05/06/2013 - 6h40 - Meio
Ambiente - Carolina Gonçalves - Repórter
da Agência Brasil
- Brasília – No ano em que a luta contra
o desperdício ganhou o topo da agenda
ambiental internacional, o mercado brasileiro
busca mais um degrau no ranking mundial de
construções sustentáveis.
Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar entre
os países que mais concentram edificações
feitas a partir de critérios ambientalmente
adequados. Os Estados Unidos reúnem
o maior número de empreendimentos em
análise, seguidos pela China e pelos
Emirados Árabes Unidos.
Mais de 720 projetos brasileiros aguardavam
a certificação internacional,
conferida pela organização não
governamental internacional chamada Green
Building Council (GBC), responsável
por estimular as construções
verdes no mundo. Pelo menos 99 edificações
no país detêm o selo. A expectativa
do governo e da indústria de construção
é chegar a 900 projetos para análise
da organização até o
final do ano.
Caso consiga atingir a meta,
o Brasil ocupará a terceira posição
na lista dos países com mais edificações
ambientalmente projetadas. A construção
civil é responsável por alto
consumo de recursos naturais e utiliza energia
em larga escala, de acordo com números
do Conselho Internacional da Construção.
Mais de 50% dos resíduos sólidos
gerados por atividades humanas são
oriundos do setor.
"O conceito de construção
sustentável está amadurecendo
e se consolidando dentro da cadeia produtiva
da construção civil”, avaliou
Wagner Soares, gerente de Meio Ambiente da
Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Para alcançar esse status, engenheiros
e arquitetos precisam observar uma série
de pré-requisitos e medidas, como a
redução do consumo de energia
e a prioridade às condições
de luminosidade natural e de lâmpadas
de baixo consumo, além do uso de aparelhos
eletrodomésticos mais econômicos
(indicados pelo selo Procel).
“A reforma ainda é
um tanto complicada e o custo ainda não
é muito baixo. Você tem um aumento
de 15%, em média, do custo da construção
quando trabalha com sustentabilidade e isso
coloca em risco o valor do investimento”,
destacou Soares. Pelas contas do GBC Brasil,
esse gasto, que já foi 30% superior
ao de obras convencionais, pode significar
uma diferença de até 5%.
Wagner Soares destacou que
existe uma tendência de diminuição
dos gastos ao longo do tempo. A expectativa
é que as pessoas adotem, cada vez mais,
sistemas ambientalmente sustentáveis.
Soares ponderou que o maior investimento ainda
impede que esses projetos representem uma
realidade frequente no país.
O governo federal, por sua vez, desenvolve
ações para estimular programas
ambientalmente sustentáveis. O Ministério
do Meio Ambiente disponibiliza cursos pela
internet sobre procedimentos que podem ser
adotados para adequar prédios públicos
a esses sistemas de sustentabilidade.
O programa habitacional Minha Casa, Minha
Vida começou há dois anos, com
a obrigatoriedade do uso de energia solar
em todos os novos empreendimentos destinados
às famílias com renda máxima
de três salários mínimos.
A etapa incluiu 2 milhões de residências,
das quais 1,2 milhão para famílias
com renda máxima de três salários
mínimos.
Técnicos do
governo informaram que existem diversas linhas
de financiamento para beneficiar esses projetos.
Procuradas pela Agência Brasil, as principais
instituições financeiras públicas
– Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) - não
apontaram qualquer crédito criado especificamente
para essa finalidade. Os projetos podem ser
beneficiados por linhas de crédito
que já existiam.A Caixa Econômica
Federal não deu informações
sobre o assunto.