15/07/2011
Rogério Ippoliti
Proteger as nossas florestas é uma necessidade
básica para manter qualidade de vida e garanti-la
para gerações futuras. Elas cobrem
31% da superfície
da Terra e só no Brasil são cerca
de 516 milhões de hectares, entre naturais
e plantadas. Isso significa 60,7% do território
nacional, o que rende ao país posição
de destaque no cenário internacional: somos
a segunda maior área de florestas do mundo,
atrás apenas da Rússia. Domingo, dia
17 de julho, cada brasileiro tem mais um motivo
para pensar nesses números: é o Dia
da Proteção das Florestas.
O Brasil tem a flora mais rica
do mundo e maior biodiversidade do planeta, mais
de 20% do número total de espécies
sobre a Terra. Quer mais motivos para pensar nas
nossas florestas? Elas significam garantia de água
em quantidade e qualidade, estocagem de carbono,
fornecimento de produtos madeireiros e não-madeireiros,
diversidade cultural. Isso para não falar
na beleza que elas proporcionam aos olhos de quem
as conhece um pouco mais a fundo.
As Unidades de Conservação
(UCs) são importantes para preservação
florestal e possibilitam o uso da diversidade biológica
de forma sustentável. As florestas podem
prestar valiosos serviços sociais a comunidades
locais, principalmente quando são protegidas
por Reservas Extrativistas (Resex) e Reservas de
Desenvolvimento Sustentável (RDS).
Florestas Nacionais, Estaduais
e Municipais e outras Unidades de Conservação
de uso sustentável também podem exercer
importante papel econômico no aproveitamento
dessas riquezas naturais. A produção
de produtos em UCs pode ser feita de forma sustentável
por meio de concessão (Lei Federal 11.284,
de 2 de março de 2006). Este instrumento
autoriza a pessoa jurídica a explorar produtos
e serviços florestais de forma sustentável
e mediante pagamento.
Mais de sete mil metros cúbicos
de madeira já foram transportados de forma
sustentável, por exemplo, da Floresta Nacional
do Jamari, em Rondônia, por meio de contratos
de concessão. Outras duas UCs já estão
passando pelo mesmo processo: a Floresta Nacional
Saracá-Taquera e a Floresta Natural do Amanã,
ambas no Pará, totalizando 356 mil hectares
de florestas.
Ano Internacional das Florestas
- Para chamar a atenção da população
para o papel das florestas na geração
de benefícios econômicos, sociais e
ambientais, principalmente para os povos que dependem
delas para sobreviver, a Organização
das Nações Unidas (ONU) declarou 2011
o Ano Internacional das Florestas. No Brasil, o
foco das atividades está sob responsabilidade
do Ministério do Meio Ambiente (MMA), pelo
site www.anodafloresta.com.br.
O tema 'Proteja as Florestas.
Elas protegem você' comemora o papel central
das pessoas no manejo sustentável, conservação
e desenvolvimento sustentável. O logotipo
do Ano Internacional das Florestas traz elementos
que mostram que as florestas oferecem abrigo para
as pessoas e hábitat para a biodiversidade.
São também fonte de alimentos, remédios,
água potável e desempenham papel vital
na manutenção do clima e no equilíbrio
do meio ambiente. Tudo para reforçar que
as florestas são essenciais para a sobrevivência
e bem-estar das pessoas em todo o mundo.
Arpa - A Floresta Amazônica
é a maior floresta tropical do planeta e
abriga uma em cada dez espécies do mundo.
Desde 2003, essa fonte inesgotável de riqueza
é resguardada pelo Programa Áreas
Protegidas da Amazônia (Arpa), o maior projeto
de conservação de florestas tropicais
existente, que é coordenado pelo MMA. Serão
aproximadamente 60 milhões de hectares de
florestas conservadas por meio da criação
e consolidação de UCs.
Até o momento, foram apoiadas
64 UCs, que totalizam 32 milhões de hectares,
área equivalente ao estado do Mato Grosso.
As unidades foram beneficiadas com bens, obras e
contratação de serviços necessários
para a realização de atividades de
integração com as comunidades de entorno,
formação de conselhos, planos de manejo,
levantamentos fundiários, fiscalização,
entre outras ações.
Até 2050, a meta é
que as áreas protegidas induzam uma redução
de emissões de carbono entre 4,3 bilhões
e 1,2 bilhão de toneladas. O cálculo
é que só as UCs apoiadas pelo Arpa
seriam responsáveis por evitar a emissão
entre 1,4 e 0,47 bilhão de toneladas de carbono,
o que equivale a 16% das emissões anuais
provenientes de todas as fontes globais ou a 70%
da meta de redução de emissões
previstas para o primeiro período de compromisso
do Protocolo de Quioto.
Surfe e Preservação
- Até domingo (17/7), a cidade de Búzios,
no Rio de Janeiro, recebe a elite do surfe brasileiro
voltada para a consciência ambiental. Durante
a segunda etapa do Brasil Surf Pro, que é
o campeonato brasileiro do esporte, haverá
uma série de atividades em torno do tema
'Preservação das Florestas'. Assim
como na primeira etapa, em Pernambuco, e nas demais
seguintes a Búzios (Ubatuba, Florianópolis
e Rio de Janeiro), diversas ações
para informar, educar e engajar a sociedade local
e os surfistas vão ser promovidas.
Entre as expedições
educativas em Búzios, está uma excursão
à Área de Proteção Ambiental
(APA) Pau Brasil. Lá, mais de 100 crianças
do bairro José Gonçalves vão
plantar mudas de árvores. Outro grupo vai
ao Mangue da Pedra, perto da Praia Rasa, para um
mutirão de limpeza e reconhecimento da fauna
e flora locais. Funcionários da Secretaria
do Meio Ambiente do Rio de Janeiro vão explicar
aos alunos a importância da unidade de conservação
para a região.
Além de tudo isso, os estudantes
terão a chance de curtir a competição
mais importante de surfe do país bem de perto,
com visitas guiadas pela estrutura do torneio, e
também vão participar de gincanas
ecológicas e atividades pedagógicas
como foco na preservação das florestas
e do meio ambiente. O circuito é patrocinado
pela Petrobras, em parceria com o Ministério
do Meio Ambiente.