Dois dias após ocupar
uma plataforma da petroleira russa
Gazprom, no mar de Pechora, ativistas do Greenpeace
Internacional voltaram a agir na noite de
ontem para impedir que a empresa comece a
extrair óleo do Ártico, um dos
mais frágeis e inóspitos ecossistemas
do planeta, lar dos ursos polares e milhares
de outras espécies.
A bordo de botes, os ativistas
interceptaram o navio Anna Akhmatova, uma
embarcação de passageiros que
levava operários para a plataforma.
Estes operários seriam os responsáveis
por iniciar o trabalho de exploração
comercial de petróleo na região.
O grupo, formado por 14
ativistas de dez países, incluindo
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace
Internacional, continua em ação.
O comando da plataforma, entretanto, já
solicitou ajuda da guarda costeira russa.
Até o momento, porém, as autoridades
não interviram.
“Há dois dias, escalamos
a plataforma de petróleo [da Gazprom]
para chamar a atenção do mundo
sobre este crime ambiental, antes de ele se
tornar um desastre”, disse ontem Kumi Naidoo.
“Hoje, agimos pacificamente para impedir esta
plataforma de danificar estas águas
intocadas. Faremos todo o possível
para manter longe as petroleiras irresponsáveis
que buscam lucrar com esta exploração.”
A plataforma da Gazprom
é a primeira a se fixar no Ártico
para explorar comercialmente em alto mar e
representa o início da corrida do petróleo
nesta frágil região. A fase
de construção da plataforma
está quase terminada e a Gazprom está
ansiosa para se tornar a primeira petroleira
a produzir comercialmente no Ártico.
Apesar das condições
hostis da região onde pretende explorar,
a Gazprom tornou público apenas um
resumo de seu plano de contingência
para o caso de vazamentos. Mesmo assim, este
documento mostra que a companhia estaria completamente
despreparada para lidar com um acidente no
extremo norte e dependeria de métodos
de limpeza fora de padrão, tais como
pás e baldes, o que simplesmente não
funcionaria em condições de
gelo.
O Greenpeace está
com uma petição internacional
para recolher assinaturas para tornar o Ártico
um santuário internacional, livre da
exploração de petróleo
e da pesca predatório. A intenção
é levar as assinaturas e a proposta
à ONU (Organização das
Nações Unidas). Se você
quiser participar da petição,
acesse: www.salveoartico.org.br.