09/11/2012 - 11h05
Meio Ambiente
Carolina Gonçalves
Repórter da
Agência Brasil
Brasília – Com um tom tranquilizador,
a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
garantiu que o processo de regularização
dos produtores rurais, nos moldes estabelecidos
pelo novo Código Florestal, será
feito com serenidade e informação.
“Teremos uma gestão de muito tranquilidade,
[os produtores] não precisam sair afobados.
Todos serão informados”, disse hoje
(9), durante entrevista ao programa Bom Dia,
Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação
Social da Presidência em parceria com
a EBC Serviços.
O primeiro passo da regularização
que prevê, por exemplo, a recuperação
de áreas degradadas dentro de imóveis
rurais será o diagnóstico das
propriedades instaladas nos campos do país.
A partir do mapeamento das áreas, o
governo poderá definir quais serão
as medidas necessárias em cada região.
Ainda hoje, pela manhã,
Izabella Teixeira vai autorizar a aquisição
das imagens de satélite em alta resolução,
que serão usadas como base de informação
para o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo
informações da assessoria do
ministério, o contrato custou R$ 28,9
milhões e vai garantir gratuidade aos
produtores que serão obrigados a aderir
ao CAR. A expectativa do governo é
que com essas imagens seja possível
começar o cadastramento dos mais de
5 milhões de imóveis rurais.
“O país terá
imagens de todos os estados e municípios
para que cada produtor possa fazer seu cadastro
gratuitamente e, a partir daí, os órgãos
estaduais, municipais e a União vão
avaliar a situação e propor
as medidas de recuperação”,
explicou, ao reforçar que tudo será
feito com “muita calma” e acompanhado de campanhas
informativas.
De acordo com a ministra,
o debate sobre o Código Florestal,
que durou 13 anos no Congresso Nacional até
a aprovação, não é
uma vitória de ruralistas ou ambientalistas.
“Há conciliação entre
o meio ambiente e a agricultura. Quem teve
a vitoria foi o povo brasileiro”, avaliou.
Izabella Texeira destacou que o novo regulamento
“manda todo mundo recuperar, mas também
reconhece as atividades de interesse social,
de utilidade publica”.
Durante a entrevista, Izabella
Teixeira disse que não interessa ao
ministério multar proprietários.
Segundo ela, o interesse do governo está
voltado à regularização
de todos os imóveis. “Prefiro reconhecer
as boas praticas e dizer que o Brasil produz
alimentos com sustentabilidade e mostrar que
é possível ser grande produtor
protegendo meio ambiente.”
Ao avaliar os resultados
da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, que reuniu mais de 100 chefes de
Estado e de Governo no Rio de Janeiro, em
junho deste ano, a ministra voltou a celebrar
os resultados das negociações.
Segundo ela, a condução dos
debates pela delegação brasileira
é reconhecida pelas Nações
Unidas por ter elevado o debate sobre o tema.
“Não estamos só falando de geração
de PIB [Produto Interno Bruto], mas de erradicação
de pobreza associada a uma visão de
economia verde, que vai buscar o uso mais
sustentável dos recursos naturais,
mas também inclusão social.”
Na avaliação
de Izabella Teixeira, os resultados políticos
da Rio+20 foram alcançados. A ministra
ainda lembrou que os movimentos críticos
ao documento final, já reconhecem que
os compromissos firmados pelos países
negociadores foram os possíveis. “É
um ponto de partida e acho que todos os países
podem fazer mais do que o que está
no documento.”
+ Mais
Ministra defende preferência
para hidrelétricas na ampliação
da matriz energética do país
08/11/2012 - 15h55
Meio Ambiente
Thais Leitão e Carolina Gonçalves
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, voltou a defender hoje
(8) as usinas hidrelétricas como forma
mais segura e barata de ampliação
da matriz energética no país.
Segundo ela, a outra opção possível,
a obtenção de energia a partir
de usinas nucleares, além de mais cara,
é menos limpa ambientalmente.
“Nenhum país que
tem potencial hidrelétrico renuncia
[a esse potencial], porque é uma energia
mais barata e segura. Outra opção
é a nucelar, mas eu prefiro dez hidrelétricas
a uma nucelar. Não estou nem falando
do custo ambiental, mas é uma energia
mais cara e os estudos estão aí
[para comprovar]”, disse.
Como exemplo, a ministra
garantiu que a construção da
Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no
Rio Xingu, no Pará, não inviabiliza
outros aproveitamentos dos recursos hídricos
na região.
“Ao contrário, um
estudo divulgado há pouco comprova
que o Rio Madeira [em Rondônia, onde
estão sendo construídas as usinas
Santo Antônio e Jirau] tem a maior diversificação
de peixes no Brasil, e o barramento não
impede isso”, disse.
Izabella Teixeira participou
hoje (8) de debate sobre os rumos da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, realizada em
junho passado, no segundo dia de trabalhos
da 15ª Conferência Internacional
Anticorrupção, que ocorre em
Brasília.
Ao fim do debate, ao responder
a críticas de um participante sobre
a política energética do país,
ela lembrou que as contribuições
da sociedade civil e de movimentos ambientais
são consideradas pelo governo. “Ninguém
é dono da verdade, só o povo,
com sua democracia”, disse.