19/07/2011 - Da Agência
Brasil
Brasília – A Agência Nacional de Águas
(ANA) lança hoje (19) o Relatório
de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil
– Informe 2011. Os dados
serão apresentados às 11h, em Brasília,
durante entrevista coletiva da ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, e do diretor-presidente
da ANA, Vicente Andreu.
O relatório reúne dados consolidados
até dezembro de 2010. A publicação
permite o acompanhamento sistemático e anual
da condição dos recursos hídricos
e de sua gestão em escala nacional, por regiões
hidrográficas.
Entre os temas abordados estão a qualidade
da água, o volume de chuvas, a ocorrência
de secas e cheias, os usos múltiplos da água
(irrigação e saneamento, por exemplo),
a disponibilidade hídrica nas regiões
do Brasil e a cobrança pelo uso dos recursos
hídricos.
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Qualidade da água de rios
próximos de regiões metropolitanas
é ruim ou péssima, segundo relatório
19/07/2011 - Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A maioria dos rios, lagoas e reservatórios
com água em condições de qualidade
ruim ou péssima está próxima
a regiões metropolitanas. O diagnóstico
está no relatório Conjuntura dos Recursos
Hídricos no Brasil – Informe 2011, divulgado
hoje (19) pela Agência Nacional de Águas
(ANA).
De acordo com dados coletados em 2009, a maior parte
dos corpos d'água com Índice de Qualidade
da Água (IQA) péssimo ou ruim fica
nas proximidades das regiões metropolitanas
de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto
Alegre, do Rio de Janeiro, de Salvador e de cidades
de médio porte, como Campinas (SP) e Juiz
de Fora (MG). “Essa condição está
associada principalmente aos lançamentos
de esgotos domésticos”, constata o relatório.
Dos 1.747 pontos monitorados em 17 estados, 2% têm
condições péssimas e 7%, condições
ruins. A avaliação é feita
com base em nove parâmetros, que refletem
principalmente a contaminação por
esgoto doméstico. Entre 2008 e 2009, percentual
de pontos com índice de qualidade considerada
ótima caiu de 10% para 4%.
No geral, o cenário se manteve estável:
em 2008, 70% de pontos tinham condições
boas, em 2009 o percentual foi 71%. “O diagnóstico
dos pontos monitorados revela a manutenção
do quadro geral do país, com várias
bacias comprometidas devido ao grande lançamento
de esgotos urbanos domésticos”, aponta o
estudo.
Apesar da concentração da água
de má qualidade nas bacias próximas
a grandes centros urbanos, a ANA considera que houve
avanços pontuais em alguns casos, diretamente
ligados a investimentos em saneamento e tratamento
de esgoto.
“Há uma clara associação entre
investimentos em tratamento de esgotos e melhoria
da qualidade da água. É necessário
continuar fazendo investimento nesse setor”, avalia
Alexandre Lima Figueiredo, da Superintendência
de Planejamento de Recursos Hídricos da agência.
De acordo com o levantamento, houve melhoria no
IQA nas bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraíba
do Sul, além das dos rios Piracicaba, Sorocaba
e Grande.
Segundo o estudo, entre 2005 e 2009 houve aumento
dos repasses para o tratamento de esgoto, principalmente
por meio do chamado PAC do Saneamento. No entanto,
apesar do crescimento da receita para o setor, os
R$13,2 bilhões executados em projetos de
saneamento em 2009 representam menos de 60% do total
necessário para solucionar os problemas.
“As políticas de saneamento estão
dando resultados na melhoria de qualidade de água,
mas ainda temos grandes investimentos a fazer”,
disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Ela chamou a atenção para outro número
do relatório da ANA: o percentual de água
utilizado para irrigação. Os números
mostram que 69% do recursos hídricos em uso
no país vão para as lavouras e pastos.
“E mais de 90% disso vão para o setor privado.
Temos que ver se essas áreas de irrigação
estão em áreas vulneráveis
de oferta de recursos hídricos no futuro
para que se possa assegurar a produção
agrícola com oferta de água ou se
será preciso redirecioná-las.”
A ministra ainda vinculou o futuro dos recursos
hídricos à discussão do novo
Código Florestal, que está sob avaliação
do Senado. “Não estamos discutindo somente
regularização do uso do solo [no Código
Florestal], mas também a qualidade de vida
e disponibilidade de recursos hídricos”,
disse, ao relacionar a preservação
de matas ciliares à garantia de disponibilidade
de água.