Notícia
- 7 - fev – 2013 - Responsáveis pela
poluição de rios e destruição
do meio ambiente, desafiamos grandes marcas
de luxo a adotarem práticas sustentáveis
A moda dita tendências.
E o mercado internacional tem sido cada vez
mais exigente com elas: sujar o guarda-roupas
com peças que contribuem para a destruição
do meio ambiente não está mais
em alta no mundo fashion. Ciente dessa postura,
o Greenpeace Itália divulgou hoje um
ranking que revela grandes diferenças
entre as políticas de adequação
ambiental de marcas de alta costura. A maioria
continua utilizando produtos tóxicos
que poluem as águas e couro vindo de
áreas desmatadas ilegalmente. Poucas
têm planos de mudar de atitude.
O ranking Duelo da Moda
propoe uma disputa entre as marcas por uma
produção mais sustentável.
Por enquanto, a grife italiana Valentino lidera
a lista, já que se comprometeu a eliminar
todos os lançamentos de produtos químicos
tóxicos e a adotar o desmatamento zero
em toda a sua cadeia de fornecimento. Enquanto
isso, seis diferentes marcas famosas como
Prada, Chanel, Hermès e Dolce &
Gabbana aparecem em último lugar por
não tomarem qualquer decisão
sobre melhorias em suas políticas ambientais.
Ao todo, 15 marcas italianas
e francesas foram classificadas, com base
em uma pesquisa sobre três seções
das cadeias de fornecimento global das empresas:
couro, papel e celulose, e poluição
tóxica da água. A indústria
têxtil é uma das principais fontes
de poluição da água em
países como China e México.
Além disso, florestas de valor insubstituível
estão sendo transformadas em embalagens
descartáveis e produtos de consumo,
enquanto que, na floresta amazônica,
grandes áreas são destruídas
para dar lugar ao gado, utilizado posteriormente
para a produção de sapatos,
bolsas e cintos.
“As marcas que falharam
na classificação, como a Louis
Vuitton, são tendências globais
da moda, mas elas também têm
agora uma oportunidade para se tornarem líderes
ambientais. Elas devem tomar medidas urgentes
e transparentes para eliminar a liberação
de substâncias químicas perigosas
ao longo da sua cadeia de suprimentos e de
produtos, e colocar em prática medidas
concretas para evitar a contaminação
da cadeia de fornecimento com a destruição
florestal”, disse Chiara Campione, do Greenpeace
Itália.
As marcas foram avaliadas
tendo em vista a transparência de suas
cadeias de abastecimento, suas políticas
ambientais e sua vontade de fazer um compromisso
vinculativo pelo Desmatamento Zero e pela
eliminação zero de produtos
químicos perigosos.
“Desde o lançamento
da campanha Detox do Greenpeace, em 2011,
15 das mais importantes marcas de luxo do
mundo já se comprometeram a eliminar
todos os lançamentos de produtos químicos
perigosos ao longo de sua cadeia de suprimentos
e de produtos”, disse Campione. “Se essas
grandes empresas, e hoje a Valentino, deram
o primeiro passo, por que deveríamos
esperar menos de todas as outras marcas da
moda?”
O ranking foi criado para
trazer transparência aos consumidores,
possivelmente os maiores interessados na procedência
do que estão vestindo. Por isso, o
Greenpeace pede a quem apoia a campanha para
cobrar a indústria da moda a limpar
seus produtos e se comprometer com o Desmatamento
Zero e com políticas de produção
sem descargas tóxicas.
Desde 2009, os três
maiores frigoríficos brasileiros já
se comprometeram a eliminar o desmatamento
de sua cadeia de produção. Agora,
essas empresas devem se juntar à iniciativa
e cobrar que ela seja cumprida. O duelo já
começou: desafie a moda a limpar a
sua roupa!