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INDÍGENAS RECEBEM CAPACITAÇÃO PARA REALIZAR AÇÕES DE VIGILÂNCIA DE SEUS TERRITÓRIOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF)– Brasil
Setembro de 2012

28 de setembro de 2012 - Uma parceria entre a Funai e a Energia Sustentável do Brasil (ESBR) promove cursos de Cartografia Básica e Uso de GPS e Legislação Ambiental e Indigenista para 21 índios das Terras Indígenas (TIs) Igarapé Ribeirão e Igarapé Laje. A ação acontece por meio do Programa de Apoio às Comunidades Indígenas e tem duração de duas semanas (17 a 21/09 e 24 a 28/09) em Guajará Mirim. Os participantes estudarão as leis e aprenderão a utilizar GPS, bússolas, imagens cartográficas, de satélites, dentre outros.

Entre os participantes, 12 (seis de cada etnia) serão selecionados para contratação, pelo período de um ano, com o objetivo de trabalhar nos Postos de Vigilância das Terras Indígenas, sob coordenação da Funai. Os indígenas Kaxarari e Uru-Eu-Wau-Wau também receberão a capacitação.

Os Postos de Vigilância, em construção pela ESBR e previsto para serem entregues nos próximos meses em cada Terra Indígena, serão equipados com a infraestrutura necessária às ações de proteção e vigilância. Além da mobília, os locais possuirão computadores, equipamentos de localização, comunicação e veículos (camionetes, motocicletas e barcos).

Segundo a coordenadora do Programa de Apoio às Comunidades Indígenas, Bruna Paes, as capacitações fazem parte das ações que a ESBR desenvolve para proteção e vigilância das TIs. “Nessa fase de implantação do empreendimento, as ações do Plano Emergencial de Proteção das Terras Indígenas são focadas na proteção das mesmas e apoio à Funai no trabalho de identificação e proteção de índios isolados”, afirma.

A segunda fase compreende o desenvolvimento comunitário, com apoio nas áreas de saúde, educação, produção e cultura, dentre outros subprogramas desenvolvidos a partir de um diagnóstico socioambiental realizado nas aldeias com a participação direta dos representantes de cada terra indígena contemplada. A Funai emitiu um Termo de Referência para o estudo e elaboração de Programa de Apoio às Comunidades Indígenas.

“O objetivo é levar, a longo prazo, benefícios socioambientais e econômicos para as populações indígenas. Apoiar o uso racional dos recursos naturais, usando como instrumento o respeito sociocultural, econômico, de fauna e flora dos indígenas”, completa Paes.

De acordo com a geógrafa Rafaela Printes, que ministrou o curso de Cartografia Básica e Uso de GPS, os alunos possuem um bom conhecimento da área e facilidade nas orientações. “Eles (indígenas) já realizam a vigilância, por isso focamos mais no uso dos equipamentos que terão no local. É uma ação que vai reforçar a proteção das terras e fortalecer o trabalho existente”, diz.
Com informações do site Rondônia ao vivo

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Funai e Exército realizam ações de fiscalização em região de fronteira, na Terra Indígena Vale do Javari (AM)

27 de setembro de 2012 - A Operação Seta dapa (que significa tartaruga na língua matsés), realizada em parceria entre a Coordenação Regional da Funai no Vale do Javari (CRVJ/Funai) e o 8º Batalhão de Infantaria e Selva do Exército (8º BIS), foi encerrada, no domingo (16/09). O objetivo da operação foi coibir e monitorar as ações de infratores dentro e fora da Terra Indígena (TI) Vale do Javari e levar atendimento básico de saúde aos indígenas, fortalecendo a presença do Estado na fronteira do Brasil com o Peru.

A TI Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do país com mais de 8,5 milhões de hectares e nela habitam mais de cinco mil indígenas das etnias Marubo, Mayuruna (Matsés), Kanamari, Kulina-Pano e Matis. Há também um grupo de 30 Korubo de recente contato e outras 17 referências confirmadas de grupos indígenas em isolamento voluntário. Pode-se afirmar que todas as principais calhas de rio da TI (Javari, Jaquirana, Curuçá, Ituí, Itaquaí, Jandiatuba e Jutaí) possuem referências da presença de índios isolados.

Apreensões

Deflagrada na terça-feira (11/09), após mais de 30 dias de articulação e planejamento, a Operação Seta dapasincronizou duas equipes de fiscalização que partiram do município de Tabatinga-AM e do Pelotão de Fronteira do Exército de Estirão do Equador, no rio Javari.

A missão contou com 19 militares, entre soldados e oficiais e três servidores da Funai, coordenados pelo chefe do Serviço de Monitoramento Territorial da CRVJ, Maxciel Pereira dos Santos. O destino da missão era alcançar a região no médio rio Curuçá - acima da aldeia Pedro Lopes, da etnia Kulina-Pano - afluente do rio Javari, uma das áreas da terra indígena que sofre forte pressão de invasores madeireiros, pescadores e caçadores.

Foram percorridos mais de 800 km, pelos leitos dos rios Javari e Curuçá, em dois botes de alumínio motorizados e duas embarcações regionais de médio porte, que deram apoio logístico e suporte para ação de atendimento básico de saúde. A operação abordou 13 embarcações e realizou expedições à floresta e lagos para averiguar denúncias de extração de madeira e pescaria ilegal.

Numa das embarcações abordadas, foram apreendidos cerca de 70 kg de pirarucu salgado, 20 quelônios (tartarugas e tracajás das espécies Podocnemis expansa e Podocnemis Unifilis, respectivamente) e equipamento de pesca predatória. Também foi confirmada a extração ilegal de madeira no entorno da TI e coletadas informações sobre os agentes infratores e pessoas não-autorizadas que transitam nessa região da terra indígena.

Atendimento à saúde

Outro objetivo alcançado durante a Operação Seta dapa foi a realização de alguns atendimentos básicos de saúde nas aldeias. Foram atendidos 21 Kanamari na aldeia São Luís, no médio Javari, e outros 22 Mayuruna, na aldeia Flores, no médio Curuçá. Para isso, a missão contou com a participação de dois oficiais militares da área de saúde, sendo um médico clínico geral e um odontólogo.

Base de Proteção Etnoambiental

As áreas dos médios rios Curuçá e Javari são as mais exploradas na região por ações de caçadores, pescadores e madeireiros, além de serem os locais com maior número de relatos de trânsito de pessoas não autorizadas na terra indígena. Existem, ainda, pelo menos três referências de grupos indígenas isolados em estudo na calha do rio Curuçá.

Acreditando que a melhor forma de proteger o território indígena e a fronteira brasileira é por meio do monitoramento constante do fluxo de pessoas nos rios estratégicos que compõem essa região, a Coordenação Regional, a Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari e a Diretoria de Proteção Territorial da Funai iniciaram parcerias para a construção de uma Base de Proteção Etnoambiental (BAPE), próxima à foz do rio Curuçá.

A estrutura física do flutuante, onde funcionará a Base de Proteção, já está pronta e estima-se que, até o final do ano, a aquisição dos equipamentos e utensílios para o início da operação esteja concluída. Concomitantemente à construção da base do Curuçá, e por ter conhecimento do risco de conflito com narcotraficantes nessa região, a CRVJ tem articulado junto aos parceiros institucionais (Exército Brasileiro, Polícia Federal e Ibama) a atuação conjunta nessa estrutura de vigilância.


 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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