Panorama
 
 
 

GOVERNO ASSINA MEMORANDO PARA ATENUAR MUDANÇA CLIMÁTICA

Panorama Ambiental
Minas Gerais (MG) – Brasil
Outubro de 2010

O governo de Minas assinou nesta sexta-feira (29/10), com o Banco KfW, da Alemanha, e o Banco Mundial (Bird), Memorando de Entendimento para adoção de medidas junto às indústrias florestal, do ferro e do aço, para atenuar a mudança climática. Este é o primeiro ato assinado no Brasil, no âmbito do Protocolo de Kyoto, com base no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A medida, que é inédita, pioneira no Brasil, vai criar condições para o desenvolvimento sustentável da indústria de Minas, nesses setores, ampliando o uso de carvão vegetal oriundo de reflorestamento.

O Protocolo de Kyoto permite que governos e empresas das nações desenvolvidas, por serem os maiores responsáveis pelo efeito estufa, comprem reduções de emissões realizadas nas nações em desenvolvimento (os chamados créditos de carbono) por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

“Estamos utilizando um mecanismo que é muito inteligente, dos créditos de carbono, através do Protocolo de Kyoto, voltado ao setor privado, para que faça o reflorestamento. E Minas Gerais tem um grande espaço para o reflorestamento. Serão recursos colocados por empresas internacionais para cumprir o Protocolo de Kyoto e fazer reflorestamento em Minas, gerando emprego e riqueza aqui”, afirmou o governador Antonio Anastasia em entrevista, após a assinatura no Memorando, no Palácio das Mangabeiras.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, explicou que a intenção do Governo de Minas é levar o programa para outros setores da indústria, por meio da adoção do MDL programático. “Significa que poderemos ter um conjunto de financiamento via Protocolo de Kyoto para um determinado seguimento. Com isso, vamos poder juntar as empresas e fazer um projeto único, que vai corresponder ao conjunto da demanda dessas empresas. Até então, todo o financiamento era empresa por empresa”, disse o secretário.

Meta mineira

José Carlos Carvalho afirmou que o Memorando de Entendimento responde a uma realidade mineira, que é a necessidade de criar condições para o desenvolvimento sustentável. “Estamos abrindo, hoje, uma porta para o financiamento internacional para toda a siderurgia a carvão vegetal do Estado, para definitivamente fazer com que Minas tenha uma siderurgia que opere exclusivamente com consumo de carvão vegetal de floresta plantada, zerando o consumo de carvão vegetal de floresta nativa, que é o grande problema que queremos resolver com essa iniciativa”, explicou o secretário.

O programa de mitigação de mudança climática poderá representar R$ 500 milhões em recursos, gerados com a venda do crédito de carbono, pelas indústrias mineiras, aos bancos KfW e o Bird.

“Quando você usa carvão mineral, você emite duas vezes mais CO2 do que quando usa carvão vegetal. E quando substitui o carvão vegetal de floresta nativa para plantada, você tem outro ganho na redução de emissões, porque o desmatamento é uma grande atividade emissora de dióxido de carbono. Então, estamos contemplando essas três fases, razão pela qual o próprio Banco Mundial e o KfW declararam aqui o ineditismo dessa iniciativa e a importância do seu pioneirismo”, disse José Carlos Carvalho.

Ações de apoio

Com o memorando, o Governo de Minas, o KfW e o Banco Mundial se comprometem a desenvolver um programa de ações para estimular a redução de emissão de gases e remoções líquidas de gases de efeito estufa nas cadeias de fornecimento na indústria florestal, do ferro e do aço.

Entre as ações previstas, no âmbito do governo estadual, estão a intensificação e facilitação do acesso a instrumentos de crédito gerenciados pelo Estado, destinados à indústria florestal e de ferro. Um desses instrumentos é o Fundo Pró-Floresta, gerido pelo BDMG. O Governo de Minas apoiará a implantação de novos instrumentos de crédito em parceria com instituições financeiras nacionais e internacionais. Também serão avaliados incentivos regulatórios para os participantes do programa, incluindo extensões à duração de licenças ambientais.

O Memorando de Entendimento prevê que o Banco Mundial participará do programa por meio de apoio técnico e recursos financeiros, incluindo doações para atividades de capacitação, avaliação de risco de cada projeto potencial, auditorias de validação, execução de projetos. O banco também se compromete a comprar unidades de redução ou remoção de emissão de gases.

Pioneirismo mineiro

Está em Minas Gerais o primeiro projeto brasileiro de reflorestamento relacionado aos créditos de carbono. Desenvolvido pela empresa mineira Plantar Carbon, com apoio do Governo do Estado, o projeto obteve a aprovação da ONU (Organização das Nações Unidas) em setembro deste ano, por meio do Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto.

Com base no MDL, a empresa ligada ao Grupo Plantar se tornou a primeira do setor de gestão florestal e siderurgia a utilizar 100% de carvão vegetal de florestas plantadas na produção siderúrgica. O primeiro acordo de comercialização dos créditos foi feito com o Banco Mundial, para a venda de 1,5 milhão de toneladas de CO2 por US$ 5 milhões.
Fonte: Ascom/ Sisema

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Governo incentiva produtores na conservação

Produtores rurais interessados em participarem do Bolsa Verde, programa do Governo de Minas que concede incentivo financeiro para proprietários e posseiros têm até o dia 31 de outubro para enviarem propostas, de acordo com a Portaria do Instituto Estadual de Florestas - IEF 106/2010. Os núcleos e escritórios regionais do IEF já receberam centenas de propostas para o programa que promove a conservação da cobertura vegetal nativa em Minas.

Somente no Núcleo Operacional de Janaúba, na primeira semana de outubro, já haviam sido protocolados 129 formulários. Para 2010, o programa Bolsa Verde prevê a implantação da modalidade de apoio à manutenção da vegetação nativa existente, e, em 2011, terá início a segunda fase, incluindo também o apoio a ações de recuperação, restauração e recomposição florestal.

A meta do IEF para 2010 é alcançar a conservação e manutenção de 25 mil hectares com vegetação nativa nas propriedades privadas. O Bolsa Verde vai conceder o pagamento de R$ 200 por hectare conservado, por ano. O primeiro pagamento deve ser efetuado no último mês de 2010.

Podem se candidatar produtores de qualquer região do Estado. As propostas podem ser individuais ou coletivas e passam por uma validação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), nos municípios em que estes conselhos estiverem já instituídos. As propostas recebem pontos de acordo com critérios que contemplam a existência da reserva legal, as boas práticas ambientais, como o uso de controle agroecológicos no combate a pragas e no caso de propostas coletivas a pontuação cresce na proporção do número de propriedades envolvidas, dentre outros itens.

Incentivo

Postulantes ao incentivo financeiro, os associados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pai Pedro, no Norte de Minas, pretendem entrar com uma proposta que inclui 30 propriedades, que variam de 12 a 60 hectares. O presidente do sindicato, Almerindo João Carvalho, explica que eles aguardam a presença de um técnico da Cooperativa de Rio Pardo de Minas, parceira na implementação do programa, para fazer o georreferenciamento das áreas conservadas pelos agricultores e logo após darão entrada com a proposta no IEF.

“São incentivos como esse que nos fazem dar continuidade ao trabalho que desenvolvemos”, analisa um dos proprietários da Fazenda Engenho D’ Água, em Ouro Preto, Helton Aguiar Neves. A fazenda também é uma das centenas de propriedades que se inscreveu no Bolsa Verde. A propriedade de 75 hectares dedica cerca de 80% da sua área à conservação da vegetação nativa.

A agricultura familiar tem prioridade reconhecida na Lei 17.727/2008, que criou o programa. Também são prioritários, na concessão do benefício, os proprietários ou posseiros com área de até quatro módulos fiscais. A análise técnica é responsabilidade da Secretaria Executiva do Bolsa Verde e a aprovação final cabe ao Comitê Executivo do programa. As duas instituições foram estabelecidas pelo Decreto 45.113, que regulamentou a Lei 17.727/2008. Mais informações sobre o programa no link: http://www.ief.mg.gov.br/bolsa-verde.

Reserva legal

De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, Minas Gerais possui 551.617 propriedades rurais, o que corresponde a uma área de 32,6 milhões de hectares. Se a exigência da reserva legal, que destina 20% das propriedades à preservação, fosse cumprida, Minas Gerais teria 6,45 milhões hectares de áreas protegidas nas propriedades rurais.

De 2004 a 2009, o IEF emitiu 22.162 processos autorizativos para averbação da reserva legal, procedimento efetuado por cartórios e que comprova a existência legal e o estado de conservação da vegetação nativa preservada pelo produtor rural. A estimativa é que existam no Estado cerca de 50 mil reservas legais averbadas, o que representa 9% do total.

A expectativa é que com o Bolsa Verde, e outras medidas já tomadas no início do ano, o cenário da preservação da vegetação nativa nas propriedades privadas se altere.

Entre as medidas já tomadas, encontra-se um Termo de Cooperação Técnica, assinado entre o IEF, Associação dos Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais (Anoreg) e Ministério Público Estadual, que passa a exigir o georrefrenciamento da reserva legal, porém podendo ser feito por profissionais habilitados e credenciados pelo IEF, o que aumenta a capacidade operacional do Instituto e agiliza o processo. O IEF já promoveu quatro cursos de capacitação. A Anoreg também passou a orientar os cartórios de imóveis também a averbar gratuitamente as reservas legais relativas a pequenas propriedades ou posses rurais familiares.
Fonte: Ascom/ Sisema


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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