21/07/2011 - Vítima da
caça ilegal, um filhote de peixe-boi foi
resgatado na manhã desta quarta-feira (20)
por policiais da Patrulha Ambiental e levado ao
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT). O animal já recebeu a fórmula
láctea, desenvolvida pela Laboratório
de Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa),
e agora ficará em quarentena, recebendo cuidados
da Equipe Amiga do Peixe-boi.
Com esse já são
dez filhotes resgatados este ano. “Os últimos
filhotes que chegaram apresentaram sinais de maus-tratos.
Isso significa dizer que as pessoas estão
tentando manter esses animais em cativeiro”, comenta
o veterinário do Inpa Anselmo d’Affonseca.
“É importante dizer que essa prática
é ilegal, que está sujeita à
multa e à prisão. Pelo histórico
do resgate, provavelmente esses animais tiveram
suas mães caçadas, e, se continuarmos
nesse ritmo, logo o peixe-boi pode se tornar extinto.”
O filhote é uma fêmea
de aproximadamente um mês de vida. Estava
sendo mantido em cativeiro há uma semana
na Comunidade São Sebastião, zona
rural do município de Manacapuru, distante
da capital amazonense 68 km.
É o terceiro exemplar órfão
encontrado, em menos de uma semana, no município.
“É preciso também, que haja uma fiscalização
efetiva nesses locais de maior incidência
de caça ilegal”, ressalta d’Affonseca.
Prevenção
No intuito de prevenir ações
semelhantes na estação de seca, no
mês de agosto a Associação Amigos
do Peixe-boi (Ampa), realizará uma oficina
em parceria com o Laboratório dos Mamíferos
Aquáticos (LMA/Inpa). Secretarias de estado,
órgãos de fiscalização
e comunidades discutirão estratégias
para minimizar os impactos sobre os peixes-bois
e botos durante o período da seca amazônica.
Os números para que a população
possa entrar em contato em casos semelhantes no
estado são os do Batalhão de Policiamento
Ambiental, (92) 3214-8904 e 190; o do Ibama, 3613-3094;
e o da Ampa, 3236-2739.
+ Mais
Escolas da Reserva Amanã
recebem cartilha sobre ariranhas
25/07/2011 - Alvos da caça
para a exploração de pele no passado,
as ariranhas (Pteronura brasiliensis) passam por
um processo de recuperação nos lagos
e igarapés da Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Amanã. Para que as futuras
gerações possam conhecer melhor a
espécie, o Instituto Mamirauá (IDSM/MCT)
distribuiu uma cartilha para as crianças
que estudam em escolas à beira do Lago Amanã.
A cartilha Zé, a Ariranha
foi desenvolvida pelo Programa de Conservação
Andes-Amazônia Peru, da Sociedade Zoológica
de Frankfurt, e adaptada e traduzida para o português
pelo Instituto Mamirauá. Repleta de imagens
para colorir e de informações sobre
os hábitos da espécie em linguagem
acessível ao público infantil, a cartilha
aborda o cotidiano de Zé, um filhote de ariranha
que vive com sua família em um igarapé
da região amazônica.
No último dia 9, durante
a festividade anual da comunidade Bom Jesus do Baré,
na Reserva Amanã, a pedagoga Nathalia Flores
e a bióloga Vânia Fonseca, que integram
o projeto Conservação de Vertebrados
Aquáticos Amazônicos (Aquavert), desenvolveram
uma atividade lúdica com as crianças
da comunidade Bom Jesus e distribuíram exemplares
da cartilha para professores de escolas próximas
à comunidade.
Maior lontra do mundo
Também conhecida como lontra
gigante, a ariranha é a maior dentre as 13
espécies de lontras do mundo, e suas principais
áreas de ocorrência são o Pantanal
e a Amazônia. A espécie consta na Lista
Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas
de Extinção.
A ariranha é uma das espécies-alvo
do projeto Aquavert, desenvolvido pelo Instituto
Mamirauá com o patrocínio da Petrobras,
por meio do Programa Petrobras Ambiental. O projeto
visa consolidar estratégias e propor novas
ações essenciais à conservação
das espécies de mamíferos aquáticos,
jacarés e quelônios que habitam as
Reservas Mamirauá e Amanã.