Para produzir
embalagens descartáveis para a Barbie e outros
brinquedos, a APP (Ásia Pulp and Paper) continua
devastando as florestas tropicais da Indonésia.
Com isso, a empresa está levando à
extinção espécies como o tigre
de Sumatra.
Ao longo das últimas semanas, acompanhamos
o drama da separação do casal mais
famoso e luxuoso do mundo dos brinquedos. Em choque
após descobrir as ligações
de Barbie com o principal devastador das florestas
tropicais da Indonésia, Ken decidiu dar um
tempo no relacionamento.
Mas, para aqueles que torcem por
um final feliz, lamentamos ter que mostrar mais
um trágico episódio desta história.
Para produzir embalagens descartáveis para
a Barbie e outros brinquedos, a APP (Ásia
Pulp and Paper) continua devastando as florestas
tropicais da Indonésia. Com isso, a empresa
está levando à extinção
espécies como o tigre de Sumatra.
O vídeo que vamos mostrar
a seguir contém cenas fortes de violência
contra animais. O Greenpeace Internacional flagrou
a lenta agonia de um tigre de Sumatra próxima
a uma área de concessão da APP.
As imagens foram registradas neste
mês de julho. O tigre morreu na região
de Riau, na Indonésia, depois de passar sete
dias preso em uma armadilha para animais. Ao descobri-lo,
os fiscais florestais lançaram dardos tranqüilizantes
para removê-lo. Mas, devido aos ferimentos,
o animal não sobreviveu.
A APP já foi acusada muitas
vezes de devastar a floresta tropical para produzir
embalagens descartáveis de papelão.
Entre seus clientes, estão fabricantes de
brinquedos como a Hasbro, Disney e Mattel.
Este tigre de Sumatra, de aproximadamente
um ano e meio de vida, era um dos 400 exemplares
ainda vivos em área selvagem. A destruição
de seu habitat natural está forçando
a espécie a um contato mais próximo
com os seres humanos. Cada ano, na região
de Riau, 160 mil hectares de florestas naturais
são destruídas pela APP e pela indústria
de óleo de palma. É por isso que acidentes
como este podem se tornar cada vez mais comuns.
Esta evidência pode colocar
pressão a um reposicionamento da PEFC (do
inglês, Programa para a Aprovação
da Certificação Florestal). Este órgão
é responsável por certificar as produções
“sustentáveis” de papel em todo o mundo,
mas está sendo criticada por suas ligações
com a APP. Os produtos com origem na área
onde morreu o tigre de Sumatra poderiam receber
o selo de aprovação da PEFC.
Assim como o Ken, você pode
fazer a diferença e colaborar com esta campanha.
Envie emails para os executivos da Mattel exigindo
que eles deixem de comprar embalagens de empresas
que desmatam as florestas tropicais da Indonésia.
+ Mais
Ecos de uma revolução
silenciosa
Estudos do Greenpeace e da ONU
mostram mercado crescente para energias limpas,
com países em desenvolvimento liderando a
corrida por investimentos no setor.
Energia renovável não é coisa
do futuro. É a realidade do presente. Para
dar cara a esta mudança de rumo, recentes
estudos vem mostrando o crescimento do mercado e
dos investimentos de energia no mundo, revelando
que as fontes limpas estão competitivas,
especialmente em países em desenvolvimento.
O Greenpeace Internacional fez
um balanço do mercado dos últimos
40 anos, apelidado de Revolução Silenciosa.
Apesar dos combustíveis fósseis continuarem
em aumento, tanto em novas instalações,
como em participação na subida de
emissões de gases estufa, eólica e
solar foram as energias que, em ritmo, mais cresceram
no mundo nos últimos 10 anos – em torno de
430 mil MW.
Entre 2000 e 2010, revela o estudo,
26% de todas as centrais elétricas que surgiram
no mundo foram de renováveis, especialmente
eólica. Outros 42% foram térmicas
à gás, 2% nuclear e o restante, térmica.
Os 475 mil MW de incremento de energias fósseis
no período, 78% dele na China, contabilizaram
um total de 55 milhões de toneladas de CO2
emitidos no mesmo período.
O avanço das energias limpas
no mundo surpreendeu até os mais otimistas.
Em 2007, o Greenpeace Internacional publicou na
primeira edição do relatório
Revolução Energética que a
potência instalada para renováveis
no mundo até 2010 seria de 156 GW, valor
alcançado somente pelo setor eólico
em 2009, comprovando que esta tal revolução
já está em marcha firme.
A ONU acaba de também endossar
esta perspectiva. Na edição de 2011
do estudo Tendências Globais dos Investimentos
em Energia Renovável, recém lançado
pela UNEP, os dados mostram que entre 2009 e 2011,
os investimentos em energia limpa subiram 32%.
Chama a atenção
o envolvimento de países em desenvolvimento
nesta conta: superaram os investimentos em renováveis
dos desenvolvidos no balanço de 2010, liderados
pela mesma vilã das térmicas fósseis,
a China. O vento, entre todas, é a tecnologia
mais madura, com investimentos que somam mais de
94 bilhões de dólares. Solar vem logo
atrás, com 86 bilhões, seguido de
biomassa, com 11 bilhões.
No Brasil, os investimentos em
renováveis caíram 5% este ano em relação
a 2009, para um total de 6,9 bilhões de dólares,
especialmente por conta da reestruturação
do setor sucroalcooleiro, responsável pela
produção de energia por co-geração
à biomassa. O país, no entanto, é
visto como um dos de maior potencial para crescimento
de mercado para renováveis do mundo.
O relatório é uma
produção do Programa Ambiental da
ONU (PNUMA), a Frankfurt School of Finance and Management,
na Alemanha, e o Bloomberg New Energy Finance.
+ Mais
É tempo de desintoxicar
Grandes marcas de equipamentos
esportivos com selo de “made in China” estão
por trás de uma história de poluição
e perigo à saúde humana e ambiental.
É o que revela recente investigação
do Greenpeace, que mostra como fornecedores chineses
para Adidas, Nike e Puma vem intoxicando os rios
do país com rejeitos químicos. Estas
marcas agora têm a chance de encarar o desafio
da desintoxicação e virar este jogo.
Um ano de pesquisa revelou que
a indústria têxtil na China é
a principal responsável pela alta concentração
de poluentes extremamente perigosos nas águas
de importantes rios do país. As substâncias,
para além das fronteiras chinesas, vêm
viajando mares afora e já foram encontradas
até no organismo de ursos polares. Na ponta
desta cadeia, nomes como Nike, Adidas e Puma.
Visite a página especial
e crie seu vídeo personalizado da campanha.
Para dar uma forcinha aos ícones
do esporte mundial a mudar esta triste realidade,
o Greenpeace na China lançou uma campanha
campeã: ativistas do Greenpeace amanheceram
na porta das maiores lojas da Adidas e Nike em Pequim,
capital da China, com cartazes que diziam: Desintoxique!
Entre os principais vilões
das águas chineses estão os compostos
perfluorados, mais conhecidos como PFC’s, e os alquifenóis.
Ambos carregam uma longa lista de malefícios
aos humanos e ao ambiente, tais como consequências
para os sistemas endócrino, reprodutivo e
hormonal, doenças no fígado e problemas
de crescimento.
Enquanto em países como
os Estados Unidos, país de origem de algumas
grandes marcas internacionais, a concentração
dos poluentes na indústria têxtil vem
diminuindo, na China, maior produtor de tecidos
desde 1995, estes só fazem crescer. Quase
70% dos rios, lagos e reservatórios chineses
são afetados pela poluição.
Em Xangai, 20 milhões de pessoas bebem as
águas do Yangtze, rio que recebe 30 bilhões
de toneladas de água com resíduos
por ano.
“O consumidor pode mandar seu
recado às marcas, dizendo que não
aceita participar deste ciclo perigoso. É
a forma de exercer pressão global para que
deixem de comprar de fornecedores envolvidos em
contaminação de águas na China,
ou qualquer outra denúncia de crime ambiental
e humano”, diz Pedro Torres, do Greenpeace no Brasil.
Apesar de local, ressalta Torres,
o problema torna-se mundial a medida em que adquirimos
estes produtos. “Todo consumidor, seja na Europa
ou no Brasil, que adquire o produto com esse selo
tóxico, contribuí, mesmo que aparentemente
de maneira indireta, com esta cadeia poluidora".