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RIO DAS VELHAS REJUVENESCE COM MELHORIA DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

Panorama Ambiental
Minas Gerais (MG) – Brasil
Abril de 2010

Qua, 28 de Abril de 2010 - O maior afluente do Rio São Francisco, o Rio das Velhas, começa a apresentar melhoria na qualidade das águas, isso é comprovado pela volta dos peixes ao rio, que dá sinais de rejuvenescimento. Em dez anos, os peixes que subiam cerca de 200 km na bacia desde o Rio São Francisco agora são identificados ao longo de 580 km, já bem mais próximos as áreas consideradas mais degradadas, que ficam na região metropolitana de Belo Horizonte. Essa foi uma das constatações feitas pela Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do Projeto Manuelzão, na “Expedição Rio das Velhas 2009: encontros de um povo com sua bacia”.

Um outro índice que comprova a qualidade da água do Velhas é o parâmetro “Demanda Bioquímica de Oxigênio” (DBO). O estudo é feito pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e mede a quantidade de material orgânico presente na água.

Os dados mostram uma melhora significativa na média de DBO no Rio das Velhas, diminuindo de 15,25 miligramas por litro, em 2003, para 7,6 em 2009. Quanto menor o índice, melhor a qualidade dos corpos de água. A diminuição da DBO e o aumento do oxigênio nos rios é um importante fator para a manutenção e reprodução da fauna aquática.

Este resultado está ligado ao Projeto Estruturador Meta 2010, uma iniciativa que reúne governo do Estado, a maioria das 26 prefeituras municipais que fazem parte da bacia do Velhas em seu trecho metropolitano, a sociedade civil organizada e a população em geral. O principal objetivo é elevar a qualidade das águas de “Classe III” para “Classe II”, que prevê a destinação ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, às atividades de lazer, entre elas, nado e mergulho, à irrigação de hortaliças e a criação de peixes.

Para isso acontecer uma das principais ações é a eliminação do esgoto não tratado no rio, uma das metas do Plano Diretor dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Em janeiro de 2010 foi inaugurado o tratamento secundário da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, o que representa a retirada de cerca de 90% da matéria orgânica presente nas águas, mais precisamente, o tratamento de uma vazão de 3.600l/s.No final do ano passado, o volume de esgoto coletado no Rio das Velhas pela Copasa alcançou 57,33% e a previsão é que este índice suba para 75% até o final de 2010. São 22 ETEs na bacia do rio, 8 em obras e 3 em fase de planejamento.

Poluição Difusa

Paralelo à implantação de grandes empreendimentos em saneamento ambiental, a Copasa realiza importante ação para a Meta 2010. Implantado em 1997, o programa Caça Esgoto é responsável por identificar e retirar o esgoto despejado inadequadamente nas galerias pluviais, nos córregos e nos rios, encaminhando-os para as ETEs. De 2003 a 2008 foram eliminados aproximadamente 550 lançamentos. Atualmente, estão sendo realizados 57 empreendimentos e outros 23 em fase de licitação.

O Caça Esgoto e as operações do Comitê Gestor de Fiscalização Integrada (CGFAI) ligado ao Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) são duas ações governamentais de combate à poluição difusa, (gerada pelo escoamento superficial da água em zonas urbanas e rurais, é dita de origem difusa, uma vez que provém de atividades que depositam poluentes de forma esparsa sobre a área de contribuição da bacia hidrográfica).

Em 2009, o Comitê Gestor de Fiscalização, órgão responsável por promover e planejar o monitoramento da fiscalização ambiental no estado de Minas Gerais, realizou 4 grandes operações integradas na bacia, nas quais foram suspensas as atividades de 37 empreendimentos. Em todas as operações são feitos boletins de ocorrência, autos de infração e os técnicos e policiais fornecem orientações aos empreendedores para buscarem a legalização ambiental.

Navegação

Um outro objetivo da Meta 2010 é a navegação turística no trecho metropolitano do Rio das Velhas. Uma empresa começou em março deste ano a fazer o levantamento batimétrico, os estudos hidrológicos, a definição do canal navegável e dos locais para implantação de terminais de embarque e desembarque de passageiros, além de determinar o impacto ambiental nas áreas de cada terminal projeto. O trecho analisado abrange cerca de 117km da ponte de Sabará até Jaguara Velha e o estudo deve ficar pronto até o final de 2010.

Estas e outras ações que englobam o programa de revitalização do Rio das Velhas, o maior projeto de recuperação de bacia hidrográfica desenvolvido no país, vão ser apresentadas no II Seminário Internacional de Revitalização dos Rios. O evento será realizado em Belo Horizonte e faz parte de um projeto de criação de um movimento internacional pela revitalização de rios. Um dos objetivos é contribuir para o intercâmbio de projetos desenvolvidos em diferentes pontos do planeta, dando continuidade também nas ações do Projeto Estruturador do Estado de Minas Gerais “Meta 2010”.

O encontro será também uma oportunidade para debater modelos e conceitos diferentes de gestão das águas nas bacias hidrográficas, nas cidades e no campo, com apresentação de novos paradigmas, além de conhecer outras práticas de revitalização de rios no mundo, promover intercâmbio e fomentar novas iniciativas.

O II Seminário Internacional de Revitalização dos Rios acontece entre os dias 10 e 12 de maio, no auditório Topázio, no Minascentro em Belo Horizonte. As inscrições deverão ser feitas mediante depósito bancário em nome do Instituto Guaicuy (Projeto Manuelzão): Banco do Brasil, nº 001, Agência Saúde, nº 3609-9, conta corrente 13322-1, entre os dias 5 de abril e 7 de maio ou até que as vagas tenham sido totalmente preenchidas. Para enviar a inscrição basta entrar no site do Projeto Manuelzão: www.manuelzao.ufmg.br.

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Minas Gerais assina acordo internacional sobre recursos hídricos

Sex, 23 de Abril de 2010 - O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, assinou ontem (22/04), em Montevidéu, Uruguai, em nome do Governo de Minas, Memorando de Entendimento entre Estados Sub-Nacionais da América Latina e Europa. A assinatura acorreu durante a 3ª Cúpula Mundial de Regiões sobre Mudanças Climáticas, que reuniu entre os dias 20 e 22 de abril, estados federados (ou províncias) de países da América Latina, Europa e China.

O documento prevê a cooperação entre as regiões e estados subnacionais dos dois continentes para minimizar os impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos e, em sua primeira etapa, envolve os estados brasileiros de Minas Gerais e São Paulo, o Uruguai, a província de Buenos Aires, na Argentina, País Basco e província de Aragon, na Espanha. “O objetivo é estabelecer um marco de cooperação técnica e institucional entres as regiões e os estados, visando o intercambio de informação e conhecimento sobre os impactos das mudanças climáticas globais em relação aos recursos hídricos”, informou o secretário. As ações a serem desenvolvidas pelos estados signatários serão detalhadas em termos aditivos. O documento não tem prazo definido para expirar.

De acordo com o secretário, o trabalho desenvolvido na gestão de recursos hídricos em Minas Gerais foi considerado uma referência para os países participantes. Ele destacou o esforço do Estado na criação dos comitês de bacias hidrográficas, elaboração dos planos diretores de bacia hidrográfica e operacionalização do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro), usado para financiar projetos de gestão e recuperação ambiental. “Minas Gerais é reconhecido como o estado com a gestão de recurso hídricos mais avançada do Brasil”, destacou.

Durante o evento, Carvalho também atuou como moderador do Painel Energia, que apresentou as iniciativas locais e regionais para alterar a matriz energética mundial. O secretário destacou a urgente necessidade de aumentar a oferta de energia limpas, a necessidade da redução do consumo doméstico per capita de energia e a redução do consumo por unidade de produção. Ele lembrou, ainda, do seu esforço como chefe da delegação brasileira durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2002, em Johanesburgo, na África do Sul. “Juntamente com todos os ministros de meio ambiente da América Latina e Caribe, lutamos para estabelecer um compromisso mínimo de incluir as fontes renováveis de energia na matriz energética mundial para não menos que 10% do suprimento total”, destacou.

Cúpula Mundial Regional

O secretário José Carlos Carvalho também ressaltou a importância do evento internacional, como uma oportunidade para a troca de experiência entre governos locais, busca de soluções para os problemas causados pelo excesso de emissão de gases causadores do efeito estufa e discussão sobre novas políticas e ações. “Minas Gerais e Brasil ganharão com a experiência internacional que essa iniciativa possibilita e, ao mesmo tempo, dá visibilidade internacional aos avanços da política estadual de meio ambiente e gestão das águas”, complementou.

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Revitalização de rio depende de cooperação internacional

Sex, 30 de Abril de 2010 - As mudanças climáticas, evidentes a partir das últimas décadas do século XX e início do século XXI, colocaram em alerta todo o planeta. Uma das preocupações é com os recursos hídricos no futuro. Uma tendência mundial é a necessidade de intensa cooperação internacional, especialmente em bacias compartilhadas por vários países.

Atualmente, 150 acordos internacionais relacionados com bacias hidrográficas transfronteiriças estão em curso na Europa e nos Estados Unidos. Um exemplo é a Comissão Internacional para Proteção do Rio Reno, formada por nove países localizados na bacia.

A partir 1989 foi feito um esforço em conjunto entre os países para limpar as águas do Reno. Foram investidos 15 bilhões de dólares na construção de estações de tratamento de água e de monitoramento ao longo do rio. Atualmente, cerca de 95% dos esgotos das empresas são tratados.

Esta é uma das experiências de revitalização a ser apresentada na segunda edição do Seminário Internacional de Revitalização de Rios, que acontece em Belo Horizonte, na primeira quinzena de maio.

Resultados

O Reno nasce nos Alpes Suíços e deságua no Mar do Norte. Seus 1.233 km de extensão eram considerados um dos mais poluídos da Europa, conseqüência do lançamento de dejetos das regiões industriais e de empresas químicas de grande porte.

Os resultados do programa e da despoluição do Reno são visíveis. A poluição por metais pesados e outros poluentes caiu em relação ao início do projeto de revitalização. O teor de oxigênio e o número de peixes estão aumentando. Das 64 espécies de peixes que existiam antes do processo industrial, 63 delas estão de volta em todo o curso do rio, segundo inventário feito entre 2006/2007.

Em 2001, as autoridades responsáveis pela revitalização lançaram o programa “Reno 2020, Programa para o Desenvolvimento Sustentável do Reno”. Ele define novas metas e os objetivos gerais de sustentabilidade do rio, entre elas a proteção das águas subterrâneas, melhor prevenção para as inundações, monitoramente permanente e, principalmente, melhorar a qualidade da água, considerada a tarefa essencial.

Semelhanças

Assim como o rio Reno cruza vários países da Europa, o São Francisco banha 5 estados e o Distrito Federal. A bacia do São Francisco é a maior bacia hidrográfica brasileira que está totalmente circunscrita ao território nacional.

O rio das Velhas, maior afluente do São Francisco, possui extensão inferior ao Reno, com pouco mais de 800 km. O trecho do rio das Velhas, pertencente ao Alto São Francisco, é o que abrange a capital de estado (Belo Horizonte) e a maior população humana. A região abriga empreendimentos minerários e, assim como o Reno, uma grande concentração de indústrias de diversos tipos.

Segundo o Coordenador do Nuvelhas - Núcleo Transdisciplinar e Transinstitucional da Bacia do Rio das Velhas – Projeto Manuelzão, Carlos Bernardo Mascarenhas Alves, os esforços para a revitalização do rio das Velhas, refletem a grande mobilização da sociedade em torno da causa. Para ele, “o mais expressivo reflexo deste fato foi à incorporação da Meta 2010 como Programa de Governo, através de um programa estruturador. Em função da mobilização da sociedade e da Meta 2010, foi possível a implantação de diversas Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) com capacidade para tratar os esgotos de mais de 2 milhões de habitantes”.

O reflexo desse intenso investimento é o gradativo aumento do número de espécies de peixes nos pontos próximos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Espécies migradoras, como a matrinchã (Brycon orthotaenia) e o dourado (Salminus franciscanus) já podem ser registrados próximos da RMBH, aumentando a sua área de distribuição em mais de 300 km. Há uma tendência de melhoria da qualidade da água com o início do tratamento secundário na ETE Onça, no início de 2010.

Os projetos de revitalização do Rio Reno e do Rio das Velhas vão ser apresentados no II Seminário Internacional de Revitalização dos Rios. O evento será realizado em Belo Horizonte e faz parte de um projeto de criação de um movimento internacional pela revitalização de rios. Um dos objetivos é contribuir para o intercâmbio de projetos desenvolvidos em diferentes pontos do planeta, dando continuidade também nas ações do Projeto Estruturador do Estado de Minas Gerais “Meta 2010”.

O II Seminário Internacional de Revitalização dos Rios acontece entre os dias 10 e 12 de maio, no auditório Topázio, no Minascentro em Belo Horizonte. As inscrições deverão ser feitas mediante depósito bancário em nome do Instituto Guaicuy (Projeto Manuelzão): Banco do Brasil, nº 001, Agência Saúde, nº 3609-9, conta corrente 13322-1, entre os dias 5 de abril e 7 de maio ou até que as vagas tenham sido totalmente preenchidas. Para enviar a inscrição basta entrar no site do Projeto Manuelzão: www.manuelzao.ufmg.br.


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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