
de pelo menos 208,2 quilômetros quadrados
(km²) nos meses de janeiro e fevereiro de 2010.
Os números são do Sistema de Detecção
do Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgados
hoje (8) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
Em janeiro, foram detectados 23
km² de desmatamento e em fevereiro 185 km².
Nos mesmos meses de 2009, o Inpe havia observado
222 km² e 143 km² de desmate, respectivamente.
No entanto, por causa da distribuição
de nuvens, o instituto evita comparações
entre os períodos.
São os primeiros dados
do Deter divulgados em 2010. Nos meses da estação
chuvosa na Amazônia, o Inpe agrupa os alertas
em uma base bimestral ou trimestral para melhorar
a amostragem.
A cobertura de nuvens impediu
a visualização de 69% da região
em janeiro e em fevereiro 57% da Amazônia
Legal ainda estavam encobertos, o que dificultou
a observação dos satélites.
Mato Grosso, que tinha a maior
parte do território sem nuvens, acumula o
maior desmatamento no período. O Inpe registrou
143,4 km² de novas derrubadas no estado – 69%
do total detectado em janeiro e fevereiro em toda
a região. Em seguida aparecem Roraima, com
26,9 km² de novos desmates, e o Pará,
com 17,2 km² a menos de florestas.
O desmatamento medido pelos satélites
no Maranhão foi de 11,7 km²; em Rondônia,
de 7,4 km²; e no Tocantins, de 1,7 km².
A medição do Deter
considera as áreas que sofreram corte raso
(desmate completo) e as que estão em degradação
progressiva. O sistema serve de alerta para as ações
de fiscalização e controle dos órgãos
ambientais.