(28/04/2010)
O público da VII Exposição
de Tecnologia Agropecuária – Ciência
para a Vida, que a Embrapa promove até o
dia 2 de maio, em Brasília, DF, está
conhecendo, pela primeira vez, o Xaxim Agroecológico.
Desenvolvido pela
Embrapa Agrobiologia, o produto deve servir como
substituto ao xaxim original, feito a partir de
uma planta atualmente em extinção.
A tecnologia vem se mostrando
bastante promissora para os setores de plantas ornamentais
e de produção de mudas. Os vasos são
muito parecidos com o
xaxim original, com boa capacidade de retenção
de água e de fornecimento de nutrientes para
a planta. É a primeira vez que o protótipo
é apresentado ao grande público.
O xaxim mais conhecido entre os
brasileiros é feito a partir do caule da
espécie Dicksonia sellowiana, uma planta
nativa da Mata Atlântica. Esse tipo de xaxim
é muito difundido em todas as regiões
do país, usado por todas as classes sociais,
porém não pode mais ser ofertado,
pois a planta encontra-se em extinção
e sua extração está proibida
por Lei Federal.
A Dicksonia sellowiana também
tem um crescimento muito lento, de 5 a 8 cm por
ano. A proposta do protótipo da Embrapa Agrobiologia
é utilizar outras espécies vegetais
de rápido crescimento e com grande capacidade
de enraizamento.
O exemplo apresentado durante
o Ciência para a Vida é o milheto.
Ele é semeado junto a um substrato orgânico
de boa qualidade, utilizando um recipiente como
molde. Entre 45 e 60 dias, as raízes já
formam um emaranhado no formato de vaso, quando
são cortadas as folhas e a palhada, que podem,
por exemplo, ser reaproveitadas para compostagem
ou para a alimentação de gado bovino.
Para conferir mais rigidez e impermeabilidade
ao produto, é feita uma infiltração
de cera de carnaúba nas paredes do Xaxim
Agroecológico. De acordo com a Analista da
Área de Transferência de Tecnologia
da Embrapa Agrobiologia, Nátia Élen
Auras, com um investimento reduzido para a produção
em grande escala, o Xaxim Agroecológico pode
ser uma opção interessante para pequenos
produtores rurais. “Os visitantes da feira tem mostrado
muito interesse sobre o uso do xaxim agroecológico
para o cultivo de orquídeas”, ressalta.
O processo de produção
do Xaxim Agroecológico vem sendo desenvolvido
há dois anos pelo pesquisador da Embrapa
Agrobiologia, Marco Antonio de Almeida Leal. O produto
está em fase de testes para determinar, com
segurança, sua vida útil, mas os resultados
são bastante satisfatórios, podendo
superar em qualidade as alternativas encontradas
no mercado, que utilizam, por exemplo, fibra de
coco ou resina. A Empresa já efetuou, inclusive,
o pedido de patente da tecnologia. Mais informações
sobre o método de produção
do Xaxim Agroecológico podem ser obtidas
pelo e-mail sac@cnpab.embrapa.br
Graziella Galinari