10/11/2010
O 'Inventário de Gases de Efeito Estufa/GEE
de Resíduos do Estado do Paraná' avaliou
a emissão anual do gás metano no efeito
estufa entre os anos de 11000 a 2005,
considerando os setores de resíduos sólidos
(lixo), esgoto doméstico, esgoto comercial
e os efluentes industriais.
O crescimento populacional e o
consequente aumento na geração de
resíduos, bem como a forma de tratamento
e disposição dos resíduos estão
aumentando cada vez mais a emissão de gases
de efeito estufa. Em um intervalo de 15 anos os
três setores emitiram 1.542,39 gigagramas
(Gg) de gás metano (CH4), sendo que, em 11000,
a emissão era de 93,55 Gg e em 2005 aumentou
para 129,11 Gg.
O setor que mais emite metano
no Paraná é o de resíduos sólidos
com 61,7% do total. O esgoto doméstico e
comercial é responsável por 28% das
emissões e os efluentes industriais emitem
10,3% do total. Estes índices se devem à
disposição final dos resíduos
- em aterros sanitários - e aos processos
de tratamento de esgotos domésticos serem,
predominantemente, sistemas anaeróbios, ou
seja, sem a presença de ar.
O QUE É - Os inventários
traçam o perfil de emissão dos setores,
territórios, empresas ou instituições,
baseado nos quais se podem formular cenários
futuros de emissão e identificar atividades
com maior potencial de redução de
emissão. É o primeiro passo para reduzir
e controlar as emissões, bem como implementar
ações para monitoramento do carbono.
'É muito importante saber
da iniciativa do Paraná de estar preocupado
com a mudança do clima e de saber que estão
trabalhando no sentindo de entender suas emissões
com um inventário bem feito e bem organizado,
para poder pensar políticas públicas
que sejam efetivas.', informa o engenheiro Mauro
Meirelles de Oliveira Santos, que é revisor
dos Inventários de Emissões de Gases
de Efeito-Estufa dos países Anexo I da Convenção-Quatro
das Nações Unidas sobre Mudanças
do Clima (UNFCCC).
Ele esteve em Curitiba para a
apresentação do inventário
paranaense que integra o 2º Inventário
Nacional de Emissões de GEE. 'O grande desafio
do Brasil hoje é criar caminhos alternativos
para não alterar tanto a atmosfera e, para
isso, é necessário quantificar o volume
de gases gerado pelos diversos setores da sociedade',
disse Meirelles que também integra a equipe
responsável pelo Inventário Brasileiro
de Gases de Efeito Estufa.
METODOLOGIA - A metodologia usada
para calcular as emissões do setor de resíduos
é mesma do Painel Intergovernamental de Mudança
do Clima (IPCC). As informações coletadas
para o cálculo das emissões foram
quantitativas e qualitativas, com foco nas operações
de aterros sanitários, tratamento de esgotos
domésticos e efluentes industriais. A publicação
apresenta ainda as metodologias de cálculo
de sua evolução por subsetores no
período estudado, além da indicação
de ações que contribuiriam para melhorar
a situação das emissões no
setor.
De acordo como secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge
Augusto Callado Afonso, além de controlar
a emissão de gases, o objetivo do inventário
é criar políticas e medidas que visem
combater a geração de efeitos futuros.
'O inventário também surge como uma
medida preventiva para os próximos anos,
com a função de auxiliar no controle
do lançamento de resíduos que causam
o aquecimento global', declara.
Entre os critérios avaliados
na metodologia estão empregos de dados da
população, geração de
resíduos, qualidade de alocação
dos locais de armazenamento de resíduos,
tecnologia aplicada para o tratamento de resíduos
e tudo que envolve a gestão de resíduos
no local.
O apoio técnico para elaboração
do inventário foi da Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo - CETESB. 'A Cetesb
poderia usar dados do IBGE ou outros estudos, mas
os dados locais sempre terão melhor qualidade
e serão mais precisos. Por isso, o trabalho
do Paraná tem esta importância e o
estudo de autoria do estado fará parte do
inventário nacional', afirmou o gerente da
divisão de Questões Globais da Cetesb,
João Wagner Silva Alves.
A coordenadora do Fórum
Paranaense de Mudanças Climáticas
da Secretaria, Manyu Chang, diz que os estados devem
mapear e monitorar as suas áreas de vulnerabilidade
no clima para prever ações de mitigação.
Segundo ele, o inventário paranaense é
apenas uma das ações do Governo do
Paraná. 'Trabalhamos para capacitar os municípios
paranaenses para que elaborem os seus inventários
de emissão de gases e proponham ações
locais. Além disso, a sensibilização
e educação da sociedade também
tem papel fundamental na elaboração
da política estadual de mudanças climáticas',
disse. Ao todo, nove municípios do estado
promovem ações na párea de
mudanças climáticas, sendo que o projeto
piloto foi implantado na Lapa.
O Inventário das Emissões
foi feito pela Secretaria do Meio Ambiente e suas
autarquias (IAP, Suderhsa e ITCG), em parceria com
a Sanepar, Consórcio Intermunicipal para
Gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos (Conresol) e Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUC/PR). A articulação
institucional foi do Fórum Paranaense de
Mudanças Climáticas Globais e o apoio
metodológico da Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (CETESB) e da Rede Nacional
de Inventários de Gases de Efeito Estufa
de Resíduos.
Através do site www.forumclima.pr.gov.br/
é possível obter mais informações
sobre o Fórum e sobre o tema Mudanças
Climáticas.
Abaixo tabela com o somatório
referente à emissão de gases por ano,
no intervalo de 11000 a 2005.
Tabela 1 - Total de Emissão
de CH4 referentes aos setores de resíduos
sólidos, efluentes domésticos e efluentes
industriais para o Estado do Paraná, de 11000
a 2005
Fonte: AEN
+ Mais
IAP proíbe pesca nos rios
do Paraná para garantir reprodução
dos peixes
09/11/2010
De acordo com a portaria, fica proibida a pesca,
seja ela subaquática, com ou sem embarcações,
nos rios com afluência direta ao reservatório
de Itaipu, bem como, nos rios Tibagi e seus afluentes
Arroio Guaçu, Piquiri, Ivaí, Ocoí,
São Francisco Falso, São Francisco
Verdadeiro, Rio das Cinzas e Rio Laranjinha e no
entorno de Unidades de Conservação.
Também fica proibida a pesca a menos de 500
metros de desembocaduras de rios e lagoas e até
1,5 mil metros a montante (acima) e a jusante (abaixo)
das barragens de reservatórios de usinas
hidrelétricas, cachoeiras e corredeiras.
'Durante este período também
fica proibida a captura, transporte e armazenamento
de espécies nativas, inclusive para fins
ornamentais e a utilização de qualquer
animal como isca, incluindo peixes e pesca subaquática',
explica o presidente do IAP, Volnei Bisognin.
O produto da pesca oriundo de
locais com o período de defeso diferenciado
ou de outros países, deverá estar
acompanhado de comprovante de origem, sob pena de
apreensão do pescado e dos equipamentos utilizados
na pesca.
PERMITIDO - A pesca será
permitida sem o uso de embarcações
nos rios em que não haja proibição.
Também fica liberada a pesca nos reservatórios
artificiais, aquicultura ou pesque-pague, devidamente
autorizados pelo Ibama, Ministério da Agricultura
e IAP, segundo critérios como emprego dos
seguintes aparelhos: linha de mão, caniço,
vara com molinete ou carretilha e iscas naturais
e artificiais.
Para a captura e transporte de
espécies não nativas e híbridas
não há limite de cota. Já para
as espécies nativas o limite é de
5 quilos de peixes mais um exemplar, nos locais
onde a pesca é permitida. As atividades de
pesca que estiverem em desacordo com a portaria
podem acarretar em multas que variam entre R$ 700
e R$ 50 milhões.