por Thiago de Mello Bezerra última
modificação 10/12/2010 09:17
Priscila Galvão - Brasília (10/12/10)
- A Reserva Biológica (Rebio) das Perobas,
no Paraná, está terminando a avaliação
ecológica rápida da unidade, procedimento
que servirá para a elaboração
do plano de manejo. O documento está sendo
elaborado em conjunto com a Coordenação
de Elaboração e Revisão de
Planos de Manejo, da diretoria de Unidades de Proteção
Integral (Direp/ICMBio).
A etapa de campo da avaliação
ecológica rápida teve início
no final de outubro. Durante os trabalhos, as equipes
de pesquisadores tem identificado e mapeado a ocorrência
de diversas espécies ameaçadas de
extinção.
Pela primeira vez na reserva,
foi possível fazer o registro fotográfico
do puma - espécie ameaçada de extinção
na lista nacional. Antas, jaguarundis e jaguatiricas
também foram registradas.
O registro foi feito por pesquisadores
da Universidade Paranaense (UNIPAR) que integram
o Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos
e Educação (GEEMEA).
Os levantamentos realizados pela
equipe foram feitos em três pontos dentro
da reserva, sendo dois em locais mais conservados
e um em área que passa por processo de regeneração
natural.
“A avaliação ecológica
é uma das etapas do diagnóstico da
reserva. O diagnóstico é uma parte
muito importante da elaboração de
um plano de manejo, pois permite que se definam
e priorizem as ações de manejo de
forma mais adequada para combater ameaças
e reforçar potencialidades da área”,
afirmou o analista ambiental, Antônio Guilherme,
lotado na Rebio.
Durante a avaliação
algumas espécies chamaram a atenção
de Antônio, como a Queixada (Tayassu pecari)
– espécie ameaçada de extinção
no Paraná; Puma (Puma concolor) – espécie
ameaçada de extinção na lista
nacional; Jaguatirica (Leopardus pardalis) – espécie
ameaçada de extinção na lista
nacional; Pavó (Pyroderus scutatus) – ave
rara da Mata Atlântica registrada pela primeira
vez na reserva; Pinheiro-do-Paraná (Araucaria
angustifolia) – árvore símbolo do
Paraná, ameaçada de extinção;
e Palmito-jussara (Euterpe edulis) – espécie
de palmeira ameaçada de extinção.
Na avaliação, foram
registradas duas onças-pardas, também
conhecidas como pumas, nas área da reserva.
“As espécies de predadores de topo de cadeias
alimentares são normalmente tem populações
pequenas nos ecossistemas. Na região da Rebio
das Perobas, estes animais são ainda mais
raros devido à escassez de florestas. Os
pesquisadores consideraram que o registro foi relevante,
pois indica a importância da unidade para
a manutenção deste animais”, afirmou
o analista ambiental, Antônio Guilherme.
Ascom/ICMBio
+ Mais
ICMBio multa governo de Brasília
em R$ 13 milhões por manter lixão
ao lado de parque nacional
por Thiago de Mello Bezerra última
modificação 23/12/2010 18:01
O Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade, por meio da fiscalização
do Parque Nacional de Brasília, multou o
Serviço de Limpeza Urbana (SLU), do Governo
do Distrito Federal (GDF), e a Valor Ambiental,
empresa contratada pelo GDF para operar e manter
o Lixão da Estrutural – um imenso e irregular
aterro de lixo que causa sérios problemas
ambientais.
Brasília (23/12/2010) –
O Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade, por meio da fiscalização
do Parque Nacional de Brasília, multou o
Serviço de Limpeza Urbana (SLU), do Governo
do Distrito Federal (GDF), e a Valor Ambiental,
empresa contratada pelo GDF para operar e manter
o Lixão da Estrutural – um imenso e irregular
aterro de lixo que causa sérios problemas
ambientais.
A multa é de R$ 9 milhões
para o SLU e de R$ 4 milhões para a Valor
Ambiental. O motivo são os danos ambientais
causados pelo Lixão ao Parque Nacional, unidade
de conservação federal que fica ao
lado do aterro e tem como um de seus principais
objetivos preservar mananciais de água que
abastecem parte da população de Brasília.
Além de aplicar as multas,
a fiscalização embargou inicialmente
parte do lixão, numa faixa de 300 metros
a partir dos limites do parque e deu prazo de 90
dias para a apresentação de um Plano
de Recuperação da Área Degradada
e de 120 dias para a desativação total
do Lixão.
Todo o processo será encaminhado
ao Ministério Público para ser transformado
em ação penal. Se as recomendações
forem descumpridas, o SLU e a Valor Ambiental poderão
sofrer sanções criminais. As duas
instituições podem apresentar defesa
em qualquer unidade do ICMBio para ser apreciada
posteriormente pela Coordenação Regional.
Atualmente, o Lixão da
Estrutural recebe 2.500 toneladas por dia de resíduos
domésticos e comerciais urbanos. Outros tipos
de resíduos também são descarregados
no local, como entulhos de construção
(6.000 toneladas/dia). A massa de dejetos na área
degradada já chega a um total de 14,8 milhões
de toneladas.
LAUDO – A fiscalização
anexou aos autos de infração laudo
elaborado por analistas ambientais do parque, com
a ajuda do professor José Eloi Guimarães
Campos, especialista em hidrogeologia da Universidade
de Brasília (UnB), que comprova os danos
causados ao meio ambiente por toda essa massa de
entulho, acumulada principalmente a partir de 1984,
quando o Lixão passou a receber todo o lixo
produzido no DF.
Segundo o laudo, os danos atingem
o meio físico (solo, água e ar), a
fauna e a flora e a qualidade de vida dos moradores
e frequentadores da região, além de
estenderem-se à área protegida pelo
parque nacional. O principal impacto é sobre
os recursos hídricos.
O chorume que escoa do local,
de acordo com os estudos, contamina as águas
superficiais e subterrâneas e já ameaça
o córrego Acampamento, que nasce no parque,
pondo em risco o sistema de captação
de água do Ribeirão Bananal, cuja
operação, segundo a Caesb, é
fundamental para reforçar o sistema Santa
Maria–Torto, que abastece parte de Brasília.