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DÉCADA DA DESERTIFICAÇÃO DA ONU VISA EVITAR A PERDA
DOS SOLOS AGRICULTÁVEIS DO PLANETA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2010

Crédito: Jefferson Rudy (MMa) - Icid+18 - 17/08/2010 - Ao lançar a Década de Combate à Desertificação nesta segunda-feira (16) em Fortaleza (CE), na abertura da Icid+18, o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), Luc Gnacadja, alertou que se não for contida a extinção de solos agricultáveis em 10 anos, pelo menos um terço das colheitas deixariam de existir. Segundo ele, a desertificação avança a 12 milhões de hectares por ano, área equivalente ao seu país natal, Benin, na África.

O avanço da área desértica, todavia, conforme Gnacadja, cresce em escala e poderá chegar a 50 milhões de hectares por ano, intensificar migrações, insegurança alimentar, agravadas por mudanças climáticas e comoção social. “Espero que haja mudança no curso da ação e que a partir de hoje comece uma mudança”, afirmou.

O secretário executivo da UNCCD enfatizou o objetivo da Icid+18 de influenciar na agenda da Rio+20, a conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento, a ser realizada no Rio de Janeiro em 2012. Para Gnacadja, ou o planeta segue o caminho da degradação que agrava a pobreza ou escolhe o canal da coletividade no esforço de estabelecer políticas mitigadoras do problema.

De acordo com ele, o Brasil tem importantes áreas semiáridas que somam com outras no mundo, no total 40% da superfície do planeta. “O legado da Icid+18 será a construção de um novo paradigma que possa repensar a questão do semiárido e fazer com que a região integre a agenda ativa, e não passiva”, afirmou. Para ele, consta dos Objetivos do Milênio a luta contra a desertificação, parceria consolidada para mitigar os efeitos das secas, apoio à sustentabilidade ambiental e ainda a capacitação das pessoas. Gnacadja concluiu com uma citação do ex-presidente Roosevelt: “a iniciativa de destruição do solo prejudica a si mesmo”.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), José Machado, anunciou a adesão do Brasil à Década de Combate à Desertificação, que se dará por meio de decreto, como ocorreu quando o País aderiu à Década de Água. A sugestão será levada à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e ao presidente Lula.

Machado disse que existe a minuta de criação do Fundo da Caatinga, a ser implantado por projeto de lei, porém ainda não foi definida a fonte de recursos. Como já existe o Fundo Clima, a ser alimentado com receita do petróleo, segundo ele, há intenção de criar uma vinculação para utilizar os recursos no Fundo Caatinga. O MMA pretende definir o Banco do Nordeste (BNB) como parceiro para operar o Fundo Caatinga, que o secretário disse esperar que esteja concluído até o final do ano.

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Crianças fazem alerta e sensibilizam participantes da Icid+18

17/08/2010 - O prefeito mirim de Maracanaú (CE), David Santos, 13 anos, e Bianca Macedo, de 10 anos, deram um toque de emoção ao falar do palco do Centro de Convenções de Fortaleza na abertura da Icid+18 nesta segunda-feira (16). Falando de improviso, David fez um apelo no evento oficial ao externar “como toda criança” a sua preocupação com o Brasil e o mundo e pedir um olhar voltado para o futuro.

“Daqui a mais alguns anos, ao nos reunir para discutir sobre o que deve ser feito, o que for decidido hoje vai servir para os meus filhos e meus netos”, disse David Santos. O menino conclamou os participantes da Conferência a “dizer não ao desmatamento e à desertificação e dizer sim à vida do nosso planeta”.

O governador do Ceará, Cid Gomes, brincou ao dizer que quando David Santos for disputar reeleição ele quer mudar o seu domicílio eleitoral para votar no prefeito-mirim. Já Bianca Macedo relatou que o seu avô disse para ela nesta semana que a reunião da Icid+18 iria falar sobre o futuro do planeta e do que pode ser feito para que as crianças possam sonhar com um mundo melhor.

A menina afirmou que representa “não apenas as crianças, jovens, adultos e idosos que habitam as regiões semiáridas, mas todas as pessoas que, assim como eu, acreditam que o mundo é um só; que a terra é o endereço de todos nós e que cuidar direitinho dela é dever de todos”.

“O nosso planeta está precisando de ajuda. Se ele pudesse falar, talvez pedisse socorro. Se fosse uma criança como eu, talvez estivesse com a mão estendida, esperando ser ajudado por alguém, mas por ser tão grande e parecer tão forte, as pessoas pensam que ele pode se proteger sozinho”, alertou Bianca Macedo. “Eu sei que ele não pode; sei que, assim como meu avô, ele também precisa de ajuda se quiser ser vencedor”, ela acrescentou ao ler um texto.

Bianca Macedo contou que o seu avó ajudou um amigo que preside uma organização que preserva a caatinga e, com outros amigos, conseguiu plantar 60 mil árvores em menos de uma hora. “Ele me inspirou a ser uma defensora do nosso planeta”, disse ela. “Acho que não preciso ser grande para ajudar também. Acho que ninguém precisa esperar nada. O planeta Terra é nosso amigo e aprendi que não podemos deixar um amigo esperando”.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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