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PRODUZINDO CARNE COM MAIS EFICIÊNCIA
E MENOS IMPACTO NO PANTANAL

Panorama Ambiental
Dezembro de 2012

03 Dezembro 2012 | por Aldem Bourscheit
Para apoiar a manutenção do Pantanal como um dos ambientes mais conservados do país e para que a pecuária extensiva obtenha produtividade associada à conservação da natureza regional, WWF-Brasil e Embrapa Pantanal uniram forças para produzir um guia inédito para a preservação de paisagens, solos, pastagens nativas e cultivadas.

Algo fundamental para uma região onde há quase 1,9 mil tipos de plantas e animais típicos do Brasil.

Em pouco mais de 30 páginas ricas em ilustrações, pesquisadores listaram as melhores técnicas para a formação e manutenção de pastagens, economia de insumos produtivos, erradicação de plantas invasoras, respeito à legislação, aumento da produtividade e dos lucros. O rebanho bovino pantaneiro é estimado em 4 milhões de cabeças.

A publicação mostra que existem tecnologias, práticas e processos simples que aumentam a produtividade com o mínimo de prejuízos ao meio ambiente.

No Pantanal, a pecuária de corte extensiva acontece em harmonia com a natureza local, mas de maneira geral a atividade pode exercer forte impacto em outras regiões, fazendo com que consumidores e mercados exijam cada vez mais responsabilidade socioambiental dos produtores.

Além disso, em um ambiente cujas características mudam drasticamente durante o ano, criar gado de forma incorreta pode degradar e empobrecer a terra que sustenta as pastagens, comprometendo a capacidade de recuperação da natureza pantaneira e a sustentação da própria pecuária.

A força e freqüência de secas e de inundações, mas também o desmatamento, o fogo e as queimadas, podem prejudicar o equilíbrio dos ambientes naturais.

Maior planície continental alagável do planeta e abrigo de animais, plantas e cenários únicos no mundo, o Pantanal também é palco de forte atividade pecuária enraizada na história e na cultura regionais. A primeira criação de gado foi registrada em 1737 e, hoje, oito em cada dez hectares daquelas terras servem à produção de carne bovina.

A cartilha Conservando pastagens e paisagens – pecuária de corte no Pantanal foi lançada nesse fim de semana, na Fazenda Nhumirim, na região da Nhecolândia (MS). A publicação pode ser baixada no atalho ao lado e é mais um fruto da parceria entre WWF-Brasil e Embrapa. Em setembro do ano passado, foi lançada a cartilha Conservando água e solo - pecuária de corte no Cerrado.

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Acre é o primeiro estado brasileiro a realizar transações financeiras relacionadas ao REDD+

21 Dezembro 2012 | O Estado do Acre, situado no norte do Brasil, tornou-se na última semana a primeira unidade da federação a realizar transações financeiras relacionadas à Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal, ou REDD+.

Por meio de um contrato assinado na quarta-feira 12, entre o governo do Acre e o banco alemão KfW, o Estado vai receber, nos próximos quatro anos, 16 milhões de euros – cerca de R$ 50 milhões – por ter deixado de emitir 4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) nos últimos anos.

Este acordo é uma iniciativa inédita e pioneira, já que é a primeira vez que se tem notícia, no mundo inteiro, de um repasse de recursos baseado em resultados de REDD+ no nível subnacional, ou seja, que envolve estados ou províncias, e não países.

Para efeito de comparação, é possível lembrar, por exemplo, das Conferências das Partes (COP’s) promovidas pelas Organização das Nações Unidas – em que os países não chegam a consensos sobre os valores das toneladas de dióxido de carbono e, assim, não avançam nas discussões relacionadas a este assunto (no acordo entre o Acre e o banco, cada tonelada não emitida foi estimada em US$ 5).

O Estado do Acre atingiu picos de desmatamento na década de 80, mas ainda detém 87% de sua cobertura florestal. Além disso, na última década, o Estado tem demonstrado liderança na construção de um modelo de desenvolvimento econômico que promove a proteção florestal e combate à pobreza – trabalho que foi tema de uma reportagem publicada no jornal britânico The Economist no início deste mês.

Parceria com o WWF

É importante lembrar também que o acordo só foi possível porque o Acre possui uma legislação específica, que subsidia este tipo de iniciativa: o Sistema de Incentivo aos Serviços Ambientais do Acre (Sisa).

O Sisa existe desde 2010 e sua criação e implementação contaram com o apoio do WWF-Brasil. Por meio deste sistema, o poder público é capaz de viabilizar diversas estratégias cujo objetivo maior é valorização dos ativos florestais.

Além do Sisa, o WWF-Brasil tem apoiado no Acre, há mais de 10 anos, diversas iniciativas relacionadas à sustentabilidade e conservação de recursos naturais no território acreano. Algumas dessas ações incluem o fortalecimento de cadeias produtivas comunitárias, relacionadas ao óleo de copaíba, castanha do brasil, açaí, pirarucu e borracha; o manejo florestal madeireiro; e a estruturação de um sistema de políticas públicas que viabilize o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) naquele território.

Em 2012, o WWF-Brasil, em parceria com o governo acreano, realizou eventos durante a Conferência das Nações Unidades sobre Meio Ambiente, a Rio+20; estruturou e publicou o Plano Estadual de Recursos Hídricos daquele estado, o primeiro documento deste tipo a ser registrado no bioma Amazônico.

“Acre está na vanguarda”

Segundo o governo acreano, os 16 milhões de euros a serem recebidos pelo KfW serão investidos em projetos ambientais com foco em produção sustentável e conservação dos recursos naturais. Por força de contrato, 70% deste valor será destinado “à ponta” das cadeias produtivas acreanas – ou seja, beneficiando diretamente os provedores de serviços ambientais, como extrativistas, indígenas e produtores rurais familiares. Outra parte do recurso será destinado ao fortalecimento institucional dos órgãos que compõem e operacionalizam o Sisa.

“A parceria com o KfW é um belíssimo ato de reconhecimento, solidariedade e cooperação do banco alemão. Mesmo vivenciando uma crise financeira, ele prefere acreditar nas boas práticas de desenvolvimento, com a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população”, falou o governador do Acre, Tião Viana (PT-AC), durante a assinatura do convênio.

O representante do KfW, Hubert Eisele, crê que o Acre, daqui para frente, vai combater mais e mais o desmatamento. “Este é um projeto inovador, que terá muita repercussão dentro e fora do Brasil. O Acre é um estado que está na vanguarda deste tipo de projeto”, afirmou o Gerente de Florestas Tropicais do banco alemão.

A secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Britto, afirmou que a iniciativa é importante e pode servir de referência. “Com ações desta natureza vão se formando exemplos concretos que, mais cedo ou mais tarde, vão ajudar na estruturação do conceito de REDD+. Também é possível, por meio desses exemplos, contabilizar, monitorar e avaliar esses tipos de projetos”, afirmou Maria Cecília.
* Com informações da Agência de Notícias do Acre


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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