26 Outubro 2010
O Programa Áreas Protegidas da
Amazônia (Arpa) atingiu resultados significativos.
Em seus primeiros seis anos de atuação,
foi responsável pela criação
de 44 novas unidades de conservação
na região e pela consolidação
de outras 18 áreas, num total de 62 unidades
de conservação (UCs) apoiadas.
Esses são alguns dos resultados
de um dos maiores programas de conservação
da biodiversidade em florestas tropicais do mundo
que serão apresentados durante evento paralelo
na 10ª COP da Convenção sobre
Diversidade Biológica que está acontecendo
em Nagoia, Japão.
Os resultados do programa mostram
também que essas áreas protegidas
podem ser especialmente eficientes para proteção
do meio ambiente quando geridas da forma adequada.
A contenção do desmatamento,
a conservação de parte importante
da biodiversidade brasileira, a sustentabilidade
financeira e muitos outros benefícios gerados
pelo Arpa serão apresentados durante o evento
paralelo, no dia 26 de outubro, organizado pelo
Ministério do Meio Ambiente em parceria com
o WWF-Brasil, um dos parceiros do programa Arpa.
“É preciso mostrar esses
resultados ao mundo durante a Conferência
de Biodiversidade, não apenas para evidenciar
que com vontade política é possível
ter bons resultados de conservação
ambiental, mas também para cobrar dos demais
países que eles também façam
a sua parte”, afirmou Denise Hamú, secretária-geral
do WWF-Brasil, que estará presente na COP
10 da CDB para acompanhar as discussões de
alto nível sobre o tema.
Resultados
Reconhecido como um dos maiores
esforços de conservação da
biodiversidade do mundo, o programa possibilitou
que recursos financeiros chegassem efetivamente
às unidades de conservação
(UCs) da Amazônia e mudaram a realidade e
perspectivas de um futuro sustentável das
áreas onde estão localizadas, por
meio do desenvolvimento de ações no
entorno.
O número de unidades de
conservação apoiadas pelo Arpa na
sua 1ª fase foi mais do que o dobro do inicialmente
previsto. O programa apoia 62 unidades de conservação,
em um total de 32 milhões de hectares (31
UCs são do grupo de proteção
integral somando 21 milhões de hectares,
e 31 UCs de uso sustentável, somando 11 milhões
de hectares).
A contribuição para
o conhecimento e conservação da flora
e da fauna da região também foi bastante
relevante. As unidades de conservação
apoiadas pelo Arpa conservam, ainda que parcialmente,
16 dos 19 ecossistemas florestais e cinco dos seis
ecossistemas de várzea da Amazônia
brasileira. Além disso, inventários
preliminares realizados em 39 das 62 unidades de
conservação apoiadas pelo Arpa registraram
a presença de mais de 11.400 espécies.
O apoio do Programa Áreas
Protegidas da Amazônia também teve
um efeito positivo na gestão das unidades
de conservação. Essa constatação
é resultado da aplicação da
metodologia Rappam (sigla em inglês para Avaliação
Rápida e Priorização da Gestão
das Áreas Protegidas) nas unidades de conservação
do Arpa em dois momentos diferentes (2005-2006 e
2008-2010).
O estudo deixou evidente que quanto
mais longo é o período de apoio do
Arpa às unidades de conservação
- com fornecimento de recursos regularmente, equipamentos,
treinamento de pessoal e acompanhamento e realização
de estudos e análises técnicas - mais
satisfatórios são os resultados de
gestão e de conservação.
Quando o assunto é mudanças
climáticas, o Arpa contribuiu para a contenção
das emissões de gases de efeito estufa, que
são gerados no Brasil principalmente pelo
desmatamento e causadores do aquecimento global.
A recente expansão das áreas protegidas
na Amazônia brasileira, com a qual o Arpa
contribuiu consideravelmente, foi responsável
por 37% da redução total do desmatamento
obtida na região entre 2004 e 2006.
Dados estatísticos ainda
indicam que as unidades de conservação
apoiadas pelo Arpa são mais eficientes em
conservar as florestas do que as que estão
fora do programa: a grande maioria das unidades
de conservação do Arpa (92%) conseguiu
limitar a perda florestal a 5% ou menos da área.
No grupo fora do Arpa, somente 64% das unidades
de conservação tiveram desmatamento
igual ou menor do que 5%.
Publicação
Essas e outras informações
relacionadas aos resultados do programa em temas
como efetividade de gestão, biodiversidade,
mudanças climáticas e desmatamento
e gestão financeira estão consolidadas
em publicação digital sobre os resultados
da primeira fase do programa que será lançada
durante o evento na COP 10.
+ Mais
Governo do Amazonas avalia políticas
de conservação ambiental no estado
27 Outubro 2010
Em evento paralelo que aconteceu hoje, dia 27 de
outubro, no centro de convenções da
10ª Conferência das Partes da Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB), o governo
do estado do Amazonas fez uma avaliação
das suas políticas de conservação
ambiental relacionadas às metas de redução
da perda de biodiversidade da CDB, além de
alcançados na redução do desmatamento
e criação de áreas protegidas.
O WWF-Brasil, parceiro do governo
do estado em diversas atividades de conservação
da biodiversidade no bioma, também participou
do evento e apresentou o panorama da efetividade
na gestão de unidades de conservação
no estado.
Também durante a atividade,
o estado apresentou algumas iniciativas de conservação
em mosaico , que visam fazer frente à fronteira
do desmatamento na região, por meio de estratégias
de gestão integrada de áreas protegidas.
O estado do Amazonas vem trabalhando
desde 2003 em uma política de conservação
que inclui a criação e a implementação
de novas unidades de conservação,
a redução das taxas de desmatamento
e iniciativas relacionadas às mudanças
climáticas.
Durante o evento, o foco do debate
foi o progresso, nos últimos sete anos, do
cumprimento das metas da CDB relacionadas à
representatividade ecológica, conservação
da biodiversidade, efetividade de gestão,
redução do desmatamento e desenvolvimento
sustentável. Também foram debatidos
compromissos e metas para implementação
local e regional de um novo plano estratégico
pós-2010 e dos programas temáticos
da CDB a serem decididos durante a COP 10.
O evento contou com a presença
da Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável do governo do Amazonas, Nádia
Cristina d’Avila Ferreira e o superintendente de
conservação do WWF-Brasil, Cláudio
Maretti.
“O WWF-Brasil e o estado do Amazonas
são parceiros em estratégias de conservação
da rica biodiversidade da Amazônia e a organização
vem promovendo uma série de atividades de
uso sustentável na região”, afirmou
Maretti. “O governo do Amazonas tem um papel crucial
para o sucesso de estratégias de conservação
no estado e tem mostrado seu comprometimento na
criação de áreas protegidas”,
concluiu o superintendente.