22/07/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Amazônia perdeu uma área
de 109,6 quilômetros quadrados (km²)
em maio, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). A derrubada é 12% menor
do que a registrada pelos satélites no mesmo
mês do ano passado e, somada aos resultados
dos últimos meses, pode sinalizar uma tendência
de queda na taxa anual do desmatamento. A ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comenta hoje
(22) os dados do Inpe.
Os números do desmatamento
mês a mês são calculados pelo
sistema de Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), que monitora áreas
maiores do que 25 hectares e serve para direcionar
a fiscalização ambiental.
No acumulado de agosto de 2009
a maio de 2010 – primeiros dez meses do calendário
oficial do desmatamento – o Deter registrou uma
área de 1.567 km² a menos de florestas.
O acumulado é 47% menor do que o registrado
pelo Deter no período anterior (agosto de
2008 a maio de 2009), quando a soma atingiu 2.960
km².
A taxa anual de desmate é
calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes),
que é mais preciso, por avaliar áreas
menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação
do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes.
Os dados do Prodes só serão
fechados no fim de julho e devem ser apresentados
até novembro. Se a tendência de queda
se confirmar, o governo pode chegar a um novo recorde
de queda do desmatamento. Em 2009, a taxa anual
de desmate calculada pelo Inpe foi de 7,4 mil km²,
a menor registrada em 20 anos de monitoramento.
Edição: Juliana Andrade
+ Mais
Imazon diz que desmatamento na
Amazônia aumentou em junho
27/07/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O desmatamento na Amazônia
voltou a subir em junho, de acordo com levantamento
da organização não governamental
Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia
(Imazon). Os satélites registraram 172 quilômetros
quadrados (km²) de desmate, aumento de 15%
em relação a junho de 2009.
O Pará liderou o desmatamento
no mês, com 115 km² de floresta derrubada
(67% do total de junho), seguido pelo Amazonas,
com 22 km² de desmate, e por Mato Grosso, que
perdeu 18 km² de vegetação nativa.
Segundo o Imazon, em junho, o
desmatamento ocorreu principalmente na região
da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém
(PA), nos trechos entre os municípios paraenses
de Itaituba, Novo Progresso e Altamira. A derrubada
também se concentrou na rodovia Transamazônica,
entre os municípios de Apuí e Humaitá,
no Amazonas.
Faltando um mês para completar
o calendário oficial do desmatamento, que
vai de agosto de um ano a julho do outro, o Imazon
aponta tendência de aumento na devastação
da floresta. No acumulado entre agosto de 2009 e
junho de 2010, o desmatamento detectado pela ONG
foi de 1.333 km². A soma é 8% maior
que a registrada no período anterior (agosto
de 2008 a julho de 2009), quando a devastação
medida foi de 1.234 km².
A tendência de aumento do
desmate apontada pelo Imazon vai na contramão
do que mostram até agora as estimativas do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
responsável pelas estatísticas oficiais
do desmatamento.
Em maio, o Inpe detectou 109,6
km² de novos desmatamentos, 12% menor que a
área registrada pelos satélites no
mesmo mês do ano passado. Somados os primeiros
dez meses do calendário oficial de desmatamento,
houve redução de 47% da devastação
em relação ao período anterior,
de acordo com os alertas do sistema de Detecção
do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.
No entanto, a tendência
de redução verificada a partir dos
dados do Inpe – e comemorada pelo Ministério
do Meio Ambiente – ainda não inclui os números
da devastação em junho e julho, meses
em que as motosserras avançam mais por causa
do período seco, que facilita o corte e o
transporte da madeira ilegal na região.
A taxa anual do desmatamento é
calculada pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento
na Amazônia Legal (Prodes), também
do Inpe, e deve ser divulgada em outubro.
+ Mais
Desmatamento na Amazônia
será "o menor do menor", diz ministra
do Meio Ambiente
22/07/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, disse hoje (22) que a taxa anual de desmatamento
na Amazônia deste ano será ainda menor
do que a registrada em 2009, quando o índice
atingiu o menor patamar em 20 anos de monitoramento.
Entre agosto de 2008 e julho de 2009, o Brasil perdeu
7,4 mil quilômetros quadrados de floresta,
de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
“Se no ano passado já tivemos
o menor desmatamento da Amazônia, esse ano
vai ser o menor do menor”, disse a ministra, ao
comentar os dados mais recentes do Inpe.
No acumulado entre agosto de 2009
a maio de 2010 (primeiros dez meses do período
utilizado para calcular a taxa anual), a floresta
perdeu 1.567 km². A soma é 47% menor
que a registrada no período anterior (agosto
de 2008 a maio de 2009), de 2.960 km². Os números
são do sistema de Detecção
do Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Apesar de a taxa anual ser calculada
por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes),
os números do Deter costumam antecipar os
resultados consolidados.
Izabella acredita que a tendência
de queda pode antecipar o cumprimento da meta brasileira
de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia
até 2020, principal compromisso da meta nacional
de redução de emissões de gases
do efeito estufa.
“Nossa expectativa é bastante
positiva e otimista frente aos compromissos que
o Brasil assumiu internacionalmente. Estamos não
só reduzindo o desmatamento, mas começando
a mudar o patamar na questão das emissões”.
O diretor de Proteção
Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
Luciano Evaristo, atribui a redução
do desmatamento à mudança na estratégia
das operações de fiscalização
na Amazônia Legal.
“O resultado demonstra que acertamos
ao fazer um mapa com as áreas críticas.
Chegamos nessas áreas e conseguimos neutralizar
focos mais importantes, como a BR-163. Também
apertamos o cerco na Transamazônica e em outras
rodovias no Pará”, avaliou.
De acordo com a ministra,
o monitoramento da Amazônia vai ser aprimorado
nos próximos meses, com a ampliação
da utilização de um sistema japonês,
que consegue observar o desmatamento mesmo quando
há coberura de nuvens sobre uma região.
Edição: Antonio Arrais