14/04/2010
- O Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), em parceria com a frente Parlamentar e o
Programa Antártico Brasileiro (Proantar),
aprovou aporte de R$ 40 milhões dos Fundos
Setoriais para apoiar pesquisas na Região
Antártica, Oceano Austral, adjacências
e suas influências globais.
Do total dos recursos a serem
disponibilizados 50% serão liberados este
ano e o restante em 2011. Entre as linhas de ações
previstas, está a criação do
Instituto Nacional de Ciências do Mar (INCT-Mar).
Ele tem como objetivos viabilizar pesquisas, a formação
de recursos humanos e a transferência de conhecimentos
à sociedade e ao governo.
A intenção com o
investimento é criar uma plataforma de coleta
de dados oceanográficos que permita embarcar
pesquisadores, professores e alunos, de forma sistemática
e contínua, a fim de desenvolver atividades
de ensino e pesquisa no ambiente marinho.
Segundo o secretário executivo
do MCT, Luiz Elias, “é importante ampliarmos
a capacidade de fomento à pesquisa e apoiar
as Forças Armadas no entrelaçamento
com a cadeia produtiva da área de defesa
do País”. Ele ressaltou que a pesquisa no
mar é uma questão essencial para a
geração de tecnologia e a busca de
uma produção sustentável dos
recursos vivos.
A Frente Parlamentar de Apoio
ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar)
é presidida pelo senador Cristóvão
Buarque e tem a participação de 54
senadores e 121 deputados. O trabalho de seus integrantes
foi fundamental para a aprovação de
emenda parlamentar no valor global de R$15 milhões
para o apoio a pesquisas.
O recurso foi repassado ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq/MCT) que em agosto de 2009
lançou edital público de chamada de
projetos de pesquisa no qual disponibilizou R$12
milhões para cooperações entre
países presentes na Antártica e R$3
milhões para monitoramento ambiental, propiciando
a integração de ações
da comunidade científica latina e representando
o passo inicial do fundamento desta cooperação.
O representante do Serviço
Geológico do Brasil, Keiser de Souza, apresentou
os programas Remplac e Próarea, projetos
da Marinha para de extensão da plataforma
continental e exploração dos recursos
minerais na faixa de mar pertencente ao Brasil.
Os projetos são coordenados pelos comandantes
da Marinha, Carlos Leite e Eron Pessanha e estão
relacionados à Amazônia Azul, extensão
de mar que abrange uma área maior que a Amazônia
Verde, rica em recursos minerais.
O Brasil pleitea, junto à
Comissão de Limites da Plataforma Continental
(CLPC) da Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), a extensão
dos limites de sua plataforma continental, além
das 200 milhas náuticas (370 km), correspondente
a uma área de 963 mil km².
+ Mais
Peixe-boi resgatado em Coari (MT)
está sob cuidados do Inpa
Crédito: Séfora
Antela (Inpa) - Peixe-boi resgatado em Coari
14/04/2010 - O filhote de peixe-boi encontrado enrolado
em uma rede de pesca na comunidade de Mato Grosso,
em Coari, interior do estado, já está
sob os cuidados dos pesquisadores do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). O animal
foi resgatado por agentes da Secretaria de Meio
Ambiente de Coari e entregue aos funcionários
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), que estavam
na região ministrando curso de Agentes Ambientais
Voluntários.
O filhote tem aproximadamente
quatro meses e mede 60 centímetros. Segundo
a veterinária do Inpa, Paula Souza, apesar
do peixe-boi estar machucado, há grade chance
de recuperação. “Há algumas
escoriações na pele, mas nada profundo.
Está se alimentando bem e já interage
com os outros animais. Geralmente perdemos animais
quando eles não se alimentam ou quando estão
muito mal. A chance de recuperação
é muito grande”, disse.
Ao identificar um filhote de peixe-boi,
a população precisa ficar atenta ao
tentar resgatá-lo. A pesquisadora pede que
a população chame os órgãos
ambientais. “A comunidade deve chamar o Ibama, a
polícia ambiental. Não tentar alimentar
o animal, o peixe-boi exige cuidados. O quanto antes
chamar o Ibama para o resgate, melhor”, afirmou
Paula Souza.
Mais de 60 filhotes da espécie,
cujas mães foram vítimas da caça
ilegal, já foram reabilitados com sucesso
pela Associação Amigos do Peixe-Boi
(Ampa), organização não governamental
que atua em parceria com o Laboratório de
Mamíferos Aquáticos do Inpa. O animal,
que é um mamífero dócil, tem
sido alvo de estudos por mais de 35 anos pelo Inpa.
Conscientização
Cinco filhotes nasceram nos tanques
do Inpa, o último foi no início de
2010. Hoje, o Laboratório de Mamíferos
Aquáticos abriga 44 exemplares da espécie.
Em 2009, dez animais foram resgatados – um recorde,
segundo o Instituto.
Só neste ano, cinco já
foram resgatados, sendo que quatro foram levados
para o Instituto em Manaus e um foi transportado
para o Centro de Preservação e Pesquisa
dos Mamíferos Aquáticos (CPPMA), na
Usina Hidrelétrica de Balbina, em Presidente
Figueiredo (AM).
A bióloga da Ampa, Gália
Mattos, diz que a região dos município
de Coari e Careiro Castanho tem hoje os maiores
índices de resgate dos filhotes de Peixe-boi
devido a morte das fêmeas. Ela aposta no trabalho
de conscientização das pessoas para
reverter o quadro e proteger a espécie que
hoje corre o risco de extinção.
“Nós da Ampa temos um trabalho
de educação ambiental que tem como
foco levar para as pessoas as informações
do animal acreditando que quanto mais elas souberem
sobre o peixe-boi, mais vão preservar. Visitamos
as comunidades ribeirinhas falando da importância
do peixe-boi na natureza”, enfatizou.
Sobre a Ampa
O Inpa iniciou em 1974 os estudos
sobre a biologia e conservação do
peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis)
e, em 1985, foi criado o Centro de Preservação
e Pesquisa dos Mamíferos Aquáticos
em Presidente Figueiredo, interior do Amazonas.
Em 2001, depois de 27 anos de
pesquisa, os cientistas sentiram a necessidade de
agilizar a captação de recursos e
promoção de campanhas destinadas à
preservação e pesquisa dos mamíferos
aquáticos, foi então que criaram a
Ampa.
A Ampa tem como missão
promover atividades de proteção, conservação,
pesquisa e manejo do peixe-boi da Amazônia,
e dos outros mamíferos aquáticos existentes
na região.