01/08/2011 - Uma pesquisa
realizada pelo estudante Weber Galvão Novaes,
doutorando em Ecologia, do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) revela por
meio de um monitoramento realizado em Manaus, como
os urubus se comportam nas áreas urbanas
da cidade, como essa espécie pode causar
problemas à saúde da população
urbana e ainda os perigos que essas aves oferecem
para a aviação.
Apesar de ser uma espécie
muito comum nas áreas urbanas, de boa parte
das cidades brasileiras, o urubu ainda é
pouco estudado na área científica.
A falta de conhecimento da espécie dificulta
o entendimento de sérios problemas ocasionados
pelas aves. Um deles é a colisão com
aeronaves, que acaba causando grandes prejuízos
para as empresas, além de por em risco a
segurança da tripulação e dos
passageiros.
Os motivos para os urubus invadirem
o espaço urbano das cidades são inúmeros,
como a falta de saneamento básico nas ruas,
a falta de educação ambiental para
as pessoas, e o descaso do poder público
na coleta de resíduos. Isso tudo acaba fortalecendo
o acúmulo de lixo nas áreas de pouso
e decolagem dos aviões, podendo assim, um
urubu colidir com partes importantes da aeronave,
como a turbina e o motor.
Novaes lembra-se do caso do avião
da TAM que colidiu com um urubu, alguns anos atrás.
Além dos prejuízos que a companhia
aérea teve com os danos no avião,
causados pela colisão, os passageiros tiveram
de ser transferidos. “As pessoas são relocadas,
ou vão para um hotel, isso acaba diminuindo
a credibilidade da empresa, pois as pessoas ficam
com medo de viajar na companhia, somando tudo isso,
o prejuízo é muito grande para ambos
os lados”, alerta o pesquisador.
Ar quente facilita voo dos urubus
Uma curiosidade da espécie
é que elas gastam pouca energia para voar.
Quando o sol incide no solo gera calor e, como o
ar quente sempre tende a subir e o ar frio a descer,
os urubus utilizam esse ar que está subindo
para ganhar altitude. Por isso, alguns urubus se
juntam em termelétricas e aeroportos, que
são lugares que geram muito calor.
“O ar quente o empurra pra cima
e eles acabam gastando quase nenhuma energia para
voar, ficam planando. Por isso, áreas que
têm formação de massas de ar
quente, como o asfalto dos aeroportos e as termelétricas,
acabam atraindo essas aves”, explica Novaes.
+ Mais
SBPC pede que cientistas sejam
ouvidos em relação ao código
florestal
12/07/2011 - O primeiro dia de
atividades, palestras e oficinas da 63ª Reunião
Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) que ocorre em Goiânia
(GO), foi marcado pela discussão em torno
da proposta do novo Código Florestal.
A presidenta da SBPC, Helena Nader,
em entrevista coletiva pediu que os cientistas sejam
de fato ouvidos em relação ao novo
Código Florestal. Ela lembrou que não
é bom para o país que a discussão
em torno do tema seja uma disputa entre agronegócio
e meio ambiente, mas cobrou parlamentares.
“Eles estão lá para
representar a povo brasileiro e não interesses”,
disse Nader sobre parlamentares e o Código
Florestal.
Helena Nader afirmou ainda que
no caso do código, é preciso integrar
a Comissão de Ciência e Tecnologia
do Senado aos debates. Para o diretor da entidade,
já há um diálogo entre ambientalistas
e o agronegócio, mas é preciso rever
no código as particularidades de cada região.
“O tratamento do código é linear para
todos os biomas e isso não pode ocorrer”,
afirma.
Uma carta foi elaborada pela SBPC
e pela Academia Brasileira de Ciência (ABC)
sobre o tema (veja documento na íntegra aqui).
Educação
A presidenta da SBPC voltou a
pedir que o projeto de lei 220/10, que autoriza
a contratação de professores sem o
curso de pós-graduação pelas
Instituições de ensino superior, não
seja aprovado no senado. O tema deve ir ao plenário
nesta terça-feira (12). “É um retrocesso.
Há ainda uma outra situação:
somos contra a revalidação de diplomas
que não seja em Instituição
credenciada com curso de pós-graduação
com doutorado. Não estamos para servir A
ou B, estamos para servir ao Brasil”, finaliza.