01/02/2013 - Aproximadamente
270 toneladas de agrotóxicos obsoletos
que estão armazenados por produtores
rurais em diversas regiões do Estado
de São Paulo, serão incinerados
em locais licenciados pela CETESB para esta
finalidade, após dez meses de campanha
realizada pelas Secretarias Estaduais de Meio
Ambiente, da Agricultura e Abastecimento,
Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias (inpEV), Federação da
Agricultura do Estado (FAESP), Organização
das Cooperativas do Estado (OCESP) e Associação
Nacional das Distribuidoras de Insumos Agrícolas
e Veterinários (ANDAV), que levantaram
a quantidade desses resíduos ainda
existentes no estado.
OS presidentes da CETESB, Otavio Okano e João
Cesar Rando, da inpEV, assinaram na sexta-feira
(1/2) um Termo de Cooperação,
na sede da agência ambiental paulista,
para planejar o condicionamento e transporte
desses agrotóxicos - proibidos desde
a década de 80 no país -, para
serem incinerados em fornos adequados. Os
agrotóxicos absoletos, sendo os mais
conhecidoss o DDT e Aldrin, são uma
das 22 substâncias tóxicas classificadas
como POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes)
pela Convenção de Estocolmo.
O Brasil, como um dos signatários deste
acordo (a CETESB responde como Centro Regional
desta convenção para a região
da América Latina e Caribe), vem adotando
medidas de controle relacionadas à
produção, importação,
disposição e uso dessas substâncias
perigosas.
Entre setembro de 2011 e julho de 2012, foi
desenvolvida a campanha com o tema “Levantamento
de Agrotóxicos Obsoletos: Produtor
Rural, nós precisamos de você”,
composta por cartilhas, folhetos, cartazes,
mensagens em rádios e pela internet.
A campanha teve o objetivo de sensibilizar
os produtores rurais a declarar, nas Casas
de Agricultura e Escritórios de Defesa
Agropecuária de todo o Estado, a quantidade
de agrotóxicos obsoletos proibidos
por lei, existentes nas propriedades rurais
do Estado.
Os dados tabulados pela Coordenadoria de Defesa
Agrícola (CDA) e Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (CATI), resultaram
em aproximadamente 270 toneladas de agrotóxicos
obsoletos declarados. Com base em visitas
técnicas realizadas para aferir essa
quantidade e também na experiência
de projeto semelhante realizado no Estado
do Paraná, os parceiros desta campanha
ainda estimam um incremento da ordem de 30%,
podendo chegar a cerca de 350 toneladas de
produto tóxico a serem, ainda, incineradas.
Essa quantidade foi declarada por 327 produtores
rurais do Estado, os quais, desde a proibição
de uso em 1985, os mantiveram estocados em
suas propriedades.
A maior quantidade desses resíduos
estão estocados em propriedades rurais
da região de Lins, com 68.743 kg declaradas.
A região de Ourinhos, com 32.812 Kg
e de Ribeirão Preto, com 30.000, também
aparecem no topo da lista. A incineração
desses agrotóxicos fora de uso será
feita por empresa licenciada pela CETESB no
Estado de São Paulo, que deverá
emitir certificados das quantidades de resíduos
incinerados.
Texto: Renato Alonso