26/01/2013 - 18h46
Meio Ambiente
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As equipes responsáveis
pelo Inventário Florístico Florestal
de Santa Catarina monitoraram mais de 400
áreas entre 2007 e 2011. Neste período
profissionais de várias áreas,
como engenheiros florestais, biólogos,
escaladores, auxiliares e estudantes, coletaram
materiais e entrevistas e analisaram estes
dados. Foram registradas mais de 2,3 mil espécies
de plantas vasculares, entre as quais 860
espécies arbóreas e arbustivas,
560 epífitos, 270 lianas, 315 pteridófitas
(samambaias), além de 707 ervas terrícolas.
Os números mostram
que 50% de todas as espécies registradas
em levantamentos feitos há 23 anos
ainda estão presentes nestas áreas.
Apesar disto, os pesquisadores alertam que
existe uma drástica redução
da biodiversidade de espécies arbóreas
na comparação com os levantamentos
realizados há 50 anos, principalmente
entre as espécies naturalmente raras,
que sempre ocorreram em pequena quantidade
e em poucos locais ou locais muito restritos.
Pelo menos 32% das espécies arbóreas
e arbustivas foram encontrados com menos de
dez indivíduos.
A principal razão
apontada pelos pesquisadores para a situação
alarmante é a redução
da área florestal no estado. De acordo
com o levantamento, menos de 5% das florestas
tem características de florestas maduras,
enquanto mais de 95% dos remanescentes florestais
do estado são florestas secundárias,
formadas por árvores jovens de espécies
pioneiras e secundárias, com troncos
finos e altura de até 15 metros e baixo
potencial de uso.
“Estas florestas têm
menos da metade do estoque original de madeira
e de biomassa e um número muito reduzido
de espécies arbóreas e arbustivas.
Pesa assim o fato de 90% dos fragmentos florestais
de Santa Catarina terem área menor
que 50 hectares. Os efeitos do pequeno tamanho
das áreas florestais e de seu uso inadequado
resultam em um significativo empobrecimento
da floresta e na simplificação
de sua estrutura”, destaca o Inventário
Florístico Florestal de Santa Catarina.
Estas interferências e novas características,
segundo especialistas, podem prejudicar as
funções protetoras do solo e
dos mananciais e a função da
floresta como reservatório de carbono
e guardião da biodiversidade.
Os vilões responsáveis
por estas mudanças nas florestas catarinenses,
segundo a conclusão das equipes, são
as constantes intervenções humanas
na floresta, como a exploração
indiscriminada de madeira, roçadas
e o pastoreio de bovinos.
O Inventário Florístico
Florestal de Santa Catarina foi realizado
entre 2007 e 2011 pelo Serviço Florestal
Brasileiro, Fundação de Amparo
à Pesquisa e Inovação
do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Universidade
Federal de Santa Catarina, Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina (Epagri), Universidade Regional
de Blumenau (Furb) e governo de Santa Catarina.
+ Mais
Estudo descobre que 4% do
território de Santa Catarina são
cobertos por florestas que estão se
regenerando
26/01/2013 - 18h42
Meio Ambiente
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um levantamento de campo
que durou quatro anos para ser concluído
mostrou que, além do que já
se conhecia de florestas existentes no estado
de Santa Catarina, outros 4% do território
catarinense também estão cobertos
por florestas que estão se regenerando.
A coleta e análise dos dados no estado
funcionaram como um projeto experimental que
será ampliado agora para todo o país.
A expectativa é que,
até 2016, todas as informações
detalhadas das florestas brasileiras, como
o volume de cobertura do território,
a qualidade dos solos, as espécies
de árvores, de animais e flora estejam
relacionadas em um inventário nacional.
Com este tipo de material minucioso será
possível repensar políticas
públicas que hoje são voltadas
para a conservação da biodiversidade
e para o uso econômico destas áreas,
mas que foram elaboradas com informações
pouco precisas.
O Inventário Florístico
Florestal de Santa Catarina foi feito entre
2007 e 2011 pelo Serviço Florestal
Brasileiro, Fundação de Amparo
à Pesquisa e Inovação
do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Universidade
Federal de Santa Catarina, Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina (Epagri), Universidade Regional
de Blumenau (Furb) e governo de Santa Catarina.
No caso de Santa Catarina,
dados anteriores, detectados por satélites,
apontavam que a cobertura florestal remanescente
em Santa Catarina alcançava 29% do
território. Mas, quando analisaram
pessoalmente as áreas, os pesquisadores
descobriram que existe vegetação
pioneira e formações florestais
em estágio inicial de regeneração
em outros 2% a 4% do território catarinense.
“Normalmente o pessoal mapeia
vegetação usando imagens de
satélite e isto tem dois problemas.
Um deles é o tamanho do pixel [distancia
de pontos identificados nas imagens], que
é relativamente grande, e outro a vegetação
quando é fragmentada em áreas
pequenas de florestas não entra na
conta”, disse Daniel Piotto, gerente executivo
de Informações Florestais do
Serviço Florestal Brasileiro.
Segundo Piotto, o inventário
feito no campo permite a observação
destas áreas menores. “As florestas
se regeneram rapidamente. Áreas que
foram desmatadas antes ou usadas para plantio
de soja ou milho e foram abandonadas se regeneram
em cinco anos. No mapeamento que tínhamos
antes não incluía muitas destas
áreas”, acrescentou.