29/03/2011 - 12h13
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Relator da proposta de reforma
do Código Florestal, o deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP), ressaltou hoje (29) que as discussões
em torno do tema não
são uma briga entre ambientalistas e ruralistas.
Durante audiência pública no Senado,
Rebelo defendeu que a atualização
do código é uma necessidade para proteção
do meio ambiente e da agricultura do país.
“A desinformação
na sociedade e na imprensa é muito grande
sobre isso e todo mundo reproduz o jargão
de que é uma briga entre ambientalistas e
ruralistas. Não é uma briga entre
ruralistas e ambientalistas, isso é a necessidade
do país de proteger o meio ambiente e a agricultura”,
afirmou o deputado.
Rebelo afirmou que durante a fase
de elaboração do seu relatório
percorreu todas as regiões do país,
conversou com pequenos e grandes produtores rurais,
representantes de entidades de classes e identificou
a necessidade de se adequar o novo código
à realidade do país. “Hoje se lê
facilmente nos jornais que nós queremos mudar
o código. Não é verdade. Ele
já foi completamente alterado e o que resta
do código hoje é pouco mais do que
um título, um nome”, argumentou o deputado.
“Não vamos abrir mão
do instituto da reserva legal, embora ele só
exista no Brasil. Vamos manter a reserva legal de
80% na Amazônia, teremos 35% de reserva no
Cerrado Amazônico, 20% da Mata Atlântica.
Vai continuar na lei a proteção dos
rios de 15 até 500 metros. Continuará
na nossa legislação a proteção
de morros e encostas. Tudo isso continuaremos acolhendo
porque não é um compromisso de governo,
de Estado, mas é um compromisso civilizatório
no Brasil. Por isso preservamos 70% de vegetação
nativa e os europeus não têm mais nada”,
disse Rebelo.
O deputado ainda fez duras críticas
às organizações não
governamentais (ONGs) que atuam no Brasil e têm
se posicionado contra a reforma do Código
Florestal. Segundo ele, essas organizações
que hoje defendem no Brasil a proteção
ambiental e inviabilizam a produção
agrícola e pecuária, não fizeram
o mesmo nos seus países de origem.
“Na Amazônia, essas ONGs
sediadas na Holanda, na Bélgica, querem 80%
de reserva legal enquanto nos países onde
têm suas sedes não defendem nem um,
nem dois, nem três por cento. Considero isso
uma indignidade, inaceitável”, afirmou Rebelo.
“Considero inaceitável
que certas organizações e seus executivos
assalariados que têm por mês uma renda
que um agricultor em Rondônia não consegue
em um ano tenha a desfaçatez de chegar aqui
e exigir de nós o que não apontam
nos seus países”, acrescentou.
Edição: Lílian Beraldo