Sexta, 31 Maio - Recuperação
da floresta, proteção da biodiversidade
e do clima da Mata Atlântica terão
14,3 milhões de euros
Da SBF
A Alemanha destinará 14,3 milhões
de euros (R$ 40,2 milhões), fora a
contrapartida brasileira, para investir na
recuperação da floresta, proteção
da biodiversidade e do clima da Mata Atlântica.
O anúncio foi feito em São Paulo
durante a semana dedicada ao bioma. Já
que está em negociação
uma nova iniciativa de cooperação
entre os dois países. Além disso,
serão fortalecidos os mosaicos de Unidades
de Conservação (UC) para o ordenamento
territorial baseado na conservação
e a restauração de áreas
degradadas, conforme anunciou o conselheiro
de Cooperação para o Desenvolvimento
Sustentável da Embaixada da Alemanha,
Daniel Alker.
A cooperação
bilateral já rendeu muitos resultados
por meio do Projeto Proteção
da Mata Atlântica II (PMA II), como
o estabelecimento de cerca de 500 mil hectares
de Unidades de Conservação e
a elaboração de estudos e consultas
para criação de mais de um milhão
de hectares a serem protegidos; o fomento
de sistemas de Pagamentos por Serviços
Ambientais (PSA) em cerca de 900 mil hectares,
no qual mais de 1.700 famílias foram
beneficiadas diretamente e 1,9 milhão
de hectares atingidos indiretamente; e a adequação
ambiental de 40 mil hectares de propriedades
rurais.
RESULTADOS
O projeto, desenvolvido
entre 2009 e 2012, teve o objetivo contribuir
para proteção, uso sustentável
e recuperação da Mata Atlântica,
considerada um hotspot global de biodiversidade
(ou hotspot ecológico é uma
região biogeográfica que é,
simultaneamente, uma reserva de biodiversidade,
além de estar ameaçada de destruição)
e um significativo sumidouro de carbono. Em
sua trajetória, a parceria obteve outros
resultados pioneiros, como a elaboração
de sete planos municipais de conservação
e recuperação da Mata Atlântica
demonstrativos e a estruturação
de um roteiro metodológico para a construção
destes planos.
Outra ação
que foi possível graças ao PMA
II foi a elaboração de uma estratégia
espacial integradora, com mapas de remanescentes
florestais e de conectividade da paisagem
na Mata Atlântica e a realização
de cálculos de estoques de biomassa
(armazenamento de carbono) para a definição
de áreas prioritárias para proteção
da biodiversidade. Também foi estabelecida
uma comunidade de aprendizado em PSA, utilizando
ferramentas de educação a distância,
e editadas publicações de experiências
do projeto na criação de áreas
protegidas, em mecanismos de PSA, na elaboração
de Planos Municipais de Conservação
e Recuperação da Mata Atlântica
e Adequação dos Imóveis
Rurais.
+ Mais
Ações pela
Mata Atlântica
Sexta, 31 Maio 2013 - Novo
enfoque: especialistas elaboram documento
sobre o bioma
Arquivo Agência Brasil/Tânia Rêgo
Especialistas sugerem repactuar compromissos
e metas pela conservação do
bioma
Da SBF
Os participantes da Semana da Mata Atlântica
2013, elaboraram, durante o evento realizado
nos dias 27 e 28 de maio, em São Paulo,
documento colaborativo que pretende repactuar
compromissos e metas para a conservação
da Mata Atlântica. A Carta da Mata Atlântica
foi preparada por pessoas que trabalham com
o tema e recebeu contribuições
nos dois dias de debates.
Todas as colaborações
serão, agora, sistematizadas e incorporadas
ao texto pelo grupo de trabalho encarregado
de finalizar o documento. A nova versão
será postada no blog do evento, entre
os dias 3 e 21 de junho, para receber comentários
e contribuições relacionados
aos temas estabelecidos. O documento com novas
contribuições será divulgado
até 31 de junho deste ano.
APRIMORAMENTO
Embora não seja um
documento dirigido ao governo, mas de pactuação
entre todos os setores, o secretário
de Biodiversidade e Florestas do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Roberto Cavalcanti,
deverá entrega-lo à ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O lançamento
oficial da Carta da Mata Atlântica acontecerá
na Semana da Mata Atlântica de maio
de 2014.
“Neste período, discutiremos
formas de aprimorar o conteúdo, definindo
metas e prazos, e conseguindo adesões
de instituições”, disse Ivy
Wiens, ex-coordenadora geral da Rede Mata
Atlântica. “Isso não significa
que ficaremos esperando o lançamento
do documento para agir, pois há ações
que não podem nem devem esperar”.
Para o diretor de Conservação
da Biodiversidade do MMA, Carlos Alberto de
Mattos Scaramuzza, o encontro trouxe um panorama
sobre o estado da arte para a conservação
da Mata Atlântica e o que foi mostrado
confirmou a importância da repactuação
entre governos, sociedade civil, setor privado
e academia. “Como o contexto socioambiental
mudou muito, nos últimos anos, na Mata
Atlântica é necessário
reorganizar os temas e a forma de trabalhar
nessa região, construindo uma coalizão
que materialize as oportunidades em impactos
de conservação da biodiversidade
e de desenvolvimento sustentável”,
ressaltou.
ENVOLVIMENTO
A representante da Cooperação
Alemã para o Desenvolvimento Sustentável
(GIZ), Ingrid Prem, disse esperar envolver
outros setores para a causa e ressaltou o
papel da parceria Brasil-Alemanha nesse processo.
“A cooperação alemã é
parceira fiel, na medida em que a agenda da
Mata Atlântica seja prioritária
para governo brasileiro”, disse.
A Semana da Mata Atlântica
2013 foi uma realização conjunta
do MMA, Secretaria do Meio Ambiente do Estado
de São Paulo, Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica e Rede de ONGs da Mata
Atlântica, com apoio do Projeto Proteção
da Mata Atlântica II. O evento terminou
com um apelo de todos os organizadores para
a participação da sociedade
na construção desta repactuação
de compromissos em comum.
O Projeto Proteção
da Mata Atlântica II tem a coordenação
do MMA, no contexto da Cooperação
Técnica e Financeira Brasil – Alemanha,
no âmbito da Iniciativa Internacional
de Proteção ao Clima (IKI) do
MMA, da Proteção da Natureza
e Segurança Nuclear da Alemanha (BMU).
Recebeu apoio técnico da Deutsche Gesellschaft
für Internationale Zusammenarbeit (GIZ)
GmbH, e apoio financeiro do Banco Alemão
de Desenvolvimento (KfW Entwicklungsbank),
por intermédio do Fundo Brasileiro
para a Biodiversidade (Funbio).