10/12/2010 - A preocupação
com os impactos ambientais que a exploração
da camada do pré-sal, no litoral paulista,
motivou a realização de um encontro
técnico sobre o desenvolvimento dos projetos,
em Santos, nessa quinta-feira, 09.12, entre a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente – SMA, Petrobras e prefeituras
da Baixada Santista.
Participaram do encontro, o secretário
estadual do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel
de Azevedo, o gerente geral da Unidade de Operações
da Bacia de Santos da Petrobras, José Luiz
Marcusso e o vice-prefeito de Santos, Carlos Teixeira
Filho. Acompanharam as explanações
os técnicos da Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo – Cetesb, do Conselho Estadual
de Meio Ambiente – Consema, da Fundação
Florestal – FF e da Polícia Ambiental, além
dos secretários de Meio Ambiente de Santos,
Fábio Alexandre Nunes, de Planejamento, Bechara
Abdala Pestana Neves, e de Desenvolvimento, Márcio
Antônio Rodrigues de Lara.
O gerente da Petrobras abriu o
encontro mostrando dados e projeções
das explorações na bacia de Santos.
“A bacia começa na divisa de Cabo Frio e
se estende até Florianópolis, passando
por todo litoral paulista. É uma das maiores
províncias de hidrocarbonetos do mundo. Atualmente
são 60 mil barris de petróleo, até
2020 serão 1,8 milhão, entre exploração
própria da Petrobras e parceiros”, afirmou
Marcusso.
Uma das questões levantadas
pelos conselheiros do Consema são as ações
para evitar grandes acidentes que possam afetar
os ecossistemas do litoral paulista. Marcusso destacou
que a prioridade é evitar acidentes. “Nós
temos um plano de contenção e de riscos,
mas nosso objetivo é evitar que eles aconteçam”,
declarou.
Ações estratégicas
Responsável pelas ações
de meio ambiente da Petrobras, Marcos Vinicius Mello,
apresentou ao público as ações
promovidas e futuras. Entre os quais, projetos relacionados
a eventuais impactos, monitoramento ambiental, controle
da poluição, comunicação
social, educação ambiental, monitoramento
sistemáticos com sensores remotos, oceanográficos
e metereológicos. “Vamos acompanhar as condições
do oceano e analisar a influência das atividades
sobre os ecossistemas marinhos. Além disso,
temos projetos de compensações das
nossas emissões”, afirmou.
O secretário de desenvolvimento
da prefeitura de Santos destacou que a preocupação
maior era sensibilizar a sociedade sobre as mudanças
que a exploração traria para a Baixada
Santista. “Discutimos desde o começo com
todos os atores sociais um planejamento integrado
urbanístico, ambiental e econômico.
Além de uma integração permanente
entre Petrobras, Governo do Estado de São
Paulo, sociedade e prefeituras da Baixada Santista”,
citou.
Pedro Ubiratan frisou que o objetivo
do encontro é criar uma agenda permanente
e integrada entre todos os órgãos
participantes do projeto para criar ações
estratégicas. “Os impactos do pré-sal
sobre a cidade, o meio ambiente, população
é muito grande. Minha preocupação
é que possamos nos apropriar melhor dos benefícios
que a riqueza gerada com a indústria do petróleo,
não só os royalties, com o que vai
acontecer com a vida de quem vive na Baixada e com
o meio ambiente”, afirmou o secretário estadual,
citando exemplos como Macaé e o Golfo do
México. “Precisamos estudar o que aconteceu
nesses casos, analisar, rever para que não
aconteça aqui”, acrescentou.
Marcusso disse que muitas lições
foram tiradas nesses dois casos. “Macaé era
uma ilha de pescadores, aqui em Santos temos um
trabalho integrado de governança. Criamos
um plano diretor conjunto, que envolve tráfego,
energia, transportes e segurança. Quanto
ao acidentes, temos um plano de gerenciamento de
risco e volto a reiterar, o principal objetivo é
evitar que eles aconteçam”, disse.
Texto: Lukas Campagna Fotografia: Pedro Calado