01/09/2010
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O alumínio continua como
a matéria-prima mais reciclada no Brasil.
A pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
(IDS) 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), divulgada hoje (1°),
constatou que 91,5% das latinhas de alumínios
são recolhidas para reciclagem. Bem atrás,
estão as embalagens PET (54,8%), o vidro
(47%), as latas de aço (46,5%) e o papel
(43,7%). A reciclagem das embalagens de leite longa
vida e de sucos estão em último lugar
(26,6%). Esse tipo de material começou a
ser reciclado nos últimos dez anos e está
em processo de crescimento.
A reciclagem do alumínio,
que no Brasil é uma das maiores do mundo,
acima dos Estados Unidos (54,2%) e Japão
(87,3%), caiu em 2008 em relação a
2007, quando o índice atingiu o pico de 96,5%.
Apesar da diminuição, o percentual
ainda é alto e reflete o valor de mercado
da sucata de alumínio, uma das mais bem pagas
pelo mercado.
De acordo com a Associação
Brasileira do Alumiínio (Abal) 1 tonelada
de latinhas (1 quilo equivale a 75 latinhas) custava
R$ 2,780 mil na segunda semana de agosto. "É
por conta disto que o papel, o vidro, a resina PET,
as latas de aço, as embalagem longa vida,
de mais baixo valor no mercado, apresentam índices
de reciclagem bem menores", diz o documento.
Um dos responsáveis pela pesquisa, Judicael
Clevelario acrescenta a que a separação
de materiais ainda é associada à imagem
do catador, normalmente uma pessoa pobre ou desempregada,
e não foi incorporada na rotina do brasileiro.
Para os próximos anos,
a avaliação é de que com o
estabelecimento de preços mínimos
para os materiais, além do avanços
das leis ambientais, da educação e
da coleta seletiva, o percentual de reciclagem possa
aumentar para todos os materiais. Como fator de
estímulo à prática, a pesquisa
destaca que a reciclagem reduz o consumo de energia
e a extração de matérias-primas,
evitando a emissão de mais gases de efeito
estufa. As embalagens Tetra Park (empresa de processamento
e envase de alimentos), em especial, diminuem a
emissão de ozônio, porque dispensam
refrigeração.
+ Mais
Fabricantes recolheram quase 30
milhões de pneus velhos no primeiro semestre
03/09/2010
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – No primeiro semestre, mais de 146
mil toneladas de pneus descartados e sem condições
de reutilização foram coletados e
destinados de forma ambientalmente adequada à
geração de energia e à reciclagem.
O balanço foi divulgado hoje (03) pela Reciclanip,
entidade criada em 1999 para atender ao Programa
Nacional de Coleta e Destinação de
Pneus Inservíveis, que determinou que os
fabricantes brasileiros de pneus novos arquem com
a logística e os custos de coleta e destinação.
O volume recolhido nos seis primeiros
meses do ano equivale a 29,3 milhões de pneus
de passeio. “Em relação ao inicio
do programa, em 1999, é um acréscimo
significativo. Nós estamos dizendo que, este
ano, vamos superar a casa de 310 mil toneladas de
pneus inservíveis, o que significa basicamente
64 milhões de pneus de passeio. É
um valor significativo se comparado ao de países
europeus. O programa hoje tem uma maturidade muito
grande”, avaliou César Fáccio, gerente
geral da entidade.
Segundo o balanço no primeiro
trimestre de 2010, 68% do volume coletado foram
destinados para uso como fonte energética
e 32% para reutilização em novos produtos,
como asfalto borracha, solas de sapato, piso antiderrapante
etc. No segundo trimestre, foram 64% para uso energético
e 36% para produtos.
Quase 40 milhões de pneus
entram no mercado de revenda brasileiro, segundo
dados da Reciclanip. Estimativas de organismos internacionais
calculam que a produção de pneus novos
em todo o mundo chega a quase 2 milhões de
unidades por dia e o descarte de pneus usados atinge
800 milhões de unidades.
“O projeto já investiu
até o meio do ano US$ 114 milhões.
E este ano já utilizamos US$ 15 milhões.
No segundo semestre utilizaremos mais US$ 15 milhões,
totalizando US$ 30 milhões investidos em
2010. Esse dinheiro vem dos produtores de pneus”,
explicou Faccio.
Desde 1999, quando começou
a coleta dos pneus inservíveis pelos fabricantes
brasileiros, mais de 1,3 milhão de toneladas
de pneus inservíveis, equivalente a 270 milhões
de pneus de passeio, foram coletados e destinados
adequadamente a novas utilizações.