20/04/2010 - “O que mais me chamou
a atenção foi o nome do parque. Me
sinto privilegiada de estar aqui”, disse a professora
de música Sarita Araújo Pereira. Ela
estava acompanhada de Moira Braga e Karla Caroline.
O grupo faz parte do projeto Novos Rumos,
do Instituto Muito Especial. A Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público –
OSCIP, sediada no Rio de Janeiro, selecionou o grupo
com diferentes necessidades especiais para conhecer
o que as Capitais que sediarão os jogos da
Copa do Mundo de 2014 oferecem para este público.
No Parque Villa-Lobos os visitantes conheceram o
Circuito das Árvores, plataforma suspensa
cercada de árvores de espécie nativa,
como o pau-brasil e o jequitibá, e o Villa
Ambiental, espaço de educação
ambiental do projeto Criança Ecológica.
“Fui muito bem guiada pelo Ulisses, um dos monitores
do Villa Ambiental, ele explicou tudo e eu pude
tocar nas coisas, o que é muito importante”,
afirmou Moira que é deficiente visual.
Karla, que se locomove em uma cadeira de rodas,
pôde ficar mais próxima da área
verde do parque ao passear pelo Circuito das Árvores.
“A gente, normalmente, não tem muito acesso
a ambientes naturais, mas aqui não é
assim”, disse. De acordo com Wiliams Corrêa,
produtor do projeto, após visitarem os pontos
turísticos das Capitais o grupo vai elaborar
um guia e um documentário, gratuitos, com
as dicas dos espaços visitados. “O material
deve ficar pronto em setembro. A idéia é
mostrar o que existe hoje para as pessoas especiais”,
contou.
O grupo elogiou as condições de acessibilidade
do parque, a proposta do Villa Ambiental e sugeriram
melhorias. “O livro Criança Ecológica
poderia ser transformado em áudio e no parque
poderia ter uma trilha com piso tátil ou
corrimão”, indicou Moira. Karla sugeriu que
as rampas sejam mais leves, para facilitar o acesso
do cadeirante que estiver sozinho e Sarita recomendou
a capacitação dos funcionários
do parque em Libras, a língua de sinais.
“Vou indicar o parque a outras pessoas e com certeza
voltarei aqui para ouvir o Villa-Lobos”, confessou
a professora, que ainda pretende visitar o recém
inaugurado “Ouvillas”, local onde os visitantes
podem escutar obras do maestro Heitor Villa-Lobos
ao ar livre.
Texto: Valéria Duarte
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Plantio de 8.400 mudas é
finalizado no Parque Villa-Lobos
26/04/2010 - Para ajudar de verdade
o meio ambiente, não basta apenas plantar
uma árvore, é preciso cuidar dela
e garantir que cresça forte e saudável.
No parque Villa-Lobos esse trabalho sempre foi dobrado
devido ao histórico da área. Os 732
mil m² onde hoje os visitantes passeiam e praticam
esportes era, na década de 80, um grande
depósito de entulho e lixo. No entanto, uma
página dessa história já foi
virada com a finalização do projeto
paisagístico do parque.
Em 2009, a Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo – SMA, responsável
pelo Villa-Lobos, recebeu um Termo de Compromisso
de Recuperação Ambiental – TCRA da
CCR -AutoBAN para o plantio de 8.404 árvores
nativas. Entre as mudas, 1000 são de mais
de três metros de altura e foram plantadas
ao longo das pistas de caminhada e da área
central, com o objetivo de proporcionar mais sombra
aos usuários. As demais 7.644 são
mudas arbóreas de aproximadamente 1,5 metros
de altura e foram plantadas nos bosques do parque
para enriquecer a biodiversidade, de tal forma que
a vegetação consiga manter-se naturalmente
no futuro. No plantio, foram consideradas especialmente
as espécies que atraem fauna, como aves e
insetos, além da adequação
às diferentes condições do
solo e exposição ao sol e vento.
Histórico
Em 2004, quando a SMA assumiu a administração
do parque Villa-lobos, já haviam sido plantadas
quase 12 mil mudas de árvores formando alguns
bosques e também palmeiras imperiais cultivadas
em duas filas próximas a entrada principal.
Com a ampliação do parque até
a Marginal Pinheiros em 2006, foi concluído
o plantio dos bosques e alamedas previstos no projeto
original, acrescentando mais 12 mil árvores.
Os plantios foram feitos em covas com mil litros
de substrato, após a remoção
de entulho e troca de solo, priorizando as espécies
nativas mais indicadas para a recuperação
ambiental e paisagística. Em 2008 foram plantadas
mais 800 mudas referentes ao TCRA da Autoban, novamente
para enriquecimento dos bosques.
Com a finalização do projeto paisagístico,
o parque Villa-Lobos passa a contar com pouco mais
de 33 mil árvores de mais de 150 espécies,
entre elas o pau-brasil, o cedro-rosa, o ipê-amarelo
e o jequitibá-rosa. A manutenção
das novas mudas será durante um período
de seis a 12 meses, no qual necessitam de cuidados
especiais. Passado esse tempo, as árvores
conseguem crescer por si só.
Texto: Ludmilla Fregonesi