Panorama
 
 
 
 

ONGS COBRAM PLANOS SETORIAIS DE MUDANÇA DO CLIMA

Panorama Ambiental
Maio de 2013

Carta do Observatório do Clima e do FBOMS foi entregue hoje à ministra da Casa Civil. Movimentos sociais querem mais transparência no processo de revisão do PNMC

Brasília, 09 de maio de 2013 — Representantes do Observatório do Clima (OC) e do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) cobraram nesta quinta-feira da Casa Civil a apresentação dos quatro Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas, em Audiência Pública sobre o processo de revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), que aconteceu hoje na Câmara dos Deputados.

Antes da audiência, as duas organizações, da qual a CI-Brasil faz parte, protocolaram uma carta solicitando à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, que apresente a versão final de quatro Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima: da Indústria, dos Transportes, da Saúde e da Mineração.

Durante a Audiência, foi ressaltada a necessidade de que a revisão do PNMC seja feita de forma a transformar o documento em um plano estratégico de fato, com a inclusão de metas e ações governamentais relativas às mudanças do clima global.

Para o representante da CI-Brasil, Artur Paiva, o PNMC de 2008 peca pela falta de definição sobre essas ações estratégicas e metas. "Para realizar uma revisão do PNMC que passe a contemplar esses pontos, precisamos conhecer e analisar a versão final dos planos setoriais ainda não publicizados", explica.

Carlos Rittl, coordenador do programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, que representou o OC e o FBOMS no debate, também está preocupado com a falta de transparência no processo de revisão do PNMC e pediu acesso a mais informações. "Um artista não pode fazer uma crítica a uma obra de arte sem antes ver toda a obra. Nós não nos consideramos capazes de fazer uma reflexão sobre o conteúdo da revisão do PNMC, já que não temos os elementos mínimos para isso”, concluiu.

O Decreto 7.390, de 9 de dezembro de 2010, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima, prevê a incorporação dos Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas ao PNMC. O Decreto determinava que os Planos Setoriais fossem elaborados até 15 de dezembro de 2011. Pelo Decreto 7.643, de 15 de dezembro de 2011, esse prazo foi alterado para 16 de abril de 2012.

No entanto, em reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), realizado em 2013, na cidade do Rio de Janeiro, foi dado início ao processo de atualização do PNMC, sem que os Planos Setoriais tivessem sido concluídos.

Na audiência desta quinta-feira, a representante do Ministério do Meio Ambiente, Karen Cope, informou que os planos já estão concluídos e aprovados. “Eles estão aprovados e serão lançados pela Presidência da República, o que deve ser feito numa reunião da presidente com o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Mas o não lançamento não impediu o avanço na implementação dos planos. O Plano Indústria, por exemplo, tem comissão técnica instalada e tem tido debate de altíssima qualidade”, disse.

A senadora Vanessa Grazziotin, que preside a Comissão Mista de Mudanças Climáticas, também fez pressão para que o governo divulgue os planos setoriais. Ela afirmou que formalizará pela Comissão o pedido para receber tanto o novo texto básico da atualização do PNMC, quanto os planos setoriais.

Inventário de emissões brasileiras

Outra cobrança que surgiu por parte dos movimentos sociais e dos parlamentares durante a Audiência foi para a divulgação do inventário de emissões brasileiras de gases do efeito estufa pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Segundo representante do MCT na Audiência, Gustavo Luedemann, o inventário já está pronto e vai ser divulgado em breve. Ele adiantou que as emissões provenientes do desmatamento agora ocupam uma fatia menor do total das emissões brasileiras, fruto da queda do desmatamento na última década.

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CI lança o guia mais completo do mundo para primatas

Novo volume da Enciclopédia de Mamíferos é o primeiro livro a traçar o perfil de todas as espécies de primatas, com ilustrações de cada uma e percepções sobre o papel desses animais na natureza e o valor que eles têm para os seres humanos

Brasília, 15 de maio de 2013 — A informação mais completa sobre 16 famílias, 77 gêneros e 479 espécies de primatas está presente no novo livro lançado pela editora espanhola Lynx Edicions, em parceria com a Conservação Internacional e a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). O 3º volume da série Handbook of the Mammals of the World é inteiramente dedicado aos primatas e apresenta-os em sua notável variedade de formas, tamanhos, cores, hábitats, hábitos alimentares, organização social e sua relação com os humanos. Esse livro de 952 páginas apresenta, pela primeira vez na história, ilustrações de todas as espécies, além de centenas de fotos e mapas.

"Estamos esperançosos de que o novo livro, publicado como parte de uma série de tanto prestígio, vai proporcionar grandes avanços ao ajudar a estimular o interesse por primatas, dando assim uma contribuição importante para a conservação desse importante grupo de animais", disse Russell Mittermeier, presidente da Conservação Internacional e Presidente do Grupo de Especialistas em Primatas da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN. "A maioria das pessoas não percebem que os primatas são polinizadores e dispersores de sementes, desempenhando um papel fundamental na natureza e contribuindo para o bem-estar humano, através da manutenção de florestas saudáveis, que nos dão ar limpo, água e um clima estável".

De fato, os primeiros estudos sobre primatas estavam baseados no desejo de aprender mais sobre a evolução humana, a partir do estudo sobre nossos parentes vivos mais próximos. Nos últimos anos, no entanto, pesquisas mostram que esses animais não são apenas essencialmente interessantes, mas também são componentes essenciais para a saúde das florestas e, portanto, muito valiosos nos serviços vitais que prestam à humanidade.

Primatas podem ser encontrados principalmente nos trópicos, e muitos deles são “espécies-símbolo” na divulgação da necessidade de proteger as florestas onde vivem. Aqui no Brasil, por exemplo, o muriqui, que ocorre na Mata Atlântica, bioma fortemente impactado, é o maior mamífero endêmico do país. Ele viaja por longas distâncias nas copas das árvores, ajudando a regenerar a floresta, pois dispersa por onde passa as sementes das frutas que come. Em Madagascar, o indri é conhecido pelo alto ruído que emite e que pode ser ouvido a quilômetros de distância. O maior mamífero do mundo que vive em árvores é o orangotango, que pode pesar quase 200 quilos. Na República Democrática do Congo, encontramos o nosso parente vivo mais próximo, o bonobo, um tipo de chimpanzé popularmente conhecido por seu temperamento dócil e um comportamento sexual bem variado, que inclui práticas homossexuais entre as fêmeas. Nos anos 60, os bonobos eram comparados aos hippies.

Metade de todas as espécies de primatas, no entanto, está ameaçada, principalmente devido à caça e à destruição generalizada de suas florestas. Anthony Rylands, co-editor chefe e vice-presidente do Grupo de Especialistas em Primatas, que dedicou três anos de trabalho a essa publicação, disse: "Tive o privilégio de ter trabalhado com aqueles que contribuíram de maneira tão brilhante para essa coleção extraordinária e única e, mais especialmente, com o artista Stephen D. Nash, que ilustrou pela primeira vez e tão maravilhosamente todos os primatas que conhecemos hoje. No entanto, por trás dessa celebração está a parte triste de que todas as espécies estão agora em declínio – muitos em breve desaparecerão por completo, a menos que seja interrompida a grave destruição das florestas tropicais – em números devastadores, tanto para a sobrevivência dos primatas não humanos quanto para os humanos.

 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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