09/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em junho de 2010, a Amazônia
perdeu 243,7 quilômetros quadrados (km²)
de floresta, devastação 58% menor
que a registrada no mesmo mês do ano passado.
Os dados, divulgados hoje (9), são do sistema
Detecção do Desmatamento em Tempo
Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
Faltando um mês para fechar
o calendário oficial do desmatamento (agosto
de um ano a julho de outro), os números do
Deter confirmam a tendência de queda que vem
sendo apontada pelo governo há alguns meses.
No acumulado de agosto de 2009 a junho de 2010,
a área desmatada foi de 1.808 km². A
soma é 49% menor que a registrada no período
anterior (agosto de 2008 a junho de 2009), quando
o Inpe verificou 3.536 km² a menos de floresta
na região.
Os números do desmatamento
mês a mês são calculados pelo
sistema de Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), que monitora áreas
maiores do que 25 hectares e serve para direcionar
a fiscalização ambiental.
A taxa anual de desmate é
calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes),
que é mais preciso, por avaliar áreas
menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação
do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes.
Os dados do Prodes só devem
ser apresentados em novembro. Se a tendência
de queda se confirmar, o governo pode chegar a um
novo recorde de queda do desmatamento. Em 2009,
a taxa anual de desmate calculada pelo Inpe foi
de 7,4 mil km², a menor registrada em 20 anos
de monitoramento.
Edição: Lílian Beraldo
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Tendência de queda do desmatamento
na Amazônia só pode ser confirmada
com dados do Prodes
09/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar da tendência de queda
de 49% do desmatamento na Amazônia, apontada
até agora pelo sistema Detecção
do Desmatamento em Tempo Real (Deter), só
será possível avaliar a magnitude
da redução com os dados de outro sistema
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na
Amazônia Legal (Prodes), que calcula a taxa
anual consolidada. O levantamento deve ser divulgado
em novembro.
“O Inpe não está
afirmando que o desmatamento vai cair 50%. Além
do problema da cobertura de nuvens, existe o problema
dos pequenos desmatamentos”, disse hoje (9) o diretor
do instituto, Gilberto Câmara.
O Deter, que fornece alertas mensais
para a fiscalização, só consegue
enxergar registrar derrubadas maiores do que 25
hectares, que representam 40% dos desmatamentos
atuais. “Cada vez mais os desmatamentos são
pequenos. Essas áreas menores do que 25 hectares,
os chamados puxadinhos, são as mais difíceis
de detectar”, acrescentou Câmara.
Dados do Inpe mostram que o desmate
está cada vez menos concentrado no chamado
Arco do Desmatamento e tem se espalhado pela Amazônia
em pequenas derrubadas. Atualmente, os desmates
maiores do que mil hectares representam cerca de
10% do total verificado pelos satélites.
Já as derrubadas de áreas menores
do que 25 hectares correspondem a 60%.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, disse que o governo está alterando
a estratégia de fiscalização
do governo para acompanhar essa mudança do
perfil das derrubadas na Amazônia.
“A fiscalização
também está focada nesses puxadinhos.
Mudou o desafio, estamos trabalhando cada vez mais
nas pequenas propriedades, o que só aparece
quando temos o dado consolidado”, disse.
Apesar das diferenças de
metodologia entre o Deter e o Prodes, a ministra
acredita que a tendência de queda do desmatamento
será confirmada. “O resultado acumulado [no
Deter] é muito bom. Foi como no ano passado,
divulgamos mensalmente a tendência de queda
com o Deter e, no fim do ano, o Prodes deu a menor
taxa de desmatamento dos últimos 20 anos.”
O ministro de Ciência e
Tecnologia, Sergio Rezende, arriscou um palpite
e disse que a taxa anual de desmatamento poderá
ficar em torno de 5 mil quilômetros quadrados
(km²) ou 5,5 mil km² este ano. Em 2009,
o desmate medido pelo Inpe foi de 7,4 mil km²,
a menor registrada em 20 anos de monitoramento.
Gilberto Câmara, do Inpe,
anunciou a operação de dois novos
satélites para ampliar o monitoramento da
floresta. Em 2011, o instituto vai lançar
o Cbers-3 e em 2012, o Amazônia-1. “Os satélites
vão melhorar capacidade de observação,
tanto para o Deter quanto para o Prodes”, explicou
o diretor do instituto.
Edição: Juliana
Andrade