29/03/2012 - Número
é devido à taxa de mecanização
da colheita, que é de 65,2%.
Setor deixou de emitir 2,7 milhões
de toneladas de GEE. Potencial para geração
de energia por meio da palha de cana é
de 9,8 milhões de MWh de energia por
ano
A dona de casa do interior
de São Paulo tem motivos para rir a
toa. Os trabalhadores do campo estão
ainda mais felizes. O secretário estadual
do Meio Ambiente, Bruno Covas, divulgou esta
semana o balanço do Protocolo Agroambiental
do Setor Sucroenergético 2011/2012,
que aponta que o São Paulo está
próximo do fim da queima da palha da
cana. Um exemplo de desenvolvimento sustentável.
Ganhos ambientais, por meio da melhoria da
qualidade do ar e diminuição
da poluição, e expansão
da produção e geração
de empregos, com aumento salarial e das condições
de trabalho.
A realidade nos canaviais paulista está
mudando. O impacto social do Protocolo é
grande. O balanço da safra 2011/2012
aponta 14% de aumento dos postos de trabalho
na colheita da cana, com ganhos na qualidade
das condições de trabalho e
incremento na renda dos trabalhadores. Estima-se
que dos 103.893 em 2006/07 hoje sejam 118.700.
Nesse período, a mecanização
da cana saltou de 34,2% para 65,2%. Ao todo,
2.890 colhedoras de cana estão em operação
no Estado. A queima deu lugar a mecanização.
O trabalho insalubre ao qualificado.
O número de trabalhadores mais capacitados
deu um salto de quase quatro vezes. Em 2006/2007,
quando o Protocolo foi firmado, eram 15.060
trabalhadores qualificados. Hoje, são
56.829. Muitos dos cortadores foram aproveitados
e hoje são operadores de colhedoras
e de transbordo, tratoristas, mecânicos
e motoristas.
Além das melhoras nas condições
de trabalho, os trabalhadores sentiram no
bolso os avanços do setor. O menor
crescimento de salário foi de 28%.
Para tanto, Governo do Estado e iniciativa
privada investiram na capacitação
profissional, por meio das ETECS, FATECS,
SENAI e das próprias usinas.
Os dados foram comemorados pelo secretário
Bruno Covas. “O foco do governo é o
desenvolvimento sustentável. O equilíbrio
entre justiça social, crescimento econômico
e preservação ambiental. Com
o Protocolo, estamos avançando e todos
estão ganhando. O meio ambiente com
a redução da emissão
de poluentes e a produção de
energia limpa. A população com
saúde pública, emprego e renda.
Além do setor sucroenergético
com o reconhecimento de um produto sustentável”,
afirmou.
Mecanização
A mecanização da colheita da
cana-de-açúcar avançou
e atingiu 65,2% da área colhida no
estado de São Paulo, na safra 2011/2012.
Os números foram calculados com imagens
de satélite, compilados pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e
divulgados pelo secretário estadual
do Meio Ambiente Bruno Covas.
Dos 4.796.140 ha de cana colhidos na safra
do ano passado, 3.125.619 ha, ou seja, 65,2%
foram colhidos mecanicamente. O restante 1.670.521
ha, 34,8% do total, ainda utilizou a técnica
com fogo.
Os dados do Protocolo Agroambiental do Setor
Sucroenergético apontam que o estado
inverteu o quadro em cinco anos. Desde 2007,
quando a proposta foi assinada entre o setor
canavieiro e o Governo do Estado de São
Paulo, a mecanização passou
de 34,2% para 65,2% da área colhida,
frente 65,8% de área queimada para
34,5%.
Agricultura sustentável
A população paulista já
observa as diferenças. Melhora na qualidade
do ar, queda de poluição, menos
problemas respiratórios no inverno
e o fim dos “ciscos pretos” nos quintais das
residências.
As usinas, pelo acordo assinado com a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente (SMA) e Secretaria
de Agricultura e Abastecimento (SAA), assumiram
diversos compromissos para implantar uma cadeia
verde no processo industrial. Entre eles,
o fim da queima para 2014 nas áreas
mecanizáveis e, em 2017, nas áreas
não mecanizáveis.
Com a mecanização, 4,5 milhões
de hectares deixaram de ser queimados no estado
desde a safra 2006/2007. Com isso, o setor
deixou de emitir 16,7 milhões de toneladas
de poluentes. Além disso, outros 2,7
milhões de toneladas de CO2 não
foram emitidos. O resultado é o equivalente
a retirada de circulação de
47.128 ônibus por ano em uma grande
cidade.
Mas não é só a mecanização
da colheita que avançou com o Protocolo
Agroambiental. O setor é responsável
pela proteção ou recomposição
de 269.977 ha de mata ciliar. O consumo de
água nas agroindústrias também
reduziu drasticamente. Nos anos 11000, cinco
litros de água eram utilizados para
cada m³/tonelada de cana processada.
Em 2011, o consumo foi de 1,45 l.
Outro dado positivo da mecanização
é a geração da biomassa.
Ao todo, 39 milhões de toneladas de
palha da cana ficam nos canaviais e, metade
desta quantidade tem potencial para gerar
9,8 milhões de MWh de energia. Maior
produtor dessa cultura agrícola no
Brasil, o estado de São Paulo responde
por 70% da cana no país e por 17% da
produção de etanol do mundo.
Avanços nas regiões
Os índices de mecanização
em algumas regiões do estado são
ainda mais animadores. As regiões de
Araçatuba, Barretos, Central, Franca
e São José do Rio Preto apresentam
os melhores resultados, com índices
acima da média de São Paulo.
A cidade que mais contribui para baixar os
índices de poluição com
a queima da cana é Teodoro Sampaio.
A taxa de mecanização na cidade
é de 99%. Veja o ranking com os 40
municípios líderes em colheita
crua.
O secretário Bruno Covas também
divulgou dados dos maiores municípios
e das regiões do Estado.