Terça, 18 Junho 2013
19:04 - Desertificação: áreas
degradadas podem ser recuperadas
Diferentemente da seca, fenômeno pode
ser revertido e é resultado da degradação
da terra nas regiões áridas,
semiáridas e subúmidas secas.
SOPHIA GEBRIM
Será realizado nesta quarta-feira (19/06),
de 9 às 16 horas, o Seminário
de Sistema de Alerta para a Seca e Desertificação,
na sede do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), em Brasília. O encontro, promovido
pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA),
em parceria com Inmet, Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), Instituto Nacional do Semiárido
(Insa) e Comissão Nacional de Combate
à Desertificação (CNCD),
integra as atividades comemorativas da Semana
Nacional de Combate à Desertificação,
Mitigação dos Efeitos da Seca
e Convivência com a Semiaridez.
O diretor do Departamento
de Combate à Desertificação
do MMA e secretário-executivo da CNCD,
Francisco Campello, explica que a desertificação
é para o atendimento às demandas
socioeconômicas da região. “Diferente
das secas, que são fenômenos
naturais, a desertificação pode
ser evitada, por isso a importância
de ações de convivência
sustentável com a semiaridez para combater
a desertificação”. afirma.
Segundo ele, a partir de
estratégicas e métodos específicos,
muitas vezes já utilizados por pequenos
agricultores, é possível enfrentar
e conviver, de forma sustentável, em
regiões semiáridas. “Como exemplo
temos a construção de cisternas
de baixo custo para armazenamento de água
por maiores períodos e adoção
de práticas corretas de irrigação
(água em excesso causa o acúmulo
de sais mineiras que também em excesso
fazem mal ao solo e causam a degradação
do solo) como práticas de convívio
com a semiaridez.
O diretor do Ministério
do Meio Ambiente mostra que, no Brasil, o
processo de desertificação é
consequência do uso inadequado dos recursos
florestais da Caatinga e do Cerrado principalmente
para fornecimento de biomassa florestal para
o atendimento de 30% da matriz energética
do Nordeste e de outras regiões, por
meio de desmatamentos. Além de práticas
agropecuárias sem manejo adequado dos
solos, provocando os processo erosivos e esgotando
os solos, superpastejo (sobre carga) animal
na pecuária extensiva comprometendo
a regeneração de espécies
e pelo manejo inadequado dos sistemas de irrigação,
salinizando os solos.
PROGRAMAÇÃO
A abertura do seminário
será às 9 horas com palestra
do diretor do Inmet, Antônio Divino
Moura, sobre aprofundamento metodológico
para sistemas de alerta. Em seguida, os pesquisadores
do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta
de Desastres Naturais (Cemaden), Regina Alvalá
e Javier Tomasela, falarão sobre a
construção e os resultados do
Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação.
O diretor do MMA, Francisco Camepello, abordará,
ainda, a convivência com a desertificação
no semiárido.
No período da tarde,
a analista ambiental do Departamento de Combate
à Desertificação do MMA,
Luciana Valadares, fará um breve relato
do Guia de Boas práticas para o Combate
da Degradação de Terras e Desertificação
e o diretor do Insa, Ignácio Salcedo,
falará sobre o Projeto Desertwatch:
Uma alternativa metodológica para um
sistema de informação para avaliação
e monitoramento da degradação
do solo nos espaços semiáridos.
O seminário será realizado no
Auditório Maurílio Sampaio,
na sede do Inmet, em Brasília, localizada
no Eixo Monumental Sul Via S1, Setor Sudoeste.
+ Mais
Não à desertificação
Segunda, 17 Junho 2013 Gaetani
na abertura da reunião: ações
requerem adaptação
MMA considera que integração
entre os diferentes órgãos do
governo federal está entre as alternativas
para o combate ao problema
LUCAS TOLENTINO
O secretário executivo do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Francisco Gaetani,
defendeu a necessidade de medidas de adaptação
nas ações de combate à
desertificação - degradação
da terra nas regiões áridas,
semiáridas e subúmidas secas,
resultante de vários fatores, entre
eles as variações climáticas
e as atividades humanas. A declaração
foi feita durante a terceira reunião
extraordinária da Comissão Nacional
de Combate à Desertificação
(CNDC), na manhã desta segunda-feira
(17/06), em Brasília – dia mundial
do fenômeno, como foi estabelecido pela
Organização das Nações
Unidas (ONU).
A questão, segundo
Gaetani, deve ser prioridade na pauta ambiental.
“Essa é uma agenda importante, porém
difícil, que ainda disputa lugar na
política nacional”, observou. “O governo
tem consciência disso e tem trabalhado
para mudar a situação atual.”
A integração entre os diferentes
órgãos do governo federal está
entre as alternativas para o combate à
desertificação. De acordo com
ele, tais ações precisam ocupar
posição de destaque na política
ambiental em todas essas esferas. “É
uma questão que depende de movimentação,
de busca de espaço e de conhecimento
científico e tecnológico”, afirmou
Gaetani.
EXPOSIÇÃO
O evento contou com a abertura
da exposição de produtos provenientes
de iniciativas locais de boas práticas
para a convivência com a semiaridez,
voltadas para a segurança hídrica,
energética, alimentar e da biodiversidade.
O material ficará na entrada do auditório
do anexo do MMA, no Edifício Marie
Prendi Cruz, na 505 Norte.
Além disso,
o Instituto Interamericano de Cooperação
para a Agricultura (IICA) lançou o
livro Apoio a Iniciativas de Combate à
Desertificação. A publicação
reúne 22 projetos de combate à
desertificação desenvolvidos
no semiárido do país. Do total,
18 foram promovidos pelo MMA e o restante,
pela agência de cooperação
alemã GIZ. “Essas ações
mostram que, mesmo com a seca, é possível
desenvolver projetos sustentáveis”,
avaliou o representante do IICA no Brasil,
Manuel Otero.