Priscila Galvão
Brasília (15/12/10) – Com apoio da Fundação
Ecotrópica, o chefe do Parque Nacional (Parna)
do Pantanal Matogrossense, José Augusto Ferraz,
sobrevoou no início desta semana a unidade
e constatou que o incêndio que atingira uma
área de campo de pastagem antiga,
desativada, na fronteira norte do Parque, estava
controlado. Seguramente, tratava-se de incêndio
natural, em área muito isolada, sem acesso
e sem possibilidades de combate sem apoio aéreo.
Como choveu bastante nos últimos dias na
região, o fogo foi considerado extinto. Mesmo
assim, a chefia do Parna Pantanal, com apoio da
Coordenação Geral de Proteção
Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), decidiu que só
suspenderá a operação de monitoramento
aéreo, feita por meio de helicóptero,
quando tiver certeza absoluta de nenhum risco de
recorrência do incêndio.
“No inicio da manhã da segunda feira (13),
foi deslocada equipe com o helicóptero para
o trabalho de rescaldo nas áreas potenciais
de turfa queimando. As áreas que eram visíveis
foram todas isoladas com aceiro (faixa de terra
limpa para proteção)”, afirmou Ferraz,
chefe da unidade.
O satélite ainda acuso na terça (14)
focos de calor que provavelmente devem ser troncos
queimando e turfa. “A atividade realizada foi monitoramento
de possíveis colunas de fumaça a partir
do morro do Caracará, para controle total
da situação e continuidade dos trabalhos
de rescaldo até que tenhamos segurança
de que o fogo não terá condições
de retornar”, disse Ferraz.
O helicóptero do ICMBio segue à disposição
do Parna Pantanal, com apoio dos brigadistas da
Chapada e de Taiamã. “Podemos afirmar que
a Coordenação de Proteção
do ICMBio e do Parna Pantanal, foi muito competente.
O gerente de fogo e os brigadistas do Parna Pantanal
seguem na frente de combate e são competentes
para fazer o rescaldo”, afirmou Ferraz.
Segundo ele, este fogo desastroso
foi um incêndio natural causado pelo grande
acumulo de matéria seca em áreas úmidas,
em período de estiagem longa e sua extensão
no interior do Parque se confunde com a área
incendiada anteriormente desde distâncias
maiores que 10 km de distância da fronteira
da unidade no “Buffer externo”, compreendendo um
área incendiada superior a 10.000 ha.
Ferraz explicou também que incêndios
naturais em áreas úmidas necessitam
ser investigados devido à frequente possibilidade
de combustão espontânea. “Este é
um assunto que já está programado
para ser discutido em reunião com a Coordenação
de Proteção do ICMBio, porque temos
de montar estratégias para apagar tanto os
nossos incêndios como prever apoio as Reservas
Naturais do Patrimônio Natural (RPPNs) da
Ecotrópica para evitar as perdas de biodiversidade
nas suas áreas, mesmo frente a incêndios
naturais”, concluiu Ferraz.
Ascom/ICMBio