Panorama
 
 
 

VOTAÇÃO NO SENADO É DESASTRE IMINENTE PARA O BRASIL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2011

07 Dezembro 2011
Senadores optam por ganhos de curto prazo para o grande agronegócio em votação que retira proteção da Amazônia e de outras áreas florestais essenciais.

O substitutivo que modifica o Código Florestal, aprovado nesta terça (6/12) no Senado por 59 votos a oito, é defendida por interesses ruralistas abre áreas de floresta para a agricultura e a pecuária, além de conceder anistia ao desmatamento ilegal realizado antes de 2008. Locais antes considerados muito íngremes ou vitais para a proteção das bacias hidrográficas e cursos d’água figuram entre as novas áreas à mercê da destruição.

Pesquisas mostraram que a maioria da população brasileira é contrária à revisão do Código Florestal. Adicionalmente, especialistas e pesquisadores vêm alertando que a nova versão da lei irá atravancar o desenvolvimento do Brasil no longo prazo em vez de beneficiar o país.

“Temos uma poderosa minoria que condena o futuro de milhões de brasileiros, tudo em nome da rapidez do ganho financeiro”, declarou Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral do WWF-Brasil. “Não se pensou nos custos socioeconômicos da destruição das florestas. O Senado adotou, mais uma vez, a noção falsa e ultrapassada de que conservação e desenvolvimento de alguma forma estão em desacordo, algo que sabemos que não é verdade.”

Se a lei for sancionada pela presidente Dilma Rousseff, as alterações colocarão em risco as consideráveis conquistas ambientais do Brasil nos últimos anos e comprometerão seriamente os esforços globais de combate à mudança do clima e contenção da perda de biodiversidade. As mudanças também aumentem a exposição dos brasileiros carentes a riscos de enchentes e secas.

O Brasil assumiu compromissos com metas a serem cumpridas até 2020, de cortar quase 40% sua curva de crescimento das emissões dos gases de efeito estufa e de reduzir 80% nos níveis de desmatamento da Amazônia em comparação com os índices médios registrados no período 1996-2005. São compromissos de interesse mundial, agora certamente fora de alcance por causa das modificações no Código Florestal.

A decisão do Senado acontece durante conversações internacionais sobre o clima em Durban, na África do Sul, e precede a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável no Brasil (Rio+20) em junho de 2012. A credibilidade brasileira para sediar este e outros eventos mundiais de destaque (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016) será seriamente comprometida se o país aprovar uma legislação ambiental que favorece o desmatamento da Amazônia e de outras regiões de importância global, alertou o WWF-Brasil.

“O WWF-Brasil vem acompanhando os processos legislativos, vem trabalhando com outras entidades para ajudar a incorporar a ciência ao debate político e definiu pontos comuns com o bom agronegócio e outras partes”, revelou Maria Cecília. “Agora, precisamos instar a presidente Dilma a considerar as graves implicações da sanção das alterações na legislação, inclusive o dano irreparável aos recursos naturais do Brasil, a seu desenvolvimento econômico e à saúde e bem-estar futuros de milhões de brasileiros e bilhões de pessoas em todo o mundo.”

O WWF-Brasil tem o apoio da rede internacional do WWF para pedir à presidente Dilma para agir em prol dos interesses do Brasil, em vez de um interesse setorial, observando que a presidente já afirmou que não apoiaria a anistia do desmatamento ilegal.

“Estamos vivendo um momento na história em que o mundo busca liderança no desenvolvimento inteligente e voltado para o futuro”, declarou Jim Leape, diretor-geral do WWF Internacional. “O Brasil estava reivindicando a posição de líder. Será uma tragédia para o Brasil e para o mundo se agora o país der as costas para mais de uma década de conquistas e voltar para o tempo de trevas do desmatamento catastrófico”, concluiu.

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Desmatamento da Amazônia tem queda histórica

06 Dezembro 2011
Os números anunciados esta semana pelo Governo Brasileiro apontam que o desmatamento anual na Amazônia chegou às menores taxas desde 1988, quando começou o monitoramento por satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre a região.

Pelos dados oficiais, a floresta encolheu em 6.238 quilômetros quadrados entre agosto de 2010 e julho de 2011, perfazendo uma queda de 11,7% sobre o período anterior. Os estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia lideram as perdas de vegetação

O sistema observa desflorestamentos em áreas de até 6,25 hectares. A margem de erro da medição é de mais ou menos 10%. Os números mais precisos serão divulgados em meados do próximo ano.

Para o Governo Brasileiro, os números demonstrariam que o Brasil está cumprindo com as metas para redução do desmatamento assumidas na Conferência do Clima de Copenhagen (2009). Conforme essas diretrizes, a redução deve ser de 80% do desmatamento, até 2020. Reforço em fiscalização, inclusive com apoio das Forças Armadas, teria sido um dos alicerces na queda das taxas de desmatamento.

"Essa conquista representa uma vitória forte e mostra que fomos capazes de responder prontamente ao aumento do desmatamento ilegal na região amazônica no início de 2011", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante coletiva à imprensa no Palácio do Planalto.

Para o WWF-Brasil, conter o desmate em um dos maiores remanescentes de floresta tropical do planeta é sempre positivo, e todos os envolvidos nesta conquista estão de parabéns. "Mas governos e sociedade precisam manter mão firme permanente para que esse tipo de avanço se consolide e se perpetue", ponderou Maria Cecília Wey de Brito, secretária Geral do WWF-Brasil.

Além disso, lembra Maria Cecília, o Brasil precisa colocar na balança que alterações inconseqüentes no Código Florestal, como as propostas que tramitam no Congresso, podem colocar a perder o cumprimento das metas climáticas e de conservação da biodiversidade assumidas pelo país.

“Conservar a Amazônia é estratégico para o Brasil e para o mundo, mas a floresta não sobreviverá sozinha. Outras regiões do país, como o Cerrado, ainda são alvo de modelos equivocados de desenvolvimento. As políticas e ações conservacionistas brasileiras precisam ser mais horizontais, atingir o país como um todo”, ressaltou Maria Cecília.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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