20/12/2012
- 15h21
Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Associações
brasileiras de óleo vegetal, baterias
e filtros automotivos assinaram hoje (20)
um termo de compromisso com o governo do estado
de São Paulo em que se responsabilizam
pela coleta de resíduos de seus produtos
nos municípios paulistas.
De acordo com o secretário
do Meio Ambiente do estado, Bruno Covas, a
ação demonstra o amadurecimento
do setor produtivo, que entendeu a importância
de se investir no destino final dos resíduos
sólidos. “A gente tinha uma cadeia
produtiva linear. O produto era criado, consumido
e jogado fora. A gente está, aos poucos,
introduzindo uma cadeia produtiva circular.
Esse produto, depois de ser utilizado, é
reaproveitado e com apoio e financiamento
da própria indústria”, declarou.
O termo foi assinado também
pela Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (Cetesb), Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos
Vegetais (Abiove), Associação
Brasileira da Indústria Elétrica
e Eletrônica (Abinee) e a Associação
de Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos
e Industriais (Abrafiltros).
No caso da Abiove, que representa
empresas responsáveis pelo processamento
e fabricação do óleo
de cozinha, haverá ampliação
do número de pontos de coleta já
existentes, passando dos atuais 800 locais
de recolhimento para cerca de 1.000 em todo
o estado. Segundo Bernardo Machado Pires,
diretor de Sustentabilidade da Abiove, a ideia
é aumentar para 900 pontos, em um prazo
de dois a três anos, e chegar a 1.000
em, no máximo, quatro anos.
Bernardo destacou também
a criação do site www.oleosustentavel.org.br
para orientar os consumidores sobre os pontos
de entrega mais próximos. “Toda indústria
que fabrica produtos que tenham impacto ambiental
têm a responsabilidade, compartilhada
com os governos, de ajudar a trazer de volta
esses resíduos”, disse.
Após a coleta do
óleo, organizações não
governamentais (ONGs) cadastradas se encarregam
do reaproveitamento do material. “O óleo
é muito usado para biodiesel, tintas,
vernizes e sabão. Tem muitas comunidades
que usam esse óleo e até têm
um bom retorno econômico. Uma boa alternativa
de trabalho e renda para as comunidades mais
pobres”, disse Bernardo.
Já a coleta dos filtros
automotivos usados, feita pela Abrafiltros,
teve início em julho deste ano, como
forma de teste, em um grupo de cerca de dez
municípios do estado. Segundo João
Moura, presidente da associação,
o recolhimento tem sido feito nos postos de
combustíveis, de onde os filtros são
enviados para usinas de processamento. “Lá,
sofrem uma lavagem inicial e depois são
triturados. A chapa é separada do resíduo
do meio filtrante, que são papéis,
cola, borracha e plástico que determinados
filtros usam. Depois, são compactados
e a chapa é enviada para a usina e
os resíduos de papel, borracha, plásticos
seguem como componente energético em
cimenteiras”, disse.
Ao contrário do óleo,
que tem custo baixo para reciclagem, os filtros
exigem maior investimento das empresas fabricantes.
“Para o nosso setor é um custo muito
representativo, porque o filtro é um
dos poucos que você não pode
reaproveitar. O único benefício
é para o meio ambiente”, declarou Moura.
André Luis Saraiva,
diretor de Responsabilidade Socioambiental
da Abinee, informou que, no setor de baterias
automotivas, a logística reversa já
é uma realidade. “Hoje, esse segmento
recicla 98% do volume comercializado”, disse.
Segundo Saraiva, sempre que um consumidor
vai a uma autoelétrica trocar a bateria
do carro, ele entrega o produto antigo ao
revendedor que o repassa para a destinação
correta.
A importância da assinatura
do acordo de hoje, de acordo com o diretor
da Abinee, está na fiscalização
do cumprimento da lei. “A Cetesb pode ampliar
a sua margem de ver quem não está
cumprindo o acordo. As empresas que não
estiverem cumprindo sofrerão as sanções
que a lei prevê”, disse.
De acordo com o secretário
do Meio Ambiente, os próximos setores
a adotarem o sistema de logística reversa
são o de lâmpadas fluorescentes
e de embalagens de alimentos e bebidas. “Vamos
chegar em um futuro, espero não muito
longe, em que as indústrias que não
tiverem o seu plano de logística reversa
não vão poder comercializar
no estado de São Paulo”, disse.
+ Mais
Oito estados respondem por
95% da produção de carvão
vegetal no país
06/12/2012 - 10h27
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A pesquisa Produção
da Extração Vegetal e da Silvicultura
2011, divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE),
indica que oito estados brasileiros responderam
por 1,35 milhão de toneladas de todo
o carvão do extrativismo mineral produzido
no país no ano passado. O volume equivale
a 95% da produção total.
O estado de Mato Grosso
do Sul foi o principal produtor, com 359,3
mil toneladas, seguido do Maranhão,
com 339,7 mil toneladas, de Minas Gerais,
com 156,5 mil toneladas, e do Piauí,
com 137,7 mil toneladas. Os outros quatro
estados são a Bahia (115,3 mil toneladas),
o Pará (73,5 mil toneladas), Goiás
(52,04 mil toneladas) e Mato Grosso (51,3
mil toneladas).
Entre os municípios,
o principal produtor de carvão da extração
vegetal é Grajaú, no Maranhão,
com 85,4 mil toneladas. Também estão
no ranking dos 20 maiores municípios
produtores as cidades maranhenses Parnarama,
Barra do Corda e Centro Novo do Maranhão.
Também fazem parte
do ranking Ribas do Rio Pardo, Aquidauana,
Campo Grande, Água Clara, Porto Murtinho,
Três Lagoas, Santa Rita do Pardo e Coxim,
em Mato Grosso do Sul; Baianópolis,
Riachão das Neves e Santa Rita de Cássia,
na Bahia; João Pinheiro e Pompeu, em
Minas Gerais; Regeneração, no
Piauí; Itupiranga, no Pará;
e General Carneiro, no Paraná. Juntos,
eles respondem por 35,5% do total nacional.