20 Julho 2011 - O período
de seca começou e os prejuízos ambientais
também já dão as caras: o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou
a informação de que a ocorrência
de queimadas se intensificou no interior do País.
De acordo com o Inpe, um dos satélites usados
em seu sistema de monitoramento detectou cerca de
2,3 mil focos de incêndio no Brasil entre
o fim de junho e início de julho. O Mato
Grosso foi o estado campeão de focos, com
900 ocorrências de queimadas - 39% do total.
Segundo o Inpe, a região
Centro-Oeste tem sido a mais castigada. A Amazônia
é o domínio geográfico mais
atingido, mas também há ocorrência
de queimadas no Cerrado. Além do Mato Grosso,
outro estado severamente atingido é o Tocantins,
que registrou 300 focos de incêndio no início
deste mês. A baixa umidade relativa do ar,
as altas temperaturas e a estiagem, que teve início
em junho no Brasil Central, tornam a vegetação
mais suscetível ao fogo, favorecendo o surgimento
de queimadas.
Entre os dias 1º e 6 de junho,
foram detectados 133 focos de incêndio no
Mato Grosso – principalmente nos municípios
de Querência, Cláudia, Canarana e São
Félix do Xingu. Outro aspecto grave é
a ocorrência de fogo criminoso em unidades
de conservação – no último
mês foram atingidas áreas protegidas
nos estados de Tocantins, Bahia, Mato Grosso do
Sul e Distrito Federal.
O Instituto alertou ainda que
o número de focos de incêndio pode
ser até maior, já que um dos satélites
utilizados na cobertura está operando com
limitações na vigilância de
certos pontos.
No Mato Grosso, onde o problema
já surge com maior gravidade, diversas instituições
se mobilizaram em torno da campanha “Mato Grosso
Unido Contra as Queimadas”. A iniciativa, que conta
com órgãos como o Governo do Estado,
o Ministério Público Estadual, a Assembleia
Legislativa, o Tribunal de Justiça e a Associação
Mato-Grossense de Municípios, prevê
investimentos de R$ 4,5 milhões em ações
de conscientização, aquisição
de equipamentos de combate a incêndios e apoio
a municípios.
O WWF-Brasil também faz parte desta campanha.
A organização, por meio de acordo
com a Secretaria de Estado de Educação
do Mato Grosso (Seduc), apoiou a produção
de 10 mil informativos que tratam sobre as queimadas
e seus prejuízos ambientais e sociais. O
material, que será utilizado como ferramenta
pedagógica em sala de aula, foi distribuído
para 724 escolas da rede pública mato-grossense.
A gerente de Educação Ambiental da
Seduc, Giselly Silva Gomes, justificou a produção
dos informativos: “Precisamos informar as pessoas
e sensibilizá-las para as consequências
negativas das queimadas. Os incêndios causam
problemas tanto para o meio ambiente quanto para
a saúde humana”, falou.
A analista de conservação do WWF-Brasil,
Jasylene Abreu, contou que o investimento em Educação
Ambiental faz parte de uma estratégia de
tentar diminuir o número de queimadas na
área: “Na região norte do Mato Grosso,
ainda se queima o lixo em quintais. Este é
um hábito arraigado naquelas populações,
mas muito perigoso. Nesta época seca, qualquer
descuido pode se tornar um incêndio de grandes
proporções e causar prejuízos
ambientais de larga escala”, explicou.
Mais informações sobre a campanha
realizada no Mato Grosso podem ser obtidas no site
oficial da mobilização, o www.preservemt.gov.br.