04 de novembro de 2011 - A Fundação
Nacional do Índio (Funai) reuniu-se com a
Ong The Nature Conservancy (TNC), no último
dia (31), para sistematizar documento contendo informações
técnicas e perspectivas de prorrogação
do Termo de Cooperação Técnica
para o período 2012-2015. O objetivo da cooperação
é viabilizar políticas públicas
de gestão ambiental e de etnodesenvolvimento
junto as Terras Indígenas no Brasil.
Durante a reunião, foram
apresentados o histórico e principais resultados
das atividades realizadas em conjunto entre Funai
e TNC, no primeiro ciclo do Acordo de Cooperação
Técnica (2007-2011), englobando apoio para
o desenvolvimento e implementação
do Projeto de Gestão Ambiental e Territorial
Indígena (GATI) em terras Indígenas
do Oiapoque e Roraima e no entorno de terras indígenas
no município de São Felix do Xingu-PA.
O presidente da Funai esteve presente
na reunião e falou da importância da
renovação da cooperação.
“O nosso acordo tem que ser renovado com um pouco
mais de foco, mais direcionamento com base nos objetivos
metas e indicadores do PPA 2012-2015. Isso significa
que devemos continuar nas áreas que já
estamos trabalhando e consolidar o que já
iniciou nas três regiões que são
delicadas, Boa Vista, Roraima e Altamira”, disse
o presidente.
Com a renovação
do Termo de Cooperação, será
dada continuidade aos trabalhos desenvolvidos pela
parceria das duas instituições nas
terras indígenas. Visando esta renovação
a TNC irá encaminhar a Funai o Termo de Cooperação
Técnica, embasado no documento da sistematização
dos resultados da reunião e acompanhado por
seu plano de trabalho. A Funai emitirá nota
técnica a respeito e submeterá o Termo
ao seu departamento jurídico até o
final deste ano.
Projeto GATI - O objetivo do projeto
é fortalecer as práticas indígenas
de manejo, uso sustentável e conservação
dos recursos naturais nas suas terras. Prevê
a inclusão social das comunidades tradicionais,
consolidando a contribuição das Terras
Indígenas (TIs) como áreas essenciais
para conservação da diversidade biológica
e cultural nos biomas florestais brasileiros. O
projeto atuará diretamente em 32 TIs que
são Áreas de Referência, distribuídas
nos cinco biomas florestais brasileiros.
+ Mais
Funai prossegue com execução
de projetos nas aldeias do Vale do Javari/AM
17 de novembro de 2011 - Duas
equipes percorrem os rios Jaquirana, Médio
Curuçá, Médio Javari e Pardo
para concluir projetos de desenvolvimento sustentável
A Fundação Nacional
do Índio, por meio da Coordenação
Regional do Vale do Juruá, realiza, desde
o dia 25 de outubro até o início de
dezembro, a segunda etapa da programação
anual de execução dos projetos de
desenvolvimento sustentável para a região.
A primeira equipe partiu de Atalaia do Norte/AM,
no dia 25, para executar projetos em quatro aldeias
Mayoruna do rio Jaquirana. A segunda equipe saiu
no dia seguinte para atender a nove aldeias nos
médios cursos dos rios Javari e Curuçá
e no rio Pardo.
As aldeias Mayoruna do rio Jaquirana
são: Cruzeirinho, Solis, Lobo e Trinta e
Um. Nessas aldeias serão construídos,
com a participação dos indígenas,
seis galinheiros e três casas de farinhas.
Até a aldeia Lobo são 920 km de viagem
nos leitos dos rios, o que representa sete dias
ininterruptos de navegação. A equipe,
coordenada pelo chefe da Coordenação
Técnica Local (CTL) Lobo, Waldecy Jastes,
é formada por cinco pessoas, sendo dois servidores
da Funai, um carpinteiro e dois indígenas
Mayoruna.
As aldeias do Médio Javari
são: Irari, Lago Tambaqui, Três José
e São Luís. As do Curuçá:
Maia, Fruta-pão, Flores e Volta Grande. Do
rio Pardo: aldeia Nova Esperança. As etnias
Mayoruna, Kanamary e Marubo serão antendidas
nessa etapa com a construção de 11
galinheiros. Para isso, a equipe de seis pessoas,
sendo três servidores da Funai, dois serradores/carpinteiros
e um indígena, coordenada pelo chefe da CTL
Curuçá, Manoel Barbosa, deve percorrer
700 km pelo leito dos rios.
Desenvolvimento sustentável
- Os projetos que serão concluídos
nesta programação foram elaborados
em acordo com os indígenas da TI Vale do
Javari nos anos de 2008 e 2009, contemplando as
aldeias das etnias Marubo, Mayoruna, Matís,
Kanamari e Kulina. A primeira etapa de viagens deste
ano foi finalizada em abril, com os projetos de
etnodesenvolvimento do rio Ituí. À
época foram construídos galinheiros
permaculturais, pocilgas, açudes, casas de
farinha e local para beneficiamento de cana de açúcar.
Em 48 dias de trabalho, a equipe
coordenada pelo então técnico da Funai
Bruno Pereira, hoje Coordenador Regional do Vale
do Juruá, percorreu 1.500 km, executando
atividades programadas em 14 aldeias. Além
das novas instalações, foram feitas
complementações de projetos anteriores,
como o reparo do galinheiro da aldeia Beija Flor,
da etnia Matis, e a cerca de um açude para
criação de quelônios, na aldeia
Rio Novo, da etnia Marubo.
Na aldeia Beija Flor, da etnia
Matis, a equipe beneficiou a madeira e reconstruiu
os telhados de dois galinheiros permaculturais da
comunidade. O telhado anterior foi reformado, pois
havia ficado com o “pé direito” baixo, o
que permitia a entrada de água da chuva e
deteriorava as telas e a madeira. Em todos as construções,
os telhados foram colocados posteriormente pelos
indígenas, com palha.
De acordo com Bruno Pereira, a
idéia de todos os projetos é ter a
participação ativa dos indígenas.
“Fazemos com eles o início e acompanhamos
o desenvolvimento e finalização. No
caso da aldeia Rio Novo, da etnia Marubo, beneficiamos
a madeira, ensinamos a fixar os moirões e
esticar a tela e eles finalizaram”, explicou.