08/04/2011 - Um filhote de peixe-boi
foi encontrado nesta quinta-feira (7) por um agente
de endemias no Parque Estadual Rio Negro, setor
sul, zona rural de Manaus (AM). O animal foi resgatado
por pesquisadores da Associação Amigos
do Peixe-Boi (Ampa) e levado
para o Inst08/04/2011 - Um filhote de peixe-boi
foi encontrado nesta quinta-feira (7) por um agente
de endemias no Parque Estadual Rio Negro, setor
sul, zona rural de Manaus (AM). O animal foi resgatado
por pesquisadores da Associação Amigos
do Peixe-Boi (Ampa) e levado para o Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), onde
recebe cuidados.
Um agente de endemias encontrou
o peixe-boi, entrou em contato com a chefe do Parque,
Alcilene de Araújo Paula, que fez o chamado
à Ampa. Ela acredita que o animal estava
perdido, pois não havia registro de peixes-bois
na área e muito menos de caça à
espécie no local. “Isso pra gente é
inédito, não havia a presença
de peixe-boi, eu trabalho há seis anos no
Parque e nunca tinha visto” ressaltou.
O animal, batizado pelos comunitários
de Baixotinho, mede 70 cm de comprimento, pesa 5,5kg
e tem aproximadamente um mês. Durante a viagem
ele apresentou dificuldades para respirar. Segundo
a Bióloga da Ampa, Isabel Reis, o peixe-boi
foi encontrado por volta das 11h, está bem
e deve passar por avaliações clínicas.
“Ele vai passar por um período de quarentena,
aparentemente está bem, aceitou bem o leite
que oferecemos e vamos avaliar o desenvolvimento
dele nos próximos dias”, afirmou.
De acordo com Anselmo d’Affonseca,
veterinário do Inpa, o peixe-boi resgatado
hoje provavelmente é prematuro e por isso
não sabe a hora que deve emergir para respirar.
Um esquema especial foi montado para monitorar o
peixe-boi durante a noite. “Precisamos acompanhar
o estado de saúde desse animal e lhe oferecer
a mistura láctea, pelo menos duas vezes à
noite. Por apresentar sinais de prematuridade, baixo
peso e pouco desenvolvimento, ele inspira mais cuidados.
O riso de morre é maior”, disse.
Números
Somente este ano, quatro peixes-bois
foram resgatados pela Ampa, ONG que atua em parceira
com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos
(LMA) do Inpa. Ao todo, 49 peixes-bois estão
sob os cuidados dos pesquisadores.
Participaram da ação,
nesta quinta-feira (7), agentes da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(SDS) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
e Sustentabilidade (Semmas).
O trabalho
A Ampa é uma organização
não governamental, patrocinada pela Petrobras,
e tem como missão promover atividades de
proteção, conservação,
pesquisa e manejo do peixe-boi da Amazônia,
e dos outros mamíferos aquáticos existentes
na região: lontra neotropical (Lontra longicaudis),
ariranha (Pteronura brasiliensis), tucuxi (Sotalia
fluviatilis) e boto-vermelho (Inia geoffrensis).
Projeto Mamíferos Aquáticos
da Amazônia
É um dos mais recentes
e importantes projetos da Ampa. Criado este ano,
o programa tem a missão de preservar os mamíferos
aquáticos da Amazônia, afastando-os
do iminente perigo de extinção, por
meio de pesquisas e ações integradas.
O Projeto, patrocinado pelo Programa
Petrobras Ambiental, é um dos mais expressivos
investimentos já realizados em prol da preservação
dos mamíferos aquáticos amazônicos.
O objetivo dele é desenvolver estudos de
ecologia, história natural e comportamento
dessas espécies, com o intuito de fornecer
subsídios para o conhecimento biológico
das espécies, envolvendo o manejo participativo
e, por conseqüência, ressaltando a importância
ecológica desses animais junto às
comunidades ribeirinhas.
+ Mais
Pescadores resgatam filhote de
peixe-boi na reserva Amanã
26/04/2011 - 09:32 - Um filhote
de peixe-boi ficou preso em uma rede de pesca na
manhã da última quarta-feira (20),
no igarapé do Veado, na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Amanã, perto do município
de Maraã, Estado do Amazonas. Os pescadores
resgataram o animal e o conduziram até a
Casa do Baré, um alojamento para pesquisadores
do Instituto Mamirauá (IDSM/MCT), Organização
Social que participa da gestão da reserva
e que mantém ali o Centro de Reabilitação
de Peixe-boi Amazônico de Base Comunitária,
o Centrinho.
Felizmente, o filhote não se feriu no enlace
com a rede e pôde retornar à natureza
ainda no mesmo dia. "Barezinho", como
foi carinhosamente batizado pelos pescadores, passou
por exames que constataram que ele estava em boas
condições de saúde, com peso
de 10,2 kg. O peixe-boi tomou uma mamadeira de leite
de soja no centro de reabilitação
e foi solto no mesmo lugar onde havia sido capturado.
A mãe de "Barezinho" ainda estava
às proximidades, procurando seu filhote.
“A atitude de não abater o animal, mas informar
os pesquisadores, demonstra a colaboração
dos comunitários para com a iniciativa do
Instituto Mamirauá, e sugere um crescente
nível de conscientização pela
população local, fundamental para
a conservação. A decisão de
soltar o animal imediatamente após a avaliação,
para reencontro com a mãe, evitando a necessidade
de reabilitação em cativeiro, é
a melhor solução nos casos de emalhe”,
explica a oceanógrafa Miriam Marmontel, que
coordena o Grupo de Pesquisas em Mamíferos
Aquáticos do Instituto.
Conservação
Considerado como criticamente ameaçado de
extinção, o peixe-boi amazônico
é uma das espécies-alvo do projeto
Conservação de Vertebrados Aquáticos
Amazônicos, desenvolvido por pesquisadores
do Instituto Mamirauá e financiado pela Petrobras,
através do Programa Petrobras Ambiental.
Além do peixe-boi, o projeto visa propor
e consolidar estratégias de conservação
para grandes vertebrados, como as espécies
de jacarés e quelônios que habitam
as reservas Amanã e Mamirauá, na região
do Médio Solimões, no Amazonas.