13/04/2010 - Ana Flora Caminha
e Carine Corrêa - Cerca de 2 mil obras raras
sobre a biodiversidade serão digitalizadas
e disponibilizadas na internet dentro dos próximos
quatro anos. O projeto "Digitalização
e Publicação Online de Coleção
de Obras Raras Essenciais
em Biodiversidade das Bibliotecas Brasileiras"
vai tornar acessíveis ao público vários
títulos - principalmente dos séculos
XVIII e XIX - que constam dos principais acervos
do Brasil. As primeiras 200 obras devem ser digitalizadas
já em 2010.
O projeto faz parte de uma iniciativa
nacional mais abrangente, chamada Biblioteca Virtual
em Biodiversidade e Meio Ambiente, que conta com
a participação do Ministério
do Meio Ambiente, Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), Associação Memória
Naturalis, Museu de Zoologia da Universidade de
São Paulo (USP) e Centro Latino-Americano
e do Caribe de Informação em Ciências
da Saúde (Bireme/OMS).
O custo desta iniciativa é
de cerca de R$ 1,8 milhão, valor que inclui
a digitalização das 2 mil obras e
a criação de laboratórios de
digitalização em São Paulo,
Belém e no Rio de Janeiro, além de
um equipamento móvel. O projeto tem o objetivo
geral de contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento
da infra-estrutura de informação e
comunicação científica em biodiversidade
e meio ambiente, e será operacionalizado
em parceria com iniciativas internacionais semelhantes.
Busca, ainda, resgatar, tratar, disseminar e preservar
o conhecimento referente ao estudo da biodiversidade
brasileira, democratizando e facilitando seu uso
em pesquisa, educação e gestão
de políticas públicas.
Seleção - As obras
serão digitalizadas e operadas online no
Portal de Obras Raras Essenciais em Biodiversidade,
ainda em fase de construção. A seleção
será realizada pelo Comitê Consultivo,
constituído por representantes das instituições
que contêm os maiores acervos relacionados
ao tema do Brasil: Biblioteca do Instituto de Biociências
da USP, Biblioteca do Instituto de Botânica
do Estado de São Paulo, Biblioteca do Instituto
Oswaldo Cruz, Biblioteca do Jardim Botânico
do Rio de Janeiro, Biblioteca do Ministério
do Planejamento, Biblioteca do Museu Nacional do
Rio de Janeiro, Biblioteca do Museu Paraense Emílio
Goeldi e Biblioteca do Museu de Zoologia da Universidade
de São Paulo.
O Comitê se reúne
uma vez ao ano e define as obras que serão
analisadas e catalogadas seguindo padrões
internacionais, de forma a possibilitar o controle
bibliográfico, indexação e
a recuperação das publicações.
O projeto foi assinado no fim
do ano passado pela Secretaria de Biodiversidade
e Florestas do MMA. No momento, estão sendo
realizadas as definições técnicas
e metodológicas, bem como os levantamentos
sobre os procedimentos e equipamentos necessários
para a digitalização.
+ Mais
MMA participa de consultas sobre
o Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia
16/04/2010 - No último
dia 13, teve início em Boa Vista (RR) as
consultas públicas - nos nove estados da
Amazônia - destinadas a discutir a proposta
preliminar do Plano Regional de Desenvolvimento
da Amazônia (PDRA), de responsabilidade da
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
(Sudam).
Após o último Fórum
dos Governadores, ocorrido em Porto Velho no início
de março, a Sudam passou a organizar consultas
aos representantes da sociedade com vistas a aprimorar
sua proposta de Plano. Técnicos do Ministério
do Meio Ambiente participam das consultas para que
a dimensão ambiental e o desenvolvimento
sustentável sejam a base de qualquer plano
de intervenção regional.
De acordo com Mauro Pires, diretor
de Políticas de Combate ao Desmatamento do
MMA, o PDRA será o instrumento de orientação
dos investimentos da Sudam e por isso é fundamental
que esse documento considere a necessidade de fortalecer
a gestão ambiental no âmbito dos estados
e municípios.
"O Plano prevê metas
de execução até 2020, elas,
portanto, devem ter a dimensão ambiental
incorporada, desde o planejamento e, sobretudo,
na aprovação dos projetos estratégicos.
Nesse sentido, o Macrozoneamento da Amazônia,
concluído recentemente, oferece um valioso
subsídio para orientar os investimentos públicos
e privados."
Nos dias 15 e 16, as consultas
ocorreram em Manaus. Nos dias 19 e 20 é a
vez de Belém.
+ Mais
Fórum com representação
de 17 países debate mudanças climáticas
em Washington
16/04/2010 - Melissa Silva - Nos
dias 18 e 19 de abril, a secretária de Mudanças
Climáticas e Qualidade Ambiental, do Ministério
do Meio Ambiente, Branca Americano, participa do
Fórum das Maiores Economias sobre Energia
e Clima (MEF, sigla em inglês), que acontece
em Washington D.C. (Estados Unidos). Participam
do encontro os representantes dos 17 países
das principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento
do mundo.
O evento, organizado pelo governo
norte-americano, é um espaço de discussão
complementar ao da Convenção de Mudanças
Climáticas das Nações Unidas.
Espera-se um debate aberto e de alto nível
(a maior parte dos países é representada
por seus ministros de meio ambiente) que facilite
o caminho para a próxima Conferência,
prevista para o final do ano, no México.
O objetivo é que não se passe pelas
mesmas dificuldades da última Conferência,
realizada em Copenhague (Dinamarca), no final de
2009, quando o processo de negociação
não chegou a ser concluído.
"O desafio é saber
como continuar trabalhando no âmbito ONU,
com tudo que ela tem de interessante, pois é
um sistema inclusivo (de todos os países),
baseado em decisões em consenso, mas que,
ao mesmo tempo, seja efetivo. Queremos um movimento
inclusivo, mas também queremos que a negociação
ande", explicou Branca.
Outra questão importante
a ser discutida no MEF, acredita Branca, deve ser
a disposição dos países desenvolvidos
de contribuir para financiamento de medidas de mitigação,
principalmente na área de energia, e de adaptação.
Entre os maiores países
em termos de economia e emissões de gases
do efeito estufa que participam do Fórum
estão: Austrália, Canadá, China,
União Européia, França, Alemanha,
Índia, Indonésia, Itália, Japão,
Coréia, México, Rússia, África
do Sul, Reino Unido e os Estados Unidos.
Reunião - Na próxima
semana, dias 25 e 26 de abril, é a vez de
outro grupo se reunir. Os ministros de Meio Ambiente
do Brasil, África do Sul, Índia e
China - representantes do grupo chamado Basic -
se reúnem em Cidade do Cabo, na África
do Sul.
Na oportunidade, a secretária
Branca acompanhará a ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, que pretende avançar o
diálogo sobre vários temas de interesse
comum.
Em janeiro deste ano, o Basic
se reuniu em Nova Délhi (Índia), e
ficou estabelecida a disposição de
firmar cooperação científica
entre os quatro países, com o objetivo de
gerar conhecimento e informações de
apoio ao Basic que possam subsidiar decisões
políticas, bem como responder questionamentos
dos países em desenvolvimento, por exemplo,
como o combate à mudança do clima
poderá impactar as suas economias.