Panorama
 
 
 

CETESB INTERDITA ATERRO MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2010

19/05/2010 - A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB interditou, em 19.05, o Aterro Municipal de Santo André, localizado no bairro Parque Gerassi. O empreendimento, que funcionava desde 1987, teve sua vida útil esgotada e todas as exigências e prazos estabelecidos pelo órgão ambiental para que fosse regularizada a sua situação ambiental não foram atendidos adequadamente, culminando na sua paralisação.

De acordo com o auto de interdição, o aterro somente poderá voltar a operar caso o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental – SEMASA, que administra o empreendimento, obtenha a Licença de Operação para a ampliação da porção oeste do aterro, que já recebeu a Licença Prévia e de Instalação, em novembro de 2009, mas que vinha sendo utilizada sem a efetiva regularização, inclusive, recebendo resíduos acima da cota máxima permitida.

O aterro de Santo André recebia uma quantidade média de 700 toneladas/dia de resíduos domésticos e urbano, e desde 2009, vinha sofrendo ações corretivas por parte da CETESB. Em 09/09/2009 recebeu uma advertência por problemas na operação inadequada, seguida de uma multa de R$ 31.700,00 em 26/10/2009 e multa diária de R$ 2.108, 05, em 14/12/2009.

Em vistoria realizada em 13/04/2010, foi constatado que a situação irregular que motivou a aplicação das penalidades se mantinha, ou seja, o empreendimento encontrava-se em operação com a disposição irregular na terceira camada de resíduos, implantada acima da cota 866 metros autorizada pela CETESB, o que comprometia a estabilidade de todo o maciço. Constatou-se, ainda, que havia sido aberta uma nova frente de trabalho sem licença, próximo a cooperativa de reciclagem que existe no local.

Nesta fiscalização pode-se também comprovar o afloramento de chorume em vários pontos do aterro, especialmente nas camadas implantadas acima da cota 866 metros, com ocorrência de escoamento para áreas externas ao empreendimento, além da cobertura dos resíduos de forma inadequada, propiciando a atração de vetores e emissão de odores.

O SEMASA já obteve a Licença Prévia de nº 86.858, para ampliação do atual aterro sanitário em uma área de 39.805 metros quadrados, contígua ao atual maciço, a qual permitirá uma vida útil estimada de 13 anos. Porém, ainda não foi solicitada a Licença de Instalação.
Texto: Renato Alonso

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Encontro reúne entidades parceiras do inventário estadual de gases de efeito estufa no Estado de São Paulo

21/05/2010 - Como fica a estimativa de emissão de CO2 do caminhão que abasteceu em um posto antes da fronteira com o Estado?
E as emissões do transporte aéreo, nos casos dos vôos com destinos em vários estados incluindo o Estado de São Paulo; e vôos sobre o mar, isto é, além das fronteiras de um país?

Estas e outras questões, irrespondíveis por enquanto, mostram a complexidade das dúvidas e discussões que estão sendo realizadas visando produzir o Inventário Estadual de Gases de Efeito Estufa - GEE.

Com o intuito de avançar e aprofundar o levantamento de informações e o debate para a definição de metodologias, critérios e diretrizes, entre outras, para a confecção do documento, até o final deste ano, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB promoveu em sua sede, em 18.05, a 5a. Reunião de Coordenação do Inventário Estadual dos GEE.

O encontro reuniu representantes da CETESB, Secretarias Estaduais do Meio Ambiente, dos Transportes, e de Saneamento e Energia, Ministério da Ciência e Tecnologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais - FUNCATE, Instituto Mauá de Tecnologia, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, Petrobras, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, pesquisadores de universidades paulistas, entre outros.

Conforme ressaltou Josilene Ferrer, gerente do Setor de Clima e Energia da CETESB e uma das coordenadoras da reunião, o encontro serviu para levantar mais subsídios ao Projeto “Apoio à Política Climática do Estado de São Paulo”, que tem a anuência da Embaixada Britânica e se constituirá em mais um passo para o Estado elaborar o seu inventário de estimativas das emissões de GEE no período de 11000 a 2008, permitindo-se ter uma visão mais precisa dessas emissões e assim atender às determinações da lei estadual 13798/2009, de reduzi-las em 20% abaixo dos níveis de 2005.

A elaboração do inventário deverá permitir que se conheça com mais precisão em quais setores ocorrem as emissões, de forma que as metas de redução sejam divididas entre os agentes emissores de modo justo e equilibrado.

Nessa quinta reunião de coordenação, foram apresentados, entre outros, a visão geral do projeto e os avanços de cada grupo de trabalho.
Para acessar o link do projeto http://www.cetesb.sp.gov.br/geesp/default.asp
Texto: Mário Senaga
Foto: José Jorge

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Países da AL e Caribe discutem, em SP, gestão dos novos poluentes orgânicos persistentes

18/05/2010 - A atual lista de doze poluentes orgânicos persistentes, conhecidos pela sigla POP, que constitui uma das principais preocupações ambientais em todo o mundo, vai ganhar nove novos compostos a partir de 26 de agosto próximo em reunião da Convenção de Estocolmo, a ser realizada em Buenos Aires, na Argentina.

Por esse motivo, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –PNUMA, representado pelo Secretariado da Convenção de Estocolmo, junto com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, escolhida pela Organização das Nações Unidas – ONU para ser o Centro Regional da Convenção de Estocolmo, está realizando em São Paulo, de 18 a 21 de maio, o “Workshop de Capacitação Regional da Convenção de Estocolmo sobre Novos POPs, Processo de Revisão e Atualização dos Planos Nacionais de Implementação e Requisitos de Notificação nos Termos da Convenção de Estocolmo para a Região da América Latina”.

O encontro tem a finalidade de promover a capacitação de técnicos de países latinoamericanos e caribenhos na gestão dos novos POPs, que são substâncias químicas, com ampla distribuição geográfica, que permanecem no ecossistema por longos períodos, podendo se acumular no tecido adiposo dos seres vivos e integrar a cadeia alimentar.

O encontro

O evento foi aberto, em 18.05, pelo presidente da CETESB, Fernando Rei, que enfatizou o papel da CETESB como Centro Regional da Convenção de Estocolmo, com a responsabilidade de transferir “know how” para a gestão adequada de POPs. “Temos o PNUMA como um grande aliado dentro da ONU”, disse, “e no âmbito da parceria com essa instituição estamos dando prioridade para a cooperação com os países da América Latina e Caribe”.

O encontro, que está sendo coordenado por Lady Virginia Traldi Meneses, gerente do Setor de Instrumentos de Gestão Ambiental, Convenções e Acordos Multilaterais da CETESB e coordenadora do Centro Regional da Convenção de Estocolmo, conta ainda com as presenças de Jacqueline Alvarez, coordenadora do Escritório Regional do PNUMA, no Panamá, e Rose Diegues, analista do Programa para o Global Environmental Facilities – GEF, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD.

Estão participando do encontro técnicos do Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Nicarágua, Peru, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Os quatro dias de trabalho têm a finalidade de criar uma consciência acerca dos novos POPs, ampliando os conhecimentos sobre as ferramentas de gestão e familiarizando os participantes da necessidade de procederem à comunicação dos planos de ação nos prazos definidos pela Convenção de Estocolmo.

Trata-se de uma preocupação que se estende por todo o mundo, envolvendo órgãos públicos e privados nas ações de controle da produção, importação, exportação, uso e disposição dessas substâncias. Além de palestras sobre os objetivos da Convenção de Estocolmo, serão discutidas questões como os processos de revisão e atualização de planos nacionais de ações, produtos alternativos aos POPs e outras. O programa inclui ainda visitas ao Laboratório de Dioxinas e Furanos e ao Setor de Operações de Emergência, da CETESB.

Segundo Lady Virginia Traldi Meneses, o encontro tem também a finalidade de auscultar as necessidades dos países, para definir as ações da CETESB na qualidade de Centro Regional da Convenção.

Os POPs

A convenção foi estabelecida em 2001, entrando em vigor em 2004, com a adesão dos primeiros 50 países, incluindo o Brasil. A lista inicial da Convenção de Estocolmo com os doze 12 POPs inclui oito pesticidas (Aldrin sólido, Aldrin Liquido, Clordano, DDT, Dieldrin, Endrin Sólido, Endrin Liquido, Heptaclor, Mirex, Toxafeno Sólido e Toxafeno Líquido), substâncias químicas industriais (Hexaclorobenzeno e PCBs – Bifenila policlorada) e produtos não intencionais – subprodutos (Hexaclorobenzeno, PCBs – Bifenila policlorada, Dioxinas, Furanos, Pops não Intencionais).

As nove novas substâncias que serão incluídas na lista são: ácido perfluorooctano sulfônico (PFOS), seus sais e perfluorooctano sulfonil fluoreto, alfa-hexaclorociclohexano (agrotóxico), beta hexaclorociclohexano (agrotóxico), clordecone (agrotóxico), hexabromobifenil (retardante de chamas), éter hexabromodifenil e éter heptabromodifenil (retardantes de chamas), lindano (repelente), pentaclorobenzeno (agrotóxico, retardante de chamas e, em combinação com PCBs, fluídos dielétricos) e éter tetrabromodifenil e ether-pentabromodifenil.

Na América do Sul, apenas o Suriname não aderiu à convenção. Segundo Jacqueline Alvarez, do universo dos 30 países latinoamericanos e caribenhos que aderiram à convenção, apenas 17 elaboraram os seus planos nacionais de ação. É o caso do Chile que fez o comunicado ao Secretariado da Convenção em 2006, segundo informou Lorenzo Caballero Urzúa, da Comissão Nacional de Meio Ambiente do país.

“No período de 2006 a 2010, nós implementamos a primeira fase do plano com levantamentos relativos a dioxinas e furanos, PCBs, praguicidas, áreas contaminadas e outras ações”, explicou. Segundo o representante chileno, o país passou a utilizar defensivos agrícolas de forma intensiva há apenas 30 ou 40 anos, e o uso desses produtos contendo POPs foi proibido ainda na década de 1980.

O Brasil, embora os dados preliminares indiquem que é um dos nove maiores produtores de POPs do mundo, ainda não elaborou o seu plano nacional que, de acordo com o cronograma da Convenção de Estocolmo, deveria ter sido entregue em 2006. Camila Arruda Boechat, do Ministério do Meio Ambiente, informou que o documento só deverá estar concluído daqui a dois anos.
Texto: Newton Miura
Foto: José Jorge


 

Fonte: Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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