17/06/2011
Carlos Américo
A Caatinga teve 1.921 km² de sua floresta
desmatada no período de 2008-2009, segundo
dados do Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama.
O ritmo anual de desmamento diminuiu. Enquanto de
2002 a 2008 a média anual era de 0,28% de
área desmatada, entre 2008 e 2009 a taxa
anual foi de 0,23%.
"É um dado melhor
porque diminuiu o ritmo comparando com o período
2002-2008. Mas ainda é importante que a gente
tenha iniciativas de sustentabilidade, como de manejo
adequado da Caatinga, para não perder esse
bioma que é único e absolutamente
estratégico para a qualidade de vida do nosso
País, em particular nos seus estados",
destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Os primeiros dados do monitoramento
da Caatinga sobre as áreas desmatadas até
2008 foram divulgados no ano passado. No primeiro
levantamento, em 2002, foi registrado um índice
de desmate de 43,7%. Este número subiu para
45,4% em 2008. Com os novos dados, a Caatinga tem
45,6% de sua área desmatada. Uma das principais
causas do desmatamento na região é
a extração ilegal da mata nativa que
é convertida em lenha e carvão vegetal.
Os estados que mais desmataram
foram Bahia (638 km²), Ceará (440 km²)
e Piauí (408 km²), e os municípios
que registraram as maiores áreas com supressão
de floresta foram Mucugê e Ruy Barbosa (BA)
e Cabrobó (PE).
Único bioma exclusivamente
brasileiro, a Caatinga possui uma área original
de 826.411 km² e está presente em cerca
de 11% do País nos estados da Bahia, Ceará,
Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão,
Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais.
A região sofre forte impacto das mudanças
climáticas por apresentar muitas áreas
suscetíveis à desertificação.
Uso Sustentável
Durante o evento do Dia Mundial
de Combate à Desertificação,
a ministra Izabella e o vice-presidente da Caixa
Econômica Federal, José Urbano, assinaram
o referência do edital, no valor de R$ 6 milhões,
que vai selecionar projetos que promovam o uso sustentável
da Caatinga. O recuso é do Fundo Socioambiental
da Caixa Econômica Federal. A meta é
fazer 2000 fogões eficientes, que usam menos
lenha e não gera fumaça, para as famílias
do árido e semiárido, 15 mil hectares
de manejo florestal comunitário e familiar
e implementar ações de eficiência
energética em 290 empresas dos polos gesseiro
e cerâmico. O edital para a seleção
dos projetos será publicado na próxima
semana.
Para a ministra Izabella, as ações
na Caatinga ainda não são suficientes
mas são necessárias. Ela disse ainda
que a população do semiárido
tem de quebrar o mito de que não se pode
fazer o uso sustentável da Caatinga. Já
o vice presidente da Caixa ressaltou que o Fundo
Socioambiental da Caixa busca contribuir para o
que é fundamental para o País.
A inciativa vai de encontro com
a Convenção das Nações
Unidas de Combate à Desertificação
(UNCCD) que considera o uso sustentável das
florestas como uma das melhores formas de se evitar
a desertificação e garantir uma vida
digna à população nas regiões
do semiárido e árido.
Lançamento
O livro /Fundo Nacional do Meio
Ambiente (FNMA) - 21 anos Fomentando a Vida/, será
lançado nesta sexta-feira (17/6), às
14h30, no auditório do Edifício Marie
Prendi Cruz, em Brasília. A obra traz a trajetória
do Fundo Nacional do Meio Ambiente, o mais antigo
fundo socioambiental do Brasil.
+ Mais
INSS adere à agenda socioambiental
27/06/2011 - O Instituto Nacional
de Seguridade Social (INSS) é a mais nova
entidade do Governo Federal a fazer parte da Agenda
na Administração Pública (A3P)
. O termo de cooperação com o Ministério
do Meio Ambiente (MMA) foi assinado ontem, durante
as comemorações dos 21º aniversário
do INSS. O termo foi assinado pelo presidente do
Instituto, Mauro Luciano Hauschild, pelo representante
da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
Geraldo Vítor de Abreu, diretor do Departamento
de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental.
Segundo Geraldo de Abreu, a adesão
do INSS é muito importante, pois é
a principal autarquia do Governo Federal, com uma
grande capilaridade. "A partir de agora, a
autarquia passa a executar o plano de trabalho proposto
ao MMA,"explicou Geraldo de Abreu. Tomar parte
da A3P significa fazer uso racional dos recursos
e a gestão adequada dos resíduos.
A Agenda funciona como um parâmetro público
de responsabilidade socioambiental.