Panorama
 
 
 

CONSUMIDOR PAULISTANO COMPRA PRODUTOS RELACIONADOS À DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA, APONTA ESTUDO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2011

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As grandes empresas que atuam no mercado da capital paulista continuam ligadas a crimes ambientais e sociais na Amazônia, mostra a pesquisa Conexões Sustentáveis. No entanto, o estudo anunciado hoje (23) pelo Fórum Amazônia Sustentável e do Movimento Nossa São Paulo mostrou redução dessa relação.

“Um fato importante foi o lançamento dos pactos setoriais da pecuária bovina, da soja e da madeira. Eles representam um importante esforço de empresas que não querem ver seus nomes ou seus produtos associados à devastação”, destaca o estudo.

A pesquisa analisou as cadeias produtivas da soja, carne e madeira – e rastreou os impactos na devastação da Amazônia até os varejistas que vendem esses produtos para o consumidor final. “São Paulo continua como a mais importante financiadora da devastação da Floresta Amazônica”, diz o estudo.

Na produção de soja, a pesquisa constatou que quatro grandes companhias, sendo três multinacionais, tiveram como fornecedor uma empresa que possuí áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Mato Grosso. O grupo citado também é dono de uma propriedade instalada irregularmente na Terra Indígena Maraiwatsede. Segundo o relatório, essas empresas agrícolas acumulam R$ 58 milhões em multas por crimes ambientais.

Em relação à carne, cinco frigoríficos foram identificados como compradores de animais de um pecuarista que teve áreas embargadas pelo Ibama. Por conta do desmatamento irregular, o produtor foi multado em R$ 14 milhões.

Os produtos finais fabricados com a soja e carne provenientes de fazendas infratoras são, segundo a pesquisa, revendidos por supermercados da capital paulista.

Na cadeia da madeira, o estudo mostra que o fornecedor de móveis para uma grande empresa de produtos populares comprou madeira de um produtor que figura no cadastro de áreas embargadas do Ibama. Além disso, o madeireiro mato-grossense também já constou na “lista suja” do trabalho escravo, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

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Cetesb exige medidas da Petrobras para suspender embargo de gasoduto

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) exigiu hoje (23) que a Petrobras apresente uma proposta detalhada de ações de redução dos impactos causados pelas obras de implantação de dutos do Gasoduto Gasan 2 – embargado pela companhia desde o último dia 27 – em um trecho de cerca de 1 quilômetro, ao longo do Ribeirão da Estiva, no município de Rio Grande da Serra (SP), na Serra do Mar.

As obras foram paralisadas em atendimento a uma denúncia, encaminhada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), de que as obras estariam causando a turbidez no rio, onde são captadas cerca de 100 metros cúbicos (m³) por segundo de água para abastecimento da população.

“Segundo os técnicos, os problemas foram causados pelo fato de as obras estarem sendo feitas em área de várzea e pela intensidade das chuvas dos últimos dias, que promoveram o transporte de sedimentos para o corpo d’água”, afirmou, em nota, a Cetesb.

De acordo com a companhia, a proposta da Petrobras é promover o isolamento da área de escavação e de passagem de dutos com material geotêxtil (fibras, naturais ou artificiais usadas na contenção de áreas sob risco de erosão ou deslizamento).

A Cetesb exige que a empresa apresente o detalhamento das estruturas de contenção, além de reduzir o ritmo das operações, desenvolvendo os trabalhos em dias alternados, para possibilitar a estabilização periódica do sistema hídrico do Ribeirão da Estiva. A Cetesb ainda quer que todo o material de contenção usado seja removido do local ao final das obras.

Outra exigência é que a Petrobras apresente também, por escrito, os termos das tratativas com a Sabesp, ações de monitoramento da qualidade das águas e medidas de contingência para evitar o desabastecimento da população, caso o grau de turbidez d’água não permita o tratamento da água.

Em nota, a Petrobras afirmou que tem todas as licenças ambientais exigidas para as obras e que já encaminhou a Cetesb o detalhamento das ações. “O procedimento de execução no local já foi apresentado e aguarda aprovação da Cetesb. O procedimento apresentado é o mesmo previsto originalmente, porém com um detalhamento maior, conforme solicitação da Cetesb”.

O governador do estado, Geraldo Alckmin, afirmou, no início da tarde, que a obra é importante para o transporte dos produtos do pré-sal, mas que exigirá cuidado com o meio ambiente. “O gasoduto é importante porque interliga Caraguatatuba com gasoduto Rio-São Paulo. Agora, é preciso preservar o meio ambiente. Não é possível construir uma obra causando impacto ambiental, destruindo áreas verdes e águas. E hoje, temos tecnologia para fazer isso, preservando o meio ambiente.”

O Gasan 2 atravessa os municípios paulistas de São Bernardo do Campo, Santo André, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá e São Paulo. Com extensão de aproximadamente 37,5 quilômetros (km), vai ligar a futura Estação de Bombeamento, em São Bernardo do Campo, com a futura Estação de Controle de Gás de Mauá.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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