05/07/2011 - Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pesquisadores de instituições
como a Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências
(ABC) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) participaram hoje (5) de debate no Senado
sobre o projeto de lei do novo Código Florestal
aprovado pela Câmara dos Deputados. A reunião
contou com a participação de senadores
das comissões de Meio Ambiente e de Agricultura,
onde o texto está em análise, antes
de seguir para o plenário do Senado.
Para o professor Pedro Aleixo, da SBPC, os senadores
“são responsáveis por encontrar um
ponto de equilíbrio” na proposta analisada
pelo Congresso. Acrescentou que chegou o momento
de um acordo que não prejudique a expansão
agrícola do país nem, tampouco, a
preservação dos biomas brasileiros.
“Não adianta para o país uma solução
em que uma parte vai ganhar. Chegou a hora de um
acordo”. Neste sentido, ele ressaltou que o trabalho
da comunidade científica será sempre
a busca desse ponto de equilíbrio nas discussões
com os senadores.
O representante da Embrapa, Celso Manzato, disse
que não há conflito entre a preservação
das áreas de proteção permanente
(APP) e a necessidade de crescimento da produção
agrícola no país. Ele defende que
a preservação das matas em propriedades
privadas garante a manutenção de aquíferos,
controla pragas e assegura o desenvolvimento sustentável
da própria agricultura. “A preservação
dessas áreas em terras que não tem
potencial para o plantio contribui para a polinização
das plantas e o controle de pragas, que é
um problema que já nos preocupa e está
em estudo”.
Para o pesquisador, a preservação
das matas está diretamente ligada ao maciço
investimento público para “reconfigurar o
espaço produtivo do país”. Ele destacou
que será necessário aplicar recursos
em pesquisas que possam melhorar o potencial da
pecuária intensiva, sem a necessidade de
ampliação das áreas de pastagem,
por exemplo.
Já o pesquisador da Academia Brasileira de
Ciências (ABC) Elíbio Rech Filho propôs
aos senadores que seja montada uma “força-tarefa”
com o objetivo de fornecer as informações
necessárias aos senadores durante o processo
de análise do novo código. Para ele,
não faz sentido pensar em uma proposta que
exclua dos debates as pessoas que vivem no campo,
sejam agricultores de larga escala ou que dependem
da terra para sobreviver. A lógica que deve
nortear a discussão, segundo ele, é
a que agrega crescimento econômico, inclusão
social, preservação ambiental e desenvolvimento
humano.
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Alterações climáticas:
quase 20% dos municípios decretaram emergência
ou calamidade em 2010
18/07/2011 - Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em 2010, quase 20% dos municípios
brasileiros decretaram situação de
emergência ou estado de calamidade pública
por causa de eventos climáticos. No total,
1.084 notificaram às autoridades problemas
graves como enchentes ou estiagem. Os números
são da Agência Nacional de Águas
(ANA), que vai divulgar amanhã (19) um novo
panorama dos recursos hídricos no Brasil,
com dados de 2010. Em comparação com
2009, o número de ocorrências caiu
cerca de 40%.
De acordo com os dados, 563 municípios brasileiros
decretaram situação de emergência
ou estado de calamidade pública devido à
ocorrência de cheias, causadas por chuvas
acima da média histórica. Os estados
mais atingidos foram São Paulo, Rio de Janeiro,
Alagoas, Pernambuco, Bahia e os da Região
Sul.
Já a estiagem atingiu principalmente o Semiárido
e a região amazônica, que concentram
a maioria dos 521 municípios que tiveram
problemas severos com a falta de chuvas.
O Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos
no Brasil – Informe 2011 também trará
dados sobre a qualidade das bacias brasileiras,
a quantidade de água usada para irrigação,
a geração hidrelétrica e a
gestão dos recursos hídricos no país.